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Indústria de alimentos contratou 8 mil pessoas durante pandemia

As contratações no primeiro quadrimestre cresceram 0,5% na indústria de alimentos em relação ao mesmo período de 2019. De acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o setor foi responsável pela criação de oito mil empregos de janeiro a abril deste ano. Por ser atividade essencial, a indústria de alimentos continuou a produzir durante a quarentena provocada pela pandemia da covid-19.

Para manter o funcionamento, as empresas implementaram medidas de segurança e prevenção nas fábricas e o isolamento social de profissionais do grupo de risco, resultando na criação de novas vagas.

“No início do ano, antes da pandemia, as perspectivas da indústria de alimentos e bebidas acompanhavam a dinâmica da economia brasileira, que era de alta de 2,2% do PIB, de acordo com o Banco Central. Com o impacto do novo coronavírus [covid-19] o cenário mudou. O setor teve que, de forma imediata, implementar medidas de segurança e prevenção nas fábricas. Não é possível, ainda, fazer uma projeção confiável para o ano”, disse o presidente executivo da Abia, João Dornellas.

As exportações de alimentos industrializados, segundo a Abia, tiveram alta de 10% em relação a abril de 2019, e em volume, de 13%. O aumento das exportações para o mercado asiático, em particular a China, foi o principal fator para o resultado. 

“A alta das exportações brasileiras de alimentos industrializados já era esperada, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. O mercado asiático ainda sofre com a crise sanitária de Peste Suína Africana e tem importado cada vez mais carne suína e carne de frango do Brasil. O Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo em volume, e a indústria brasileira de alimentos, por ser considerada atividade essencial, não parou de produzir durante a pandemia, tendo honrado todos os seus compromissos com os países importadores”, disse Dornellas.

Vendas reais

Já as vendas reais, que são o total de vendas da indústria de alimentos e bebidas para os mercados interno e internacional, apresentaram queda de 4,5% em relação a abril de 2019. A produção física [volume produzido pela indústria para atender o mercado interno e as exportações] teve o mesmo comportamento de queda de 4% em abril.

Para este ano, as perspectivas para a produção física eram positivas, “estimuladas pelo comportamento do consumo no mercado interno e pelo aumento das exportações”, disse Dornellas. Mas, com a implementação da quarentena em todo o Brasil, hotéis, bares, restaurantes, lanchonetes e serviços de catering tiveram seus serviços interrompidos, enquanto padarias e outros serviços de alimentação foram parcialmente afetados. 

“Esse processo exigiu ajustes na cadeia produtiva de alimentos, o que explica essa queda da produção física em abril. Vale ressaltar que no acumulado do ano, a produção física da indústria de alimentos e bebidas está estável”, disse o executivo da Abia.

A pandemia impactou o canal de Food Service (FS), produtos alimentícios industrializados para o mercado de alimentação preparada fora do lar, o que influenciou os resultados em vendas e em volume de produção da indústria de alimentos e bebidas. O canal de FS é amplo, formado por restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, setor hoteleiro, serviços de catering e vending machines, entre outros serviços. Em abril, a queda média das vendas deste canal ficou em aproximadamente 75% ante o mesmo mês de 2019.

Esse comportamento de queda nas vendas e na produção de todo o setor não necessariamente significa uma tendência para o ano. O volume de vendas dos supermercados e hipermercados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou alta de 5,8% em abril de 2020 ante o mesmo período de 2019.

“Trata-se de um processo de ajuste na produção e no consumo de alimentos devido à pandemia de covid-19. Quando o comércio estiver em plena atividade e todos os serviços voltarem a funcionar, deve haver uma recuperação. Todavia, ainda é cedo para definirmos um cenário com precisão devido às incertezas associadas ao novo coronavírus”, explicou o presidente executivo da Abia.

Solidariedade

De acordo com a Abia, a indústria alimentícia do Brasil reforçou suas ações de responsabilidade social, apoiando a sociedade no enfrentamento à covid-19. As indústrias de alimentos e bebidas doaram mais de 2.700 toneladas de alimentos, além de recursos financeiros para compras de equipamentos hospitalares, investimento em pesquisas e aquisição de testes rápidos de novo coronavírus, informou a Abia.

O setor também doou cerca de 4 milhões de máscaras de proteção, além de produtos de limpeza e higiene. 

As doações foram distribuídas entre instituições beneficentes, hospitais e unidades de saúde, profissionais autônomos, associações de comunidades, lares de idosos, governos estaduais e prefeituras.

Fonte: Agência Brasil –  Ludmilla Souza

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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