Desafios do Dólar: O Futuro da Moeda Americana em um Mundo em Mudança / freepik
Em dezembro, o dólar alcançou um pico histórico ao fechar a R$ 6,28, levando o Banco Central a implementar intervenções para conter a valorização da moeda norte-americana no Brasil. Este movimento ocorre em um cenário de volatilidade intensa que dificulta previsões sobre o comportamento do câmbio para 2025.
No último dia de negociação de 2024, o valor do dólar foi registrado a R$ 6,18, representando uma elevação de 26% em relação ao ano anterior, além de ser a maior alta anual desde 2020, quando a economia global enfrentava os efeitos adversos da pandemia de Covid-19.
Enquanto a maioria das divisas internacionais experimentou desvalorização frente ao dólar, o real destacou-se como uma das moedas que mais perderam valor ao longo do ano. Um estudo da Elos Ayta Consultoria revelou que o real teve o pior desempenho entre 26 moedas analisadas, com uma queda de 21,82% em comparação com o Dólar Ptax. No mercado de dólar comercial, a desvalorização foi de 19,15%, superando apenas o peso argentino e o rublo russo.
O Índice DXY, que mensura a força do dólar contra seis das principais moedas globais, registrou um aumento de 7,06% em 2024, marcando sua maior valorização anual desde 2015. No último trimestre do ano passado, a moeda americana subiu 7,65%, atingindo 108.487 pontos em 31 de dezembro.
A elevação do dólar no quarto trimestre foi influenciada pela eleição do republicano Donald Trump e pela recuperação econômica observada durante seu primeiro mandato. Ademais, a postura cautelosa do Federal Reserve em relação à taxa de juros também contribuiu para fortalecer a moeda norte-americana em relação às divisas emergentes.
No cenário doméstico, as expectativas negativas sobre inflação e juros também pressionaram o real. Após a vitória de Trump nas eleições de novembro, surgiram expectativas sobre um robusto pacote fiscal que não se concretizou. A isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas que ganham até R$ 5 mil se tornou um dos pontos controversos do governo Lula e resultou em frustração nas expectativas do mercado.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, defendeu a atuação do Banco Central e destacou que o aumento no câmbio é um fenômeno global. “O câmbio não é fixo no Brasil”, afirmou. Apesar disso, o real ficou entre as seis moedas com maior desvalorização mundial em 2024 e foi a que mais perdeu valor entre os países do G20.
Ciro Almeida, economista da G2W Investimentos, apontou que a situação fiscal brasileira é um fator determinante na desvalorização do real. Segundo ele, uma política fiscal expansionista gera incertezas econômicas que afugentam investidores estrangeiros.
Intervenções do Banco Central
Com as intervenções pontuais do Banco Central e um aumento histórico na taxa Selic para 12,25% ao ano, especialistas divergem sobre as projeções cambiais para este ano. César Bergo, professor da UnB, sugere que o dólar deve se manter próximo dos R$ 6 nos próximos meses. Ele acredita que as transações comerciais podem beneficiar o Brasil devido à robustez das reservas e superávits comerciais previstos.
Por outro lado, Marcel Caparoz da RC Consultores alertou que um dólar elevado pode impulsionar a inflação em setores como combustíveis e produtos eletrônicos. O superintendente da CNI, Mário Sérgio Telles, acredita que a taxa acima de R$ 6 não deve se consolidar como novo patamar e projeta um câmbio em torno de R$ 5,60 até dezembro de 2025.
A CNI também prevê crescimento econômico para este ano mesmo com a alta dos juros, com uma estimativa de crescimento do PIB em 2,4% comparado ao ano anterior. Telles ressaltou que melhorias no mercado de trabalho contribuirão para esse avanço.”}
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