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Não foi só as lojas Americanas! Veja outras empresas que  revelaram rombos nas contas

Quando as lojas Americanas a anunciaram em 11 de janeiro deste ano, um rombo estimado em R$ 20 bilhões, o mundo veio abaixo no mercado financeiro. O grande estardalhaço foi feito. Hoje, a dívida soma R$ 47,9 bilhões.

Porém, antes da rede de lojas, outras empresas já haviam comunicado um rombo de bilhões em suas finanças. Entre elas, Kraft Heinz, CVC, IRB Brasil, Via e Grupo Itapemirim. Em uma delas foi decretada a falência. 

Leia Também: Receita Federal divulga o balanço aduaneiro referente ao ano de 2022

Kraft Heinz

Para Kraft Heinz a história foi complicada, pois foi acusada de falsificação de contratos. Tudo começou em fevereiro de 2019, quando a comissão reguladora do mercado de capitais nos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) apontou distorções em balanços de 2016, 2017 e 2018 da Kraft Heinz. Apontando erros que envolviam principalmente a área de compras, sendo acusada de falsificar contratos com fornecedores, mascarando seus gastos e, por consequência, inflando seu lucro.

A história não repercutiu bem, e a empresa foi obrigada a republicar seus balanços, que passaram a apontar uma baixa contábil de US$ 15,4 bilhões — ou R$ 57,6 bilhões, na cotação da época. 

A Kraft Heinz, em 2021, fez um acordo com a SEC e pagou multa de US$ 62 milhões para encerrar as investigações por suposta má conduta contábil.

Mas como num bom enredo de novela, a fabricante de alimentos tem pessoas bem conhecidas que a controlam através da 3G Capital. Estamos falando dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Os três são os principais acionistas das Americanas S.A.

CVC

No início do ano de 2020, a operadora de turismo CVC (CVCB3) informou que no processo de preparação de suas demonstrações financeiras relativas ao exercício social de 2019 foram constatados indícios de erros na contabilização de valores transferidos aos fornecedores de serviços turísticos referentes às receitas próprias de tais fornecedores, de cerca de R$ 362 milhões.

Naquele ano, a empresa chegou a desabar 8%, e o caso gerou a renúncia do então presidente da companhia, Luiz Fogaça, e a nomeação de Leonel Andrade para o cargo.

A situação da CVC se arrastou por meses. O que levou, um ano depois, pessoas ligadas ao Conselho de Administração a renunciarem — entre elas, Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank. 

O CEO, Leonel Andrade negou que a debandada tivesse relação com os erros contábeis, durante uma entrevista ao Jornal Estado de São Paulo.

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Grupo Itapemirim

Um dos grupos mais famosos do país, Itapemirim alcançou o mercado financeiro quando decretou falência após seis anos de recuperação judicial. A Itapemirim estava em recuperação judicial desde 2016, tendo sua falência decretada pela Justiça de São Paulo em setembro de 2022. 

A decisão definiu um prazo de até 180 dias para que o administrador judicial venda todos os bens da empresa, cujas dívidas tributárias somam cerca de R$ 2,8 bilhões. O grupo estava sendo acusado pelos seus credores de desviar dinheiro para financiar a ITA, companhia aérea que começou a operar em junho de 2021. 

Esse turbilhão de acontecimentos fez com que as empresas suspendessem repentinamente suas atividades. O que causou um grande problema, pois era vésperas do Natal e do Ano Novo, pegando passageiros de surpresa. 

O então presidente do Grupo Itapemirim, Sidnei Piva de Jesus, foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e teve seu passaporte apreendido em fevereiro do ano passado.

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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