Levantamento do IESS aponta que setor ainda depende de uma continuidade no processo de geração de empregos formais para apresentar crescimentos mais expressivos
De acordo com o último dado divulgado na Sala de Situação, ferramenta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mais de 1,6 milhão de beneficiários passaram a contar com planos exclusivamente odontológicos em abril de 2019 ante o mesmo mês do ano anterior. Segundo a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o segmento cresceu 7,1% no período analisado, totalizando 24,6 milhões de vínculos no País.
O maior avanço ocorreu no Sudeste, que registrou 1,1 milhão de novos vínculos, com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio de Janeiro foram registrados 409 mil novos beneficiários, o que elevou o total de vínculos no Estado de 2,9 milhões para 3,3 milhões, alta de 14,2%. Já em São Paulo, o incremento registrado foi de 5,2%, levando a base no Estado de 8,3 milhões para 8,7 milhões, com 429,6 mil novos vínculos.
“Além de serem mais acessíveis do que os médico-hospitalares, os planos exclusivamente odontológicos têm sido, cada vez mais, ofertados pelos contratantes como forma de atrair e reter talentos. Então, com o aumento registrado