Novo modelo de DRE: Obstáculo na Lei das Sociedades por Ações e divergências com a IFRS18

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma peça contábil fundamental para empresas, pois apresenta a síntese das atividades operacionais e não operacionais do negócio, demonstrando se houve lucro ou prejuízo em um determinado período.

O que muda com o novo modelo?

  • A DRE terá um formato mais enxuto, focando em três categorias principais: receitas, custos e despesas.
  • O objetivo é facilitar a análise das demonstrações por parte dos usuários, como investidores e analistas.

Qual o problema com a Lei das Sociedades por Ações (LSA)?

  • A LSA exige que as empresas divulguem informações específicas na DRE, que não estão contempladas no novo modelo.
  • Isso significa que as empresas brasileiras precisariam adaptar o novo modelo para atender às exigências da LSA, o que pode gerar custos e complexidade.

Divergência com a IFRS 18 na visão de Alexsandro Tavares:

A IFRS 18, norma internacional de contabilidade, propõe uma análise das despesas com base na natureza ou função, sem a mistura dos dois conceitos. Já a LSA exige a apresentação de alguns itens por função, como a segregação de gastos entre “custo” e “despesa”. Essa divergência cria um desafio para as empresas brasileiras que desejarem adotar o novo modelo de DRE.

Alexsandro Tavares é presidente da comissão de auditoria e normas contábeis da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), destaca essa divergência:

“A IFRS 18 propõe que uma entidade faça uma análise das despesas que compõem o lucro ou prejuízo operacional com base na natureza ou na função das despesas, usando qualquer método que forneça as informações mais úteis, sem mistura de natureza e função. Entretanto, a Lei das S.A. exige a apresentação de alguns itens por função”, diz Alexsandro Tavares. Quando menciona “função”, ele se refere à segregação de gastos entre “custo” e “despesa”, que não é obrigatória conforme a IFRS 18.

Saiba mais sobre IFRS18

Possíveis soluções:

  • Alterar a LSA para compatibilizá-la com o novo modelo: solução ideal, mas complexa e morosa.
  • Criar uma norma contábil brasileira que complemente o novo modelo: solução mais rápida, mas pode gerar divergências entre normas internacionais e brasileiras.

Impacto para as empresas:

  • Acompanhar o debate sobre a adequação do novo modelo à LSA.
  • Encontrar soluções para atender às exigências da LSA, caso desejem adotar o novo modelo antecipadamente.

Cronograma de Adoção:

  • Adoção mundial a partir de 1° de janeiro de 2027.
  • Implementação antecipada possível para empresas que desejarem.
Ricardo

Redação Jornal Contábil

Recent Posts

Como Contadores Podem Ganhar Dinheiro com Consultoria de Investimentos e Planejamento Patrimonial

Se você é contador e está em busca de novas formas de aumentar seus ganhos,…

37 minutos ago

A Contabilidade Verde: Como Ganhar Dinheiro com Empresas Sustentáveis e Incentivos Fiscais

Se há algo que está em alta nos negócios e na economia global, mas que…

48 minutos ago

Chove contratações que pagam até R$ 23 mil nessa carreira de TI em 2025

Se você está pensando em mudar de carreira ou quer saber qual área da tecnologia…

55 minutos ago

Empréstimo do FGTS fora do ar! E agora, quando voltará?

Se você tentou fazer um empréstimo usando o FGTS como garantia nos últimos dias e…

1 hora ago

Grafologia: pessoas inteligentes escrevem assim a letra H

Você já parou para pensar que a maneira como escreve pode revelar muito sobre sua…

1 hora ago

INSS: Mais de 25 milhões de beneficiários recebem essa semana

Milhões de aposentados, pensionistas e outros beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recebem…

2 horas ago