Markup: entenda o que é e como pode ser benéfico para o seu negócio

Um dos maiores dilemas enfrentados pelo setor de comércio e varejo está relacionado à precificação de produtos. Encontrar um valor que seja justo para o consumidor e que ainda renda uma boa margem de lucro parece uma tarefa impossível, devido ao excesso de variáveis que precisam ser consideradas – entre elas, os preços cobrados pela concorrência, o custo de produção da mercadoria, as despesas fixas, variáveis, etc.

Para solucionar esse problema de uma vez por todas, foi criada uma métrica conhecida como markup, que serve para indicar quanto o preço final está acima do custo de produção. A ideia funciona como uma estratégia de precificação que estabelece um valor mais exato, a partir de uma fórmula que considera todas as variáveis envolvidas.

Muitos comerciantes adotam a estratégia de precificar seus produtos com valores inferiores aos cobrados pela concorrência, o que nem sempre é bom negócio. Em muitos casos, isso significa estabelecer preços abaixo do mercado, o que certamente é vantajoso para o consumidor, mas péssimo para os negócios. Quando o valor cobrado é menor que o custo da mercadoria, só é possível lucrar vendendo altas quantidades – caso contrário, o prejuízo é quase certo.

A partir da fórmula do markup, esse “achismo” é completamente eliminado do processo de precificação, garantindo um lucro justo por preços que continuam sendo atrativos para o consumidor. A conta leva em consideração os custos fixos do negócio (aluguel, salários, despesas, etc.), custos variáveis (frete, impostos, etc.), gastos de produção (matéria-prima, mão de obra) e a margem de lucro.

Com todos esses números em mãos, basta fazer o cálculo a partir da fórmula 100/[100 – (CF + CV +L)]. Todas as unidades que representam as variáveis consideradas precisam ser representadas na forma de porcentagem, lembrando que os lucros são estabelecidos pela própria empresa. Um exemplo: caso os custos fixos e variáveis sejam 10% cada e a margem de lucro desejada seja de 20%, o resultado do cálculo seria um markup de aproximadamente 1,66.

Depois, é só multiplicar o valor obtido pelo custo total da mercadoria – seja de produção ou da unidade, no caso de quem apenas revende. Ainda seguindo o exemplo anterior, se o produto custou R$ 50, o resultado seria R$ 83, sendo esse o valor ideal para ser cobrado naquele item e ter lucros. A partir dessa estratégia, possibilita-se precificar qualquer tipo de produto sem erros.

O markup também é bem útil para negócios estreantes que continuam calculando o capital de investimento necessário para começar. Seguindo essa lógica, é possível obter números mais exatos, facilitando na hora de solicitar um empréstimo com garantia para realizar os preparativos iniciais. Quando as vendas começarem, os lucros já estão mais que garantidos, auxiliando o negócio a prosperar rapidamente.

Ricardo

Redação Jornal Contábil

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