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A fruta dá no seu tempo. Você já ouviu essa frase? Ela sempre me faz pensar sobre como a natureza segue seu ritmo, sendo regida por suas próprias leis.
Também insiste em me lembrar que não importa o quanto gostaríamos de acelerar as coisas: não temos controle sobre tudo, principalmente quando se trata de organismos vivos.
Isso inclui a empresa. Afinal, uma organização é composta por pessoas e é, portanto, um organismo bem vivo.
A questão é que, como líderes, estamos ansiosos e nos cobramos demais pelos resultados.
Então, mergulhamos em processos formais de desenvolvimento do negócio e de transformação cultural da empresa, acreditando que as metodologias serão suficientes para acelerar o “amadurecimento da fruta” e nos dar o desempenho que, como Conselheiros ou Executivos, almejamos.
Acabamos frustrados. Não porque processos e métodos não funcionam. Eles funcionam e são essenciais!
Mas porque há aspectos intangíveis no funcionamento de uma empresa, que normalmente estão ligados à dinâmica humana.
E esses aspectos, às vezes, podem funcionar como freio para os processos que desejamos ver acelerados.
É que pessoas têm “vieses” e, inevitavelmente, trarão para a mesa de reunião e para as tomadas de decisão suas experiências anteriores, seus medos e desejos. Sem que percebam – porque não é óbvio – elas serão influenciadas por limitantes emocionais, como narcisismo, desconfiança, necessidade de aprovação e uma série de outros ruídos que atrapalham a dinâmica da equipe e desacelera os processos.
Não é uma questão de ter a estratégia perfeita. Não depende apenas de um gestor fora da curva.
A empresa é um organismo vivo e, por isso, nem sempre as transformações que desejamos seguem o cronograma planejado.
O jeito é esperar. Não no sentido de ficar parado sem fazer nada. Mas de considerar e respeitar a dinâmica humana nos processos de desenvolvimento do negócio e transformação cultural.
Um bom jeito de fazer isso é promover ações que estimulem a confiança entre os membros, propostas que permitam a abertura ao contraditório e estratégias que estimulem o prazer de trabalhar em equipe.
Ao enxergar a empresa como um organismo vivo, o líder conseguirá capturar o intangível e enxergar o “ritmo da natureza” em qualquer transformação.
Esta pode até ser mais lenta do que ele gostaria. Mas, ela será como a fruta que dá no seu tempo.
Por Claudia Elisa Soares tem mais de 30 anos de experiência profissional e, atualmente, é Conselheira de Administração em companhias como IBGC, Even, Gouvêa Ecosystem e em Comitê da TUPY S.A.
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