Resultados do ensaio clínico de fase 3 divulgados nesta quarta-feira (30/11) mostram que o fármaco experimental lecanemab tem grande “potencial” de retardar a progressão da doença de Alzheimer.
Os pesquisadores relataram que a droga experimental retardou moderadamente o agravamento do Alzheimer, porém ainda existem algumas preocupações de segurança com relação ao uso da droga. Confira mais detalhes agora!
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Alzheimer
O alzheimer é uma doença neurodegenerativa que também pode ser chamada de mal de alzheimer. Essa é uma doença com evolução, sendo que o paciente que é diagnosticado com ela vai perdendo, aos poucos, certas funções do cérebro, como aquelas que tratam de sua memória, de suas habilidades linguísticas, de sua habilidade de pensamento abstrato e até mesmo da capacidade de cuidar de si mesmo.
De modo geral, a progressão do Alzheimer pode levar de 8 a 12 anos. Essa é uma doença caracterizada como crônica, pois quem recebe seu diagnóstico convive com ele diariamente.
O Alzheimer não tem cura, mas podem ser usados medicamentos para tratar certos sintomas, como a agressividade. Além disso, pode evoluir para outra condição, como a demência.
De forma geral, o mal de Alzheimer atinge os pacientes de mais idade, sendo que menores de 65 anos de idade também podem ter a doença.
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Sobre o estudo feito com o medicamento
O lecanemab, produzido pela empresa americana de biotecnologia Biogen juntamente com a farmacêutica japonesa Eisai, a droga é um anticorpo monoclonal IgG1 humanizado que se liga com alta afinidade às protofibrilas solúveis em Aβ (beta-amiloide).
O medicamento está sendo testado em pessoas com doença de Alzheimer precoce (comprometimento cognitivo leve ou demência leve devido à doença de Alzheimer).
O estudo com duração de 18 meses contou com um total de 1.795 participantes, envolvendo pessoas de 50 a 90 anos de idade, destes 898 foram designados para receber lecanemab intravenoso (10 mg por quilograma de peso corporal a cada 2 semanas) e 897 para receber placebo.
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Resultados
No grupo que recebeu a medicação, foi possível identificar uma desaceleração do declínio cognitivo em 27%. “O Lecanemab reduziu os marcadores da [proteína] amiloide associados à doença de Alzheimer precoce e resultou em declínio moderadamente menor nas medidas de cognição e função do que o placebo em 18 meses”, afirmam os autores do estudo.
Nesta terça-feira durante uma apresentação na Conferência de Ensaios Clínicos sobre a Doença de Alzheimer em San Francisco, o Dr. Christopher van Dyck, autor do estudo e diretor do Centro de Pesquisa da Doença de Alzheimer de Yale, disse, “Diferenças significativas surgem já no período de seis meses”.
“O tratamento com lecanemab atingiu os objetivos primários e secundários”, disse ele. “O lecanemab tem o potencial de fazer uma diferença clinicamente significativa para as pessoas que vivem nos estágios iniciais da doença de Alzheimer e suas famílias, retardando o declínio cognitivo e funcional”, Dr. Lynn Kramer, diretor clínico da doença de Alzheimer e cérebro saúde em Eisai.
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Eventos adversos
Os cientistas apontam que a medicação “foi associada a eventos adversos”. Por exemplo, entre os efeitos colaterais, foi possível identificar casos de hemorragias cerebrais (17,3%), inchaço no cérebro (12,6%) e dores de cabeça. Inclusive, alguns participantes precisaram deixar a pesquisa.
Cerca de 6,9% dos participantes do estudo no grupo lecanemab descontinuaram o estudo devido a eventos adversos, havendo eventos adversos graves em 14% do grupo lecanemab e 11,3% do grupo placebo.
Ao final do estudo, os cientistas chegaram a conclusão de que o medicamento promissor, mas que necessita de ensaios mais longos que serão necessários para determinar a eficácia e segurança do lecanemab no início da doença de Alzheimer.
O Dr. Marwan Sabbagh, autor do estudo e professor do Barrow Neurological Institute, disse durante a conferência dest terça-feira, que “Lecanemab foi geralmente bem tolerado. A maioria dos eventos adversos foram reações relacionadas à infusão, ARIA-H e ARIA-E e dor de cabeça”.
0,7% dos participantes do grupo lecanemab e 0,8% dos participantes do grupo placebo morreram, porém, “Nenhuma morte foi considerada pelos investigadores como relacionada ao lecanemab ou ocorreu com ARIA”.
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