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O futuro dos escritórios de contabilidade

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Entrevistador: Ronnie de Sousa

Profissional de contabilidade, auditoria interna e controladoria, Bacharel em contabilidade, MBA em IFRS pela FIPECAFI/USP, sócio fundador do Portal Contábil Essência Sobre a Forma www.essenciasobreaforma.com.br com mais de 30 cursos de extensão universitária.

Entrevistado: Ailton Fernando de Sousa

Bacharel em Ciências Contábeis, Pós-graduado em Gestão Estratégica, Ex-professor do curso Técnico em Contabilidade do SENAC, exerce cargo de Gestão e Gerência de Contabilidade, Autor e coordenador de diversos livros de contabilidade.

Perguntas:

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[Ronnie de Sousa] Diante da expansão de grandes empresas na área contábil, especialmente no segmento de outsourcing, existe mercado para os tradicionais escritórios de contabilidade?

[Ailton Fernando] Não podemos decretar de fato o fim dos escritórios que não seguem a vanguarda, que não se modernizaram em termos de processos e de feedback à sociedade e especialmente a seus clientes, mas é possível prever que podem sofrer uma grande perda de clientes, especialmente empresas de médio e grande porte que necessitam de dados mais qualitativos, dinâmicos e formatados para suas áreas e mercados de atuação.

É provável que em um espaço de tempo não tão grande, tenhamos grandes empresas de contabilidade e pequenas empresas, comprometendo assim os escritórios que não investem em estrutura, tecnologia e bons profissionais.

Uma outra tendência forte, mas que desacelerou, por conta da crise, é a internalização da contabilidade, mesmo em empresas de nível médio, mas sob a batuta, sob o acompanhamento de um profissional experiente, muitas vezes advindo de escritórios de contabilidade. Digamos que está ocorrendo uma “seleção natural”.

Isso também vêm ocorrendo com as empresas que desenvolvem ERP`s voltados para o seguimento contábil, quando grandes empresas acabam comprando pequenas empresas, ou empresas de software se alinham/unem com consultorias jurídicas especializadas, garantindo assim uma parceria que alia tecnologia e expertise jurídica/tributária.

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Com a recessão que se instaurou , a sobrevivência dos pequenos e médios escritórios ficou ainda mais difícil, pois aumenta o grau de inadimplência, reduz a clientela (com empresas que fecham suas portas), com a exigências societárias, fiscais e tributárias falta dinheiro para o investimento em pessoas, tecnologia e conhecimento, logo, o processo transforma-se em uma grande bola de neve.

Duas alternativas podem ser consideradas: segmentação de clientela, ou união entre os escritórios pequenos para fortalecerem-se.

[Ronnie de Sousa] Ainda falando sobre mercado contábil, qual sua opinião sobre “contabilidade online”, é possível realizar um bom trabalho sem proximidade com o cliente?

[Ailton Fernando] O processo contábil é mais complexo e completo do que o simples registro; requer conhecimento do cliente, do ramo, do mercado, da estrutura , do processo além de constante contato e acompanhamento. A escrituração on line é uma opção a ser considerada, mas de forma moderada já que a mesma limita-se à escrituração de fato, e não ao processo como um todo.

Acredito que seja uma opção válida para o processo de classificação, reduzindo a mão-de-obra, mas deve se estender além dessa operação. Quando a consultoria contábil é contratada, geralmente o contrato prevê a escrituração contábil, fiscal, administração da folha de pagamento, envio dos tributos, confecção das obrigações acessórias, mas outros aspectos como planejamento tributário, orientação quanto a melhores opções de negócios, orientação administrativa, criação de controles internos, otimização de processos, revisão/criação de fluxos de caixas e outros “N” exemplos de atividades próprias do contador não podem ser definidas, criadas e difundidas de forma “on line”.

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De fato, acredito que a escrituração possa ser realizada on line, porém, além da mesma ainda ter que ser revisada, no entanto, não vejo resultados satisfatórios para as demais etapas de todo o processo.

