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Bem, nesse caso, aposentar não seria o termo tecnicamente correto, já que a aposentadoria pressupõe um período de contribuições anteriores à aquisição do Direito. No entanto, a Lei 12.762/12 (Lei do Autista) equiparou as pessoas com autismo àquelas com deficiência. É exatamente por ter havido essa equiparação que hoje os autistas têm direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) garantido pela Lei 8742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS) que, ao contrário de uma aposentadoria, pode ser concedido sem que seja necessário contribuição prévia. Legal né?!
O BPC consiste no valor de um salário mínimo e pode ser recebido por qualquer pessoa com deficiência desde que satisfaça os requisitos impostos pela LOAS.
Para receber o benefício, é necessário que duas condições sejam atendidas.
Primeiro tem que ficar comprovado por meio de perícias médicas que o solicitante possui incapacidade total e permanente para exercer qualquer atividade remunerada que possa garantir o seu sustento.
Você deve estar se perguntando: mas meu filho é uma criança, é claro que não tem condições de trabalhar! Não se preocupe! Nesse tipo de perícia, o perito do INSS buscará aferir se a deficiência do seu filho o incapacitará para o trabalho quando chegar à fase adulta. Entendeu?
Agora o outro requisito a ser satisfeito é o socioeconômico. Isso quer dizer que para o benefício ser concedido, é necessário que a renda familiar dividida entre os membros da família seja inferior a ¼ do salário mínimo para cada um. Se a sua renda familiar estiver acima desse limite, não se desespere, pois tem sido bastante comum os juízes deferirem o benefício a deficientes cuja família apresenta renda per capta (por cabeça) de até metade de um salário mínimo e que conseguiram comprovar a miserabilidade do núcleo familiar.
https://www.jornalcontabil.com.br/noticia/aposentadoria-por-diabetes-e-algo-possivel/
Rendimento provenientes de programas do governo não servem de base de cálculo para aferição de renda familiar. Só serão computados para o cálculo da renda per capta da família:
Serão considerados parte da família para efetuar o cálculo da renda familiar:
Preste atenção! Apesar de a lei ser clara sobre quem poderá ser considerado família para esses fins, é comum o INSS não excluir desse rol os irmãos casados ou que vivam em união estável, ignorando a restrição prevista no artigo 20, § 1º da LOAS. Caso seu requerimento tenha sido indeferido por esse motivo, sugerimos que procure um bom advogado para tentar corrigir judicialmente a falha de interpretação da lei cometida pelo INSS.
Antes de fazer o requerimento no INSS, é necessário fazer a inscrição do candidato ao benefício bem como da sua família no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, o qual passou a ser obrigatório para a concessão desse benefício após a publicação do Decreto nº 8.805/2016.
É por meio do Cadùnico que o governo federal faz o registro de todas as famílias de baixa renda existentes no país. Então procure um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) em sua cidade e se informe sobre os procedimentos necessários à inscrição de sua família nesse banco de dados.
Cumprida essa etapa, dirija-se até uma agência do INSS e faça o requerimento. Depois agende um horário de atendimento pessoalmente na própria agência ou pelo número 135 da Central de Atendimento da Previdência Social [ligação gratuita de telefone fixo ou público]. O agendamento também pode ser feito através do site www.previdenciasocial.gov.br.
No dia marcado, compareça ao INSS munido com
para preencher e assinar o formulário de solicitação do benefício.
Após isso, o INSS marcará uma perícia médica e social para comprovar tanto a deficiência como a incapacidade para a vida independente e para o trabalho.
Atenção! Na perícia social, assistentes sociais do INSS se dirigirão à casa do requerente com o intuito de verificar no ambiente familiar a real necessidade do solicitante de receber o benefício. Então, eles irão tirar uma série de fotos da sua residência para avaliar a procedibilidade ou não do seu requerimento.
Bem, quando isso ocorre, não resta outra saída ao solicitante que não recorrer à via judicial. Se foi isso o que aconteceu com você, procure um bom advogado. Ele analisará a sua história e avaliará suas chances de obter judicialmente o benefício almejado.
Para buscar o apoio de um advogado, é bom que você compareça ao escritório com a seguinte documentação:
Conteúdo via Cade meu direito
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