Contador brasileiro pode atender empresa dos EUA e ganhar em dólar / Imagem freepik
O sonho de muitos profissionais brasileiros é faturar em dólar, afinal, a cotação da moeda americana costuma ser bem mais favorável que o real. Mas e os contadores? Será que um profissional de contabilidade formado no Brasil pode atender empresas nos Estados Unidos? A resposta é: sim, mas com algumas ressalvas.
O mercado globalizado abriu portas para profissionais de diversas áreas prestarem serviços internacionais, e a contabilidade não ficou de fora. Mas antes de sair comemorando e convertendo honorários para dólares na calculadora, é importante entender os desafios, as exigências legais e as oportunidades envolvidas.
Sim, mas não exatamente como contador nos moldes tradicionais dos Estados Unidos. Nos EUA, a profissão contábil é regulamentada de forma diferente do Brasil. Para atuar plenamente como contador americano – ou seja, assinando balanços e fazendo auditoria –, é necessário obter a certificação CPA (Certified Public Accountant), concedida pelos estados americanos e não por um órgão nacional.
Mas isso não significa que um contador brasileiro esteja impedido de trabalhar com empresas americanas. Existem diversos serviços contábeis que podem ser prestados remotamente, sem a necessidade da certificação CPA. Entre eles, estão:
Ou seja, o contador brasileiro pode, sim, atender clientes americanos, mas precisa entender bem o que pode e o que não pode fazer dentro da legislação de lá.
Aqui entra uma questão importante: se você, contador brasileiro, prestar serviços para uma empresa americana, a Receita Federal do Brasil continua de olho nos seus ganhos. Afinal, a tributação sobre rendimentos do exterior deve ser declarada por qualquer residente fiscal no país.
A principal forma de tributação para quem recebe em dólar é pelo Carnê-Leão, que deve ser preenchido mensalmente e pago de acordo com a tabela progressiva do Imposto de Renda. Se o profissional atua como pessoa jurídica, pode optar pelo Simples Nacional, pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real, dependendo do faturamento e do modelo de negócio.
Além disso, é preciso observar possíveis retenções de impostos nos EUA. Dependendo da natureza do serviço prestado, a empresa americana pode reter uma parte do pagamento a título de imposto na fonte. No entanto, há formas de evitar essa dupla tributação por meio de acordos internacionais e emissão de documentos fiscais adequados.
Veja mais:
Não necessariamente. Muitos contadores brasileiros atuam como prestadores de serviços individuais e recebem pagamentos via PayPal, Wise ou contas internacionais sem precisar abrir uma empresa nos Estados Unidos.
Porém, para quem deseja crescer no mercado americano, ter uma LLC (Limited Liability Company) pode ser vantajoso. A abertura de uma LLC permite mais credibilidade no mercado, facilita a emissão de notas fiscais americanas e pode até oferecer benefícios fiscais, dependendo do caso.
Mas, claro, abrir uma empresa nos EUA envolve custos, burocracias e exigências contábeis. Portanto, essa decisão deve ser bem planejada.
Definitivamente, sim! Com a globalização dos negócios, o número de brasileiros abrindo empresas nos Estados Unidos tem crescido, e muitos preferem contar com um contador que fale português e entenda a legislação dos dois países.
Além disso, profissionais de tecnologia, designers, consultores e empreendedores digitais estão cada vez mais oferecendo serviços para clientes americanos, o que gera uma demanda por contadores especializados em tributação internacional.
Se você tem experiência em contabilidade, entende as regras fiscais do Brasil e quer expandir sua atuação para o exterior, atender clientes nos EUA pode ser um ótimo caminho para ganhar em dólar e diversificar a sua carteira de clientes. Mas, como em qualquer oportunidade, é preciso estudar o mercado, entender a legislação e se preparar para os desafios.
No fim das contas, sim, um contador brasileiro pode atender empresas nos EUA e ganhar em dólar. Mas, como sempre, é essencial fazer tudo dentro da lei para evitar dores de cabeça. Se planejar direitinho, pode ser um grande passo para sua carreira – e para o seu bolso.
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