[Ronnie de Sousa] Os gestores e profissionais que atuam em escritórios de contabilidade estão preparados para enfrentar questões complexas da atualidade, como IFRS, SAT, e-Social, Bloco K, entre outros assuntos?

[Ailton Fernando] Ainda não estão; especialmente por conta do momento crítico o qual atravessamos (empresas fechando, inadimplência alta, dificuldades na contratação, etc…)e por conta da forma como essas novidades/exigências/obrigações são expostas.

Infelizmente as obrigações são apresentadas de uma forma extremamente impositiva, onde o tempo de preparo é insuficiente tanto para os empresários clientes quanto para os empresários e profissionais de escritórios contabilidade absorverem. O próprio Fisco, responsável pela criação e implantação tem dificuldades em lidar e orientar.

Na tentativa de compreensão e de atenderem a todas as exigências alguns gestores/empresários de escritórios buscam atualizações através de cursos e treinamentos, outros investem em ferramentas (softwares), porém, a grande maioria não tem a possibilidade de tempo e recursos para essas ações.

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O grande problema é que mesmo os empresários/gestores de contabilidade que conseguem se qualificar e investir em tecnologia também têm grande dificuldade em atender todas as obrigações e exigências, porque boa parte dos dados devem ser gerados/reportados pelo cliente, e nem sempre o cliente tem essa condição, logo, existem problemas sérios nas duas pontas.

O IFRS era um desconhecido para grandes partes dos gestores, e apenas a partir de Lei 12.973/2014 passou ser mais amplamente difundido pela classe, porém, ainda não há consenso (apesar de necessário) da adoção, já que mesmo o modelo simplificado (ITG 1000) requer dados os quais nem sempre são disponibilizados aos escritórios, ou os empresários clientes não estão dispostos a investir no levantamento de tais (como por exemplo teste de recuperabilidade de estoques, ou impairment no bens do ativo), inda temos um desafio na implantação do IFRS, especialmente para PME.

O bloco K e o E-Social são exemplos de obrigações que necessitam quase que 100% dos dados gerados pelo próprio cliente e devem ser inseridos na rotina da empresa, logo, escritório de contabilidade, através de seus gestores necessitam reavaliar com os clientes quanto à responsabilidade pelo cumprimento dessas novas obrigações.

Via de regra, o despreparo é comum aos clientes e aos escritórios, e para amenizar essa situação deveria ser revisto todo o processo e formato de criação, exigência e educação quanto às obrigações; inclusive, até mesmo na constituição de um novo negócio/uma nova empresa o futuro empresário deveria se submeter a um treinamento que o preparasse para o empreendimento.

[Ronnie de Sousa] De que forma a crise econômica que estamos vivendo esta atingindo os escritórios de contabilidade? Existe uma forma de driblar a crise neste segmento?

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[Ailton Fernando] Infelizmente os reflexos são os piores, porque a inadimplência e o fechamento de empresas reduz as receitas e forçam os escritórios a reduzirem suas estruturas, principalmente com demissões.

O grande problema é que as demissões acabam não resolvendo o problema, pois quando a empresa decide encerrar suas atividades já não possuem recursos para honrar as dívidas existentes inclusive com os escritórios.

A crise chegou no pior momento possível, já que para manter a clientela o escritório precisa realizar investimentos e contratações que garantam a qualidade e pontualidade da informação e cumprimento das obrigações; o que percebemos é o encolhimento dos escritórios e a aposta em outras áreas, como por exemplo, a administração do financeiro (contas a pagar/receber e fluxo de caixa) de clientes, correspondentes bancários , terceirização de áreas internas (TI, por exemplo)para reduzir custos.

Como driblar a crise? Dando motivos para que o cliente perceba o quanto é necessária a participação e o trabalho do escritório; sendo parceiro e atendendo as necessidades com pontualidade e agilidade (dentro do que lhe compete)e, se for o caso, trazendo a possibilidade, se necessário, de flexibilidade em uma eventual negociação, mas a oferta de outras atividades, como administração do financeiro, outras opções tributárias que possam resultar em economia têm trazido bons resultados.

