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Inadimplência durante a pandemia: Veja como empresas brasileiras lidaram com isso

A pandemia do coronavírus trouxe diversas preocupações ao país, além dos cuidados com a saúde.

Para compreender como as empresas estão sendo impactadas pelo cenário de crise, a Mazars, auditoria e consultoria empresarial, realizou a pesquisa “Os impactos da Covid-19 no mundo dos negócios”.

O resultado mostrou um cenário de indefinição nas organizações nacionais.

Entre as empresas participantes, 69% relataram que tiveram cancelamentos de clientes.

O aumento da inadimplência também foi citado para 68% dos respondentes.

De acordo com o levantamento, as relações entre empresas são pautadas pela incerteza, podendo afetar a cadeia produtiva da economia.

Esse panorama é reforçado pelo alto índice de postergação dos trabalhos (82,27%).

“Muitas empresas estão esperando a fase mais crítica da Covid-19 passar para executar suas ações. Com a economia em ritmo reduzido, os governos e bancos viraram a salvação para as empresas por meio de suas medidas e linhas de crédito.

Nem mesmo empresas com faturamento acima de R﹩ 300 milhões escaparam dos efeitos severos da crise”, afirma Fabio Pecequilo, sócio de Financial Advisory Services da Mazars e um dos responsáveis pela pesquisa.

A pesquisa revela ainda que 93,33% das empresas que faturavam mais de R﹩ 300 milhões antes da pandemia recorreram a medidas do governo, crédito bancário ou outros tipos de aporte financeiro.

Impacto no caixa

Mais de 46% das empresas que participaram da pesquisa notaram uma queda superior a 25% no faturamento.

“Entre os poucos setores que passam imunes pela pandemia, registrando crescimento no faturamento, estão o agronegócio, a tecnologia e os serviços profissionais, principalmente os que se baseiam em tecnologia para se relacionar com os clientes”, revela Pecequilo.

Os representantes desses ramos relataram, em sua maioria, crescimento de 0 a 10%.

O ambiente digital acumula crescimentos expressivos na quarentena, atingindo um número cada vez maior de pessoas e empresas.

Sobre os principais problemas enfrentados na pandemia, os resultados apontaram:

• 82,27% – postergação dos trabalhos;

• 72,15% – cancelamentos de clientes;

• 69,62% – inadimplência e faturas não pagas;

• 56,96% – problemas de operação em função do não fornecimento de matéria-prima;

• 54,43% – falta de caixa para honrar os compromissos;

• 54,43% – problemas de operação em função da impossibilidade do home-office.

Medidas do governo federal

A parcela de empresas envolvidas na pesquisa que não recorreu a nenhuma medida do governo corresponde a aproximadamente um terço.

As empresas que não suspenderam contratos ou não reduziram jornadas pertencem a setores que não sofreram alterações em suas demandas ou até registraram crescimento nesse sentido: tecnologia, entretenimento digital, pesquisa e desenvolvimento, bancos, farmacêutica, comércio exterior e agricultura.

Em relação às medidas trabalhistas anunciadas pelo governo federal, 67,09% alegaram que as utilizaram, enquanto apenas 32,91% não usufruíram de nenhuma medida.

Entre as medidas mais usadas, sendo que algumas empresas recorreram a mais de um item, temos:

• 81,82% anteciparam as férias dos colaboradores;

• 56,06% reduziram a jornada de trabalho e os salários;

• 28,79% suspenderam os contratos de trabalho e

• 7,58% financiaram a folha de pagamentos.

Projetos de investimentos em 2020

O otimismo que tomava conta das empresas brasileiras em janeiro naufragou com a pandemia.

A Covid-19 mudou as relações de trabalho e alterou os planos de investimento de 89,87% das companhias consultadas pela Mazars.

“Apesar da maioria das empresas lidar com a possibilidade de reavaliar os investimentos, cerca de um quarto delas já assimilou que os projetos traçados anteriormente serão cancelados”, acrescenta Pecequilo.

Para 65,82% os projetos de investimentos serão reavaliados, enquanto 24,05% informaram que serão cancelados e, por fim, apenas 10,13% irão manter.

Empresas Brasileiras

Linhas de crédito

Em relação às linhas de crédito, 31,64% das empresas afirmaram que recorreram, mas quando a pergunta foi se tiveram êxito, apenas 17,72% conseguiram, enquanto 68,35% não solicitaram crédito aos bancos e mantiveram a instituição sem esse recurso.

Entre as empresas que faturam até R﹩ 10 milhões anualmente, 57,14% procuraram ou cogitam procurar bancos em busca de crédito, e 14,28% dos participantes relataram que não conseguiram o crédito desejado.

As exigências feitas pelas instituições financeiras e os juros altos foram alguns dos entraves.

No item como as empresas estão trabalhando para lidar com os custos no momento, mais da metade (58,23%) alegaram que negociaram a postergação dos vencimentos, enquanto 41,77% estão conseguindo fazer todos os pagamentos normalmente, sem qualquer tipo de redução ou atraso; 26,58% precisaram cancelar os seus contratos, e apenas 7,59% estão atrasando os pagamentos e não há previsão de quando conseguirão quitá-los.

Em relação ao uso do benefício de postergação de recolhimento dos impostos, 72,15% afirmaram que recorreram, enquanto 27,85% não precisaram desse recurso.

Amostra

O levantamento foi realizado entre os meses de abril e maio, com a finalidade de conhecer as visões de quem tem um panorama geral de empresas de diversos segmentos.

Entre os respondentes, 40,26% são dirigentes (CEO, COO, CFO e CMO), 23,38% são controllers, 16,88% são sócios, 16,88% são diretores e 2,60% são vice-presidentes.

Os segmentos com maior representatividade na pesquisa são: serviços profissionais (15,19%), farmacêutica e saúde (6,33%), comida e bebida (5,06%), manufatura (5,06%), varejo (5,06%) e agronegócio (3,80%).

A pesquisa completa está disponível no link: http://por.mazars.com.br/Pagina-Inicial/Noticias/Covid-19/O-impacto-da-Covid-19-no-mundo-dos-negocios.

Sobre a Mazars

A Mazars é uma parceria internacionalmente integrada, especializada em Auditoria, Consultoria, Financial Advisory Services, Serviços Tributários e BPO.

Wesley Carrijo

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