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Fraudes de identificação digital: Quais foram as mais comuns em 2020?

É cada vez maior o número de pessoas que usam os meios digitais para adquirir produtos e ter acesso aos serviços de bancos, fintechs, corretoras, empresas de entretenimento, entre outras. Com a pandemia, isso aumentou ainda mais e fez crescer o aumento de fraudes eletrônicas.

Focada em prevenir fraudes no meio digital, a Combate à Fraude fez um levantamento das principais artimanhas usadas por fraudadores para se passarem por outras pessoas e tirar proveito disso. A startup de tecnologia tem mais de 50 clientes e atende a empresas de todos os tamanhos.

Segundo a startup, grande parte dos golpes digitais em empresas é decorrente do uso de documentação irregular. Isso porque, em posse de um documento falso ou montado, um fraudador pode abrir contas em bancos, contratar empréstimos pessoais, solicitar cartões de crédito, entre outras ações.

Neste ano, a forma mais comum de tentativa de fraude de identificação no país foi a adulteração da foto do portador, ou seja, o golpista substitui a foto original do portador pela sua. Um ponto importante é que isso ocorre mesmo quando a Biometria Facial é utilizada como forma de prevenção.

Neste caso, o fraudador consegue fraudar a prova de vida usando um vídeo em alta resolução ou ainda, máscaras de silicone.

Estas, inclusive, foram muito utilizadas pois, mesmo sendo caras (em torno de R$ 10 mil), o golpista consegue fraudar várias empresas em questões de horas.

Leonardo Rebitte, CEO da Combate à Fraude, explica que durante um processo de registro online, o mais comum é a empresa solicitar a confirmação da identidade do usuário pedindo que ele faça o upload de uma foto de si mesmo (selfie) no aplicativo, segurando um documento de identificação.

De acordo com o CEO da startup, há empresas que possuem bases de dados com faces já validadas via biometria facial. Além disso, é possível consultar a base do Denatran através do Serpro.

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Segundo Rebitte, o problema é quando uma face não consta em nenhum repositório, aí só a documentoscopia (análise forense do documento de RG) consegue validar ou não uma identificação pessoal.

“Uma fraude como essa pode causar sérios problemas para uma empresa. O prejuízo é grande e a responsabilidade por reembolsar as pessoas lesadas, utilizadas como laranjas nessas operações fraudulentas, é a da companhia, seja ela um banco, uma fintech, uma empresa de varejo ou até mesmo um órgão do governo como o INSS”, diz Rebitte.

O segundo tipo de fraude mais utilizado foi a impressão de documentos falsos, como RG e CNH, com dados autênticos (o CPF bate com o nome, data de nascimento e o nome dos pais). 

Essa forma se difere da simples adulteração de dados do portador porque o papel é forjado e o documento já é impresso com a foto do falsificador. Segundo Rebitte, é muito comum haver a impressão em massa de diferentes documentos de identidade com dados distintos e a foto do golpista.

Por fim, o terceiro recurso ilegal mais usado pelos fraudadores é a adulteração de dados nos documentos de identificação. Em posse de um documento original, o fraudador substitui algumas informações como nome da mãe, data de nascimento, data de expedição, entre outras, para ter em mãos um documento com uma foto de uma outra pessoa, mas com as informações adulteradas.

R$ 45 milhões de fraudes evitadas

Só em 2020, a Combate à Fraude evitou 45 milhões de reais em tentativas de fraudes para seus clientes, que são em sua maioria bancos e fintechs de todos os portes. De acordo com o diretor de marketing da startup, Victor Fernandes, 40% dos casos de fraudes geram processos judiciais.

“Para quantificarmos em dinheiro quando uma fraude é evitada, somamos à perda do valor do produto ou serviço um provável processo judicial” explica Fernandes.

Tecnologia avançada contra fraudes

A solução antifraude da Combate à Fraude combina tecnologias como Machine Learning e Inteligência Artificial com um sistema de checagem digital de dados que permite a aprovação de cadastros de forma confiável e em poucos segundos, automatizando toda a análise documental.

Segunda a empresa, sua tecnologia reduz em 90% a chance de fraudes em aprovações de cadastros online e aberturas de contas digitais.

O processo de documentoscopia usa inteligência artificial para comparar o documento apresentado pelo usuário com milhares de outros do mesmo Estado e ano de emissão, procurando inconsistências em mais de 200 pontos de atenção por segundo no documento.

“Na prática, após o cliente se cadastrar, nosso sistema verifica os dados fornecidos e informamos se os documentos são autênticos ou não”, resume Fernandes.

Esther Vasconcelos

Estudante de nutrição e apaixonada por meios de comunicação, trabalhando atualmente como redatora no Jornal Contábil.

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