[Ronnie de Sousa] Trabalhar em uma grande empresa, concurso público ou abrir um escritório, qual conselho você deixa para os jovens profissionais de contabilidade que estão se formando.

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[Ailton Fernando] É preciso seguir a vocação. Um profissional de contabilidade por natureza já tem características inerentes á profissão, como percepção, leitura constante interpretação são algumas dessas características, porém, outros fatores muito pessoais devem ser levados em consideração na condução da carreira, inclusive o fator financeiro também.

Geralmente a opção por um concurso público é uma escolha mais segura, estável e que não apresenta grandes alterações de rotina.

Um escritório de contabilidade pode ser algo mais desafiador, de acordo com a clientela, que geralmente é pulverizada, e força o profissional a ser muito generalista e bem integrado/adepto à leitura, isso apenas no âmbito técnico, sem mencionar a questão da administração de pessoal (equipe) e a busca por novos clientes e todos os aspectos administrativos e financeiros recorrentes a todo empreendendor.

O trabalho em uma grande empresa pode ser o meio termo entre uma rotina e desafios constantes, no entanto, pode ser uma atividade que iniba o desenvolvimento do profissional, que certamente terá que obedecer regras, hierarquia e percorrer um caminho longo para formação de um plano de carreira.

O ideal seria poder participar das três experiências, para que o profissional pudesse desenvolver uma carreira segura e consistente, de acordo com situações reais e vividas, mas provavelmente não haverá espaço e tempo para esse tipo de experiência, logo, cabe ao profissional questionar, ler, observar e interpretar os prós e contras para as três opções, ter percepção de sua personalidade quanto às características apresentadas, verificar sua necessidade financeira, e seja qual for a opção escolhida, esforçar-se ao máximo, demonstrar disponibilidade, buscar conhecimento contínuo, ou seja, jamais acomodar-se.

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[Ronnie de Sousa] Deixo este espaço para sua conclusão

[Ailton Fernando] Acredito que espaços como esse, onde temos a oportunidade de relatar nossas experiências e opiniões são essenciais para conhecimento e formação da opinião de vários membros da sociedade a respeito de aspectos e situações as quais nem todos têm o devido conhecimento, pois não fazem parte da convivência da maioria.

Informações, esclarecimentos e discussões úteis que poderão e influenciarão a decisão tanto de profissionais recém formados, quanto dos mais experiências e no mais variado nível de hierarquia.

Apesar do momento de crise, é oportuno informar a valorização moral e crescimento da participação dos profissionais de contabilidade no mercado, especialmente nos conselhos de administração, a partir da adoção ao IFRS, e mesmo o país indo na contramão, podemos nos orgulhar dessa conquista.

No entanto, carecemos de uma classe contábil mais participativa no cenário econômico, social e político, com mais parcerias com órgãos (como OAB) e mais representantes no Governo, porque somos parte essencial dessa sociedade, especialmente no âmbito da arrecadação e fiscalização.

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Por fim, é por ter vivido profissionalmente por 22 anos em consultorias contábeis que continuo desenvolvendo métodos, processos e ferramentas que buscam facilitar a vida dos escritórios e atender de forma adequada, eficiente, rápida menos custosa e mais qualitativa tanto Fisco quanto cliente. (Com Portal www.essenciasobreaforma.com.br)

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O que esperar da reunião do Fed e Copom

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Na próxima quarta-feira, dia 04/05, ocorre o que o mercado financeiro considera como Super Quarta, data em que o Fed, nos EUA, e o Copom, no Brasil, devem se reunir. Diante da inflação global, o mercado financeiro aguarda uma decisão e tem a expectativa de aumento de taxa de juros brasileira (SELIC) e americana – Fed considera aumento de 0,50 p.p. na taxa de juros dos EUA em maio.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a expectativa é de que a taxa básica de juros chegue a 13,25 % ao ano até o fim de 2022 para segurar a inflação. A Selic é o principal instrumento do Banco Central no controle da inflação.

