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Déficit primário do Governo Central atinge R$ 87,84 bilhões em julho

A retração econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus fez o Governo Central – Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social – encerrar julho com déficit primário de R$ 87,335 bilhões. Apesar de ser o pior desempenho registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1997, o resultado veio melhor que o estimado pelo mercado.

As instituições financeiras pesquisadas pelo Prisma Fiscal, publicação do Ministério da Economia com analistas de mercado, estimavam que o resultado negativo ficaria em R$ 103,5 bilhões no mês passado. O número contrastou com previsão recente divulgada pela equipe econômica, que estimava déficit primário de R$ 252 bilhões para julho.

O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo desconsiderando os juros da dívida pública. De janeiro a julho, o resultado negativo do Governo Central totalizou R$ 505,187 bilhões, valor recorde da série histórica para o período. Nos sete primeiros meses do ano passado, o déficit somava R$ 35,245 bilhões.

No acumulado de 12 meses, o déficit primário chega a R$ 567,4 bilhões. Para 2020, o Ministério da Economia projeta resultado negativo de 787,4 bilhões, o equivalente a 11% do Produto Interno Bruto (PIB).

Coronavírus

A queda das receitas decorrente da crise econômica e o aumento de despesas com o enfrentamento da pandemia de covid-19 são os principais responsáveis pelo aumento do déficit primário. Por causa do estado de calamidade pública aprovado pelo Congresso em março, o Governo Central está dispensado de cumprir a meta de déficit primário de R$ 124,1 bilhões.

Segundo os números do Tesouro, as medidas associadas à pandemia aumentaram as despesas em R$ 62,8 bilhões no mês passado. A maior despesa decorre do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras), que totalizou R$ 45,9 bilhões. Em segundo lugar, vem o auxílio o auxílio emergencial aos estados, que consumiu R$ 18,3 bilhões.

Teto de gastos

Mesmo com autorização para gastar mais, o Tesouro fez um apelo para a preservação do teto federal de gastos, ressaltando que o dispositivo representa a única âncora fiscal que restou no Orçamento de 2020. Segundo o órgão, é necessário retomar os esforços de busca do reequilíbrio das contas públicas depois do fim da pandemia, caso contrário haverá danos para a sociedade e para a economia.

“A simples perda de credibilidade do processo de consolidação fiscal faria com que as taxas de juros aumentassem e que os investimentos privados diminuíssem, o que prejudicaria o crescimento econômico do país e reduziria a renda e a geração de empregos.”, destacou o Tesouro em comunicado. Segundo o órgão, cada aumento de 1 ponto percentual nos juros reduziria o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) entre R$ 52 bilhões e R$ 92 bilhões em um ano.

Fonte Agência Brasil

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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