O ambiente de negócios contemporâneo vive em constante processo de transformação. Se há poucas décadas, as empresas podiam se dar ao luxo de manter por longos períodos os mesmos serviços e modelos de gestão, atualmente, com o impacto da tecnologia, da mudança no perfil dos consumidores e da própria pressão do mercado, as companhias que desejam manter ou conquistar um posicionamento de destaque em seu nicho de atuação precisam estar dispostas a inovar.
No meio contábil não é diferente. Neste artigo, quero abordar o quanto a tecnologia tem alterado os rumos da contabilidade e como a inovação pode trazer oportunidades para os escritórios atentos a essa nova dinâmica.
A mudança nos paradigmas da contabilidade
Que a contabilidade do século XXI deixou de ser identificada meramente como um trabalho mecanizado, quase que restrito a escrituração e organização de livros contábeis (daí o apelido guarda-livros) é um fato. Mas, quando precisamente, esta mudança ocorreu?
No Brasil, um dos principais fatores que contribuiu com tal alteração de paradigma, foi o início do processo de modernização das administrações tributárias ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, o qual viria a culminar na instituição do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) pelo decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007.
A partir do SPED, a necessidade de espaço físico e investimentos na organização e confecção de livros contábeis foi sendo substituída pela informatização e por transferência de recursos voltados ao armazenamento de dados e implementação de ferramentas que automatizam muitos dos processos contábeis.
Há ainda outro ponto importante a ser lembrado: no meio empresarial de hoje – e isto inclui o meio contábil – quase que a todo instante, surgem novos negócios e startups dispostos a revolucionar um segmento.
Naturalmente, as empresas que sobrevivem a este movimento são aquelas capazes de absorver a inovação e que contam com diferenciais competitivos suficientes (experiência, atualização, proximidade com as companhias atendidas, etc.) não só para manter uma carteira de clientes, mas também, para conquistar novos mercados.
Neste cenário repleto de mudanças, a relação do contabilista – tanto com sua profissão, quanto com seus clientes – se transformou de modo significativo.
O novo perfil do contabilista
Do ponto de vista profissional, o acompanhamento das tendências de informatização do mercado e a necessidade de um domínio das ferramentas e soluções de TI voltadas ao universo contábil, passou a ser uma exigência, e não uma mera questão de escolha, uma vez que as próprias empresas atendidas buscam formas de otimizar processos internos e reduzir custos com a contabilidade.
Sobre a relação com os clientes, convém observar que, com a automatização dos processos mais rotineiros do dia a dia de um escritório contábil, o bom profissional contabilista assume hoje muito mais uma posição de consultor e especialista, capaz de oferecer um direcionamento no âmbito da tomada de decisões que possam, por exemplo, minimizar os riscos contábeis e fiscais para as empresas que atende.
Para tanto, se contentar com uma formação técnica não é suficiente. É preciso se manter aberto para o aprendizado, para o acompanhamento da informatização e das constantes mudanças no plano das normas contábeis.
Vale salientar ainda que, ficar atento as mudanças do mercado permite que o profissional identifique novas demandas de seus clientes, se antecipe a concorrência e possa oferecer serviços individualizados, de acordo com o perfil de cada contratante.
Neste sentido, é essencial que os contabilistas abracem a inovação em seus escritórios. Deste modo, poderão superar os desafios impostos pelas mudanças do mercado, por meio da oferta de serviços competitivos, da identificação das novas exigências de seus clientes e da compreensão de que, através da abertura para novos conhecimentos e para evolução tecnológica que rege a sociedade como um todo, ele poderá manter em evidência a importância de sua profissão.
*Sobre Carlos Mihyahira
Profissional com mais de dezoito anos de experiência no setor contábil – auditoria e consultoria. Vasta atuação em grandes companhias do mercado, ampliando competências relacionadas a formação de equipes, gestão de pessoas (clientes, targets e colaboradores), gerenciamento e controle de projetos, relatórios, revisões financeiras e demonstrativos de resultados, due dilligence e consultoria contábil de modo geral.
Bacharel em Ciências Contábeis nas Faculdades Associadas Ipiranga e pós-graduado em Gestão Financeira – MBA -, pela Fundação Getúlio Vargas;
Atualmente é sócio-fundador da Grounds, empresa de consultoria inteligente especializada nas áreas contábil, tributária, trabalhista, previdenciária e financeira. Na Grounds, atua em todos os âmbitos de um projeto: proposta comercial, planejamento dos trabalhos, execução, reuniões com targets e clientes, além de apresentação dos resultados para os executivos.
Principais marcos da carreira:
Abertura da Grounds – o ato de empreender é sempre complexo e demanda uma série de esforços, todavia o mais valioso é perceber que seguimos conquistando clientes com solidez em virtude da qualidade dos serviços prestados;
Liderança e gerenciamento de projeto de diligência envolvendo mais de 30 empresas no ano de 2012;
Auditoria do Grupo AES de 2007 a 2009 (E&Y).
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