Para comentar os impactos negativos e positivos da alta da taxa de juros nos EUA para os investidores brasileiros e na bolsa de valores, sugerimos a entrevista com Felipe Reymond Simões, diretor de Investimentos da WIT Asset.

Pontos que podem ser abordados:

  • Os impactos da alta da taxa de juros nos EUA para os investidores brasileiros.
  • Como países emergentes, como o Brasil, podem se beneficiar do aumento dos juros americano e brasileiro. E quais os impactos negativos na bolsa de valores.
  • É hora de revisar as carteiras de investimentos. O que a WIT Asset tem aconselhado aos clientes investidores.
  • As ações recomendadas para maio.
  • Análise a curto e longo prazo, médio e longo prazo a respeito das commodities.

Sobre a WIT – Wealth, Investments & Trust

A WIT – Wealth, Investments & Trust é uma empresa especialista na gestão de patrimônio para pessoas, grupos familiares e empresas, atuando nas áreas de câmbio e remessas internacionais; assessoria de investimentos; seguros e benefícios; ativos imobiliários; consultoria patrimonial; e serviços financeiros. A WIT tem escritórios em São Paulo e nos principais centros econômicos do interior paulista: Campinas, Piracicaba, São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba e Votuporanga. Conta com uma equipe de mais de 200 profissionais que agregam valor ao seu patrimônio para que você valorize o melhor da vida.

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Cinco Contadores que mudaram o mundo

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E enquanto brincamos com as noções antigas de que a contabilidade é uma reserva empoeirada de homens com viseiras em escritórios marrons cercados por livros de contabilidade intermináveis, esta também é uma oportunidade de aprender algo novo sobre os momentos mais notáveis ​​desta antiquíssima profissão.

Nos bastidores de alguns dos eventos e movimentos mais famosos da história, você encontrará contadores ultrapassando os limites e construindo as bases de como lidamos com nosso dinheiro e, consequentemente, alterando nossas vidas na sociedade em geral.

Frank J. Wilson

O gangster Al Capone de Chicago é famoso em todo o mundo por comandar o crime organizado nos Estados Unidos durante a era da proibição. Ele nunca teve nenhuma conta em banco, nem apresentou uma declaração de imposto de renda, mas conseguiu gerar até $ 100 milhões de renda, secretamente.

Foi uma equipe corajosa de contadores da Receita Federal, chefiada por Frank J. Wilson, que vasculhou mais de dois milhões de registros financeiros para finalmente derrubar Capone e colocá-lo na prisão.

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Nada mal para um trabalho administrativo bem feito e o estabelecimento de precedentes para a importância da contabilidade forense hoje.

Mary Addison Hamilton

Mary Addison Hamilton, junto com Bessie Rischbieth e Mary Bennet, pode ter feito mais pelo movimento feminista na Austrália durante o início do século 20 do que qualquer outra mulher da época.

Liderando pelo exemplo, Hamilton superou as expectativas acadêmicas ao passar nos exames da Câmara de Comércio de Fremantle com as maiores pontuações na Austrália Ocidental. Ela então teve aulas noturnas para se tornar a primeira contadora pública certificada do país.

Em um campo totalmente dominado por homens, ela mudou a maré e forneceu verdadeira inspiração para as mulheres de todo o mundo ultrapassarem os preconceitos da época.

Josiah Wedgwood

Josiah Wedgwood é o pai da contabilidade de custos, tendo desenvolvido o primeiro sistema confiável para rastrear os custos e lucros finais em 1772.

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Durante uma crise econômica, Wedgwood testou seu sistema em sua própria empresa de cerâmica. O sucesso foi tanto que descobriu um esquema fraudulento executado por seu secretário-chefe.

A firma de cerâmica de Wedgwood sobreviveu à crise econômica da época e ainda está presente, fornecendo a milhões de pontos de venda em todo o mundo cerâmicas e cristais icônicos. O poder de uma boa contabilidade para a longevidade dos negócios é inegável.

John Pierpont Morgan

O humilde contador JP Morgan começou a vida em um banco de Nova York em 1857. A partir de então, seu brilhantismo com dinheiro salvou o sistema bancário americano na década de 1890, estabilizou o mercado americano durante o pânico de 1907 e, desde então, sobreviveu e evoluiu para Hoje, a empresa de serviços financeiros líder do mercado global ainda leva seu nome.

Atualmente, a empresa doa US $ 200 milhões anualmente a organizações sem fins lucrativos para causas e esforços para tornar o mundo um lugar melhor para todos. Se JP Morgan pensasse que mudou o mundo durante sua vida, talvez nunca tivesse imaginado o impacto que sua empresa teria após sua morte.

No dia do funeral de JP Morgan em 1913, a Bolsa de Valores de Nova York suspendeu as negociações até o meio-dia. Foi por respeito a um contador lendário.

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Luca Pacioli e Amatino Manucci

Amatino Manucci é o homem que documentou pela primeira vez a prática da contabilidade por partidas dobradas por volta do ano 1300.

Tal como acontece com muitos assuntos de gênio, não foi capitalizado até cerca de 200 anos depois, quando Luca Paciola popularizou o sistema em seu livro Summa de arithmetica, geometria – Proportioni et proporcionalita. O livro de Pacioli também detalhou um processo de equilíbrio do livro-razão e um sistema para desencorajar a fraude por meio de análises independentes do livro-razão.

500 anos depois, em 1994, sua cabeça foi apresentada em um selo italiano. Reconhecimentos como esse não acontecem para realizações superficiais, comprovando o impacto absoluto na vida que um contador pode ter.

Embora esses nomes possam ser facilmente eclipsados ​​pelas multidões de celebridades de hoje e outros humanos aparentemente lendários ao longo da história, não há dúvida de que também são os parceiros silenciosos que moldam o nosso mundo, e um grande número deles são contadores.

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Estudo: Entenda o que é um estado de sítio e quando ele pode acontecer

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Discussões sobre estado de sítio, estado de defesa e calamidade pública tomaram força desde o 7 de Setembro. A ideia de estabelecer um estado de sítio tem sido ventilada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Há diferentes tipos de regras de exceção que são adotadas em períodos considerados anormais. Além do estado de sítio e da calamidade pública, também há o estado de defesa, que é de uma gravidade intermediária entre o Estado sitiado e a calamidade.

Entenda o que significa cada um:

Estado de defesa

O estado de defesa está previsto no artigo 136 da Constituição Federal e busca “preservar ou prontamente restabelecer a ordem pública ou a paz social”. Existem duas hipóteses para a aplicação deste instrumento: grave e iminente instabilidade institucional ou calamidades de grandes proporções naturais.

O estado de defesa dura 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, e permite ao presidente adotar as medidas previstas no artigo 136 da Constituição Federal. Segundo este artigo, o presidente pode decretar o estado de defesa “em locais restritos e determinados”, nos quais a ordem pública ou a paz social estejam ameaçadas.

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Se decretado, pode ficar proibida a reunião, “ainda que exercida no seio das associações”. Podem ser quebrados os sigilos de correspondências e de comunicação telefônica.

Enquanto estiver em vigor, fica permitida “a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, [que] será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial”, diz a Constituição.

Porém, a Constituição também prevê que o presidente da República “dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta”. O Congresso tem até dez dias para apreciar o texto.

Estado de sítio

Previsto no artigo 137, o estado de sítio, mais grave que o de defesa, pode ser decretado após o presidente ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional e solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio.

Ele pode ser decretado quando há comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. Quando há declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

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O estado de sítio não pode ser decretado por mais de 20 dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior. Porém, ele pode ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira, se esses forem os casos.

Uma vez decretado, permite a detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns. Ele elimina as restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei.

Ele suspende a liberdade de reunião. Permite busca e apreensão em domicílio e intervenção nas empresas de serviços públicos, além de requisição de bens.

Para entrar em vigor, o presidente precisa solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatando os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.

Nas redes sociais já existem boatos que o Presidente Jair Bolsonaro tenha declarado estado de Sítio, que ainda não foi confirmado por fontes oficiais.

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