A crise jogou água no chope na capital dos botecos. Em Belo Horizonte, um em cada quatro estabelecimentos do ramo já opera no vermelho, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG). Em algumas casas, o faturamento foi reduzido à metade.
“Quase todos os bares e restaurantes estão sendo afetados pela crise. Mas o pior impacto é sentido por aqueles com tíquete médio entre R$ 30 e R$ 70. E é crescente o número de empresas com prejuízo”, afirma o diretor-executivo da associação, Lucas Pêgo.
As causas para o cenário indigesto são, principalmente, aumento dos custos fixos e clientela escassa. Com a inflação em alta e a grana mais curta, os consumidores tiveram que impor um jejum ao lazer. “Ainda temos a concorrência da comida de rua, que joga com regras diferentes e dificilmente é 100% formalizada. Estamos à beira de um colapso”, adverte.
E nem os tradicionais brindes de fim de ano devem salvar a contabilidade dos bares e restaurantes. Ao contrário dos outros anos, quando as empresas reservavam em outubro e novembro as datas para as confraternizações, em 2015 o telefone parou de tocar. “A diminuição nas solicitações chega a 40% em Belo Horizonte, na comparação com 2014. Está todo mundo apreensivo”, diz Pêgo.
Na cidade conhecida mundialmente por ter um bar a cada quarteirão, é cada vez maior o número de estabelecimentos que dizem adeus ao mercado. Segundo o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes e Bares (Sindhorb), Paulo César Pedrosa, cerca de 700 deles fecharam as portas neste ano. E o encerramento das atividades vem acompanhado de muitas demissões. “São cerca de 40 homologações por dia”, lamenta.
Pastelarias
De acordo com Pedrosa, o segmento de pastelarias, lanchonetes e casas de sucos e vitaminas amarga queda de 20% no faturamento. Grandes restaurantes e pizzarias, entretanto, estão faturando até 50% menos.
“Estabelecimentos que estavam abertos há anos sucumbiram à crise”, diz.
O Don Pasquale, que funcionou por 14 anos no bairro Funcionários, já não existe mais. Em Lourdes, despediram-se dos clientes espaços como Ficus, Atlântico, Oak Wine Bar, entre vários outros.
O Villa Adriana e o Adriano Imperador, do empresário Luiz Otávio Guimarães Vieira, o Luizão, também não sobreviveram à turbulência.
“As pessoas não estão mais indo a bar ou restaurante. Passaram a comprar no supermercado e beber com os amigos em casa. Muita gente voltou até a tomar Brahma e Skol. A qualidade ficou em segundo plano”, diz ele, que tentou de tudo antes de jogar a toalha. “Fiz eventos, promoções, festivais. Infelizmente, não deu mais”, conta.
Empresários fazem promoções e inovam para atrair clientes
Na tentativa de engordar o caixa, que anda cada dia mais magrinho, empresários cortam custos, aprimoram a gestão e recorrem à criatividade.
No Arco da Lapa, na Serra, os irmãos e sócios Luiz Fernando e Carlos Henrique Balthazar adaptaram o cardápio ao calor, colocaram um tele entrega no almoço , criaram um programa de fidelização da clientela e uma promoção de rodada dupla de chope no happy hour. “Não dá mais para ficar parado esperando o cliente. É preciso inovar”.
Só neste ano, o faturamento da casa despencou 35%. Já o número de clientes caiu 15%. E quem vai ao bar, gasta menos com a cervejinha e o tira-gosto. O desembolso por pessoa diminuiu de R$ 45 para R$ 25. “O pessoal está cortando o lazer. Mesmo em dias em que a casa lota, o lucro é menor do que no mesmo período do ano passado. O cliente vem, fica um pouco e logo vai embora”, afirma.
No restaurante Maurizio Gallo, a receita para enfrentar a crise é fazer promoções. Na compra de um prato, de qualquer valor, o cliente ganha outro para o acompanhante. A oferta vale de terça a quinta, no almoço ou no jantar, e nos sábados durante o dia. “Tivemos uma queda de 30% no faturamento”, diz o proprietário e chef italiano que empresta o nome ao estabelecimento.
Vinhos
Dono das casas Osteria, Salumeria e Pecatore, o empresário Massimo Battaglini diz que sentiu os efeitos da crise especialmente na procura por pratos executivos no almoço. “Parece que muita gente foi demitida”. Com a alta do dólar, alguns vinhos saíram do cardápio e outros com melhor custo-benefício chegaram. O preço do aluguel dos imóveis também foi renegociado. “Temos que fazer o dever de casa e esperar uma maré melhor”, diz.
Proprietária do Alguidares, Deusa Prado conta que, em 20 anos, nunca presenciou um mês de setembro tão ruim para o restaurante. “Espero que as coisas melhorem com a proximidade do fim de ano”.
– 43% dos empresários acreditam que vão terminar o ano com uma quantidade menor de funcionários, aponta pesquisa da Abrasel
– R$ 200 milhões é o faturamento médio mensal do setor de bares e restaurantes em BH, onde existem cerca de 12 mil estabelecimentos do ramo (Com Jornal Hoje em Dia)
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Posted by Jornal Contábil on Quinta, 12 de novembro de 2015
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