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Operação da PF revela que maquininhas de cartão de crédito foram usadas pelo PCC para lavagem de dinheiro, gerando prejuízo de R$ 450 milhões a empresários

Uma operação da Polícia Federal (PF) que investigou a administradora de cartões Inovepay por suspeita de lavagem de dinheiro ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou um rastro de prejuízos para milhares de empresas em todo o Brasil. Cerca de três mil comerciantes tiveram seus pagamentos bloqueados, totalizando um rombo de R$ 450 milhões.

A investigação, que culminou na prisão de 14 pessoas em agosto de 2024, revelou que as máquinas da Inovepay eram utilizadas por empresas fictícias e indivíduos ligados ao tráfico de drogas para movimentar recursos ilícitos.

A Justiça Federal bloqueou os ativos da empresa para garantir o ressarcimento dos comerciantes lesados. Apesar da posterior liberação dos valores para pagamento, muitos empresários afirmam que o dinheiro ainda não foi repassado.

Comerciantes relatam dificuldades e incertezas

Ugo Zambon, proprietário de um buffet em Curitiba, é um dos empresários que ainda não recebeu os valores devidos. “Aguardamos por esse dinheiro que sumiu do dia para a noite. Agora, precisamos recorrer à justiça cível e não sabemos quanto tempo isso pode levar”, desabafa.

Paulo Staut, dono de um posto de combustíveis em São José dos Pinhais, teve que recorrer a um empréstimo com juros exorbitantes para cobrir o rombo nas contas. “Fiz um empréstimo a um custo altíssimo porque precisava garantir o funcionamento do meu negócio. O calote foi significativo”, relata.

Para Paulo Fernando da Silva, presidente da Paranapetro, entidade que representa postos revendedores de combustíveis no Paraná, o caso desacredita o sistema financeiro. “Se alguém se esquiva dessa obrigação, quem arca com as consequências são os estabelecimentos comerciais”, lamenta.

Imbróglio judicial e falta de respostas

A Adiq Pagamentos, responsável por repassar os valores das vendas para a Inovepay, afirma ter depositado os montantes em juízo. No entanto, a Justiça Federal de Campinas contesta essa informação, alegando que apenas R$ 19 milhões estão disponíveis, uma fração do total devido.

Enquanto isso, a Inovepay, em nota publicada em seu site, alega que a decisão judicial que bloqueou seus ativos foi “precipitada” e impede a realização dos pagamentos. A empresa não respondeu aos questionamentos da imprensa sobre a situação.

Comerciantes buscam justiça e Banco Central se manifesta

Diante do impasse, a Justiça Federal orienta os comerciantes a buscarem a justiça cível para tentar reaver seus créditos.

O Banco Central, por sua vez, mantém a posição de não comentar casos específicos, mas reafirma seu compromisso com a solidez e a eficiência do sistema financeiro nacional.

O caso da Inovepay expõe a fragilidade do sistema de pagamentos e deixa um alerta para a necessidade de maior rigor na fiscalização e controle das empresas que operam nesse setor. Enquanto isso, milhares de comerciantes seguem à espera de uma solução para o prejuízo milionário, amargando dificuldades financeiras e incertezas sobre o futuro de seus negócios.

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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