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Pesquisa mostra que juros altos e Inflação impactam na confiança dos empresários do comércio

De acordo com a pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio, analisada pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em Belo Horizonte, o ICEC permanece em nível de satisfação, aos 101,1 pontos, apesar de ter sofrido, em fevereiro, queda de 7 pontos em relação ao observado no mês de janeiro. Apesar de registrar queda, o nível de expectativas e a intenção de contratar funcionários seguem em patamar de confiança entre os empresários do comércio da capital.  

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) é subdividido em outros três indicadores: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC).

A pesquisa de fevereiro mostra que os dois grupos de empresários entrevistados na pesquisa, com até 50 empregados e acima desse número de colaboradores, divergem quanto ao nível de confiança. Aqueles acima de 50 empregados mantêm nível de confiança aos 100,1 pontos, enquanto o grupo com menos funcionários está ligeiramente abaixo, aos 99,7 pontos, abaixo do nível de confiança.    

O segmento de bens semiduráveis ostenta maior confiança com 109,9 pontos, seguido por não duráveis com 101,3 pontos e duráveis, um pouco abaixo do nível de confiança, aos 90 pontos.

Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, destaca que a confiança do empresário do comércio vem apresentando uma tendencia de queda nos últimos meses, com uma queda mais acentuada nos dois primeiros meses do ano de 2025. “Notamos que a confiança dos empresários do comércio vem retraindo ao longo dos meses. Essa tendencia de queda foi modificada apenas entre os meses de outubro, novembro e dezembro de 2024, meses que compõe o chamado “super trimestre” para o comércio varejista. Desta forma, é natural que os empresários tenham sua confiança elevada durante o período”, explica Martins.

“As taxas altas de juros aplicadas no mercado é um dos principais fatores que fazem com que os empresários repensem seus níveis de investimentos. Acrescido a isso, a alta de preços de produtos essenciais para a logística comercial, como os combustíveis, e a desvalorização do real frente ao dólar afeta diretamente a percepção dos empresários quanto a situação atual do comércio. Essa soma de fatores afetam as expectativas e, juntos, explicam a retração da confiança do empresário do comércio nos últimos meses”, conclui Gabriela.

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Condições atuais da economia, do comércio e das empresas

No mês de fevereiro, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec) atingiu 75,1 sendo 5,6 pontos abaixo do verificado em janeiro. Para 75,5% dos empresários do comércio, a condição atual da economia piorou. Para 41,5%, a economia piorou muito e para 34,0% piorou pouco.

A percepção de que as condições do comércio pioraram em fevereiro foi apontada por 64% dos empresários, aumento de 4,6 pontos percentuais em comparação com janeiro. Para 28,4%, melhoraram pouco e para 7,6% melhoraram muito.

A condição atual da empresa foi avaliada como sendo pior do que a verificada em janeiro para 51% dos empresários. Essa percepção aumentou 2,9 p.p. em relação ao mês anterior. Empresários com mais de 50 empregados sentiram essa piora um pouco menos, 47% do total, enquanto para aqueles com menos de 50 funcionários, a percepção de piora da empresa chegou a 51,1%   

Expectativa para economia, o comércio e a empresa

O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) fechou a 121,7 pontos em fevereiro, 8,4 pontos abaixo de janeiro. O nível continua sendo de confiança, acima dos 100 pontos, entre todos os portes de estabelecimentos comerciais e segmentos de bens. A expectativa para a economia brasileira atingiu 103,4, pontos ficando 11,7 p.p. abaixo do mês anterior. Apenas o segmento de duráveis não registra nível de confiança na economia, aos 92,5 pontos.

Os empresários do comércio de Belo Horizonte permanecem confiantes no futuro da economia do país em fevereiro com 54,4% apostando em melhora neste cenário; este percentual é 8,4 pontos abaixo de janeiro.

A expectativa para o comércio registrou 124,9 pontos, nível de confiança, mas menor do que visto em janeiro quando atingia 131,4 pontos. No mês de fevereiro, 67,2% disseram acreditar na evolução do setor, valor inferior ao observado em janeiro (72,1%).

As expectativas para a própria empresa, de aumento das vendas, continuam altas conforme indicam 74,8% dos entrevistados, apesar de ser menor do que o verificado em janeiro (80,1%).

Contratações, nível de investimento e estoques atuais

O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (ILIEC) de fevereiro permanece em nível de confiança aos 103,5 pontos, registrando queda de 7,1 pontos em relação ao mês anterior (110,6).

A expectativa de contratação permanece positiva: 67,2%, com 55,2% dos empresários indicando que vão aumentar pouco o quadro de funcionários. Para 25,2%, a tendência é de reduzir pouco as contratações. 

O nível de investimentos das empresas teve queda entre janeiro e fevereiro, de 50,6% para 45,9%. Os estoques estão adequados em 62,2% das empresas de comércio de Belo Horizonte, sendo que em 21,3% delas está acima e em 16,5% está abaixo do adequado. 

Sobre a Fecomércio MG

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 51 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.

Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para as empresas e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e impulsionar a economia mineira.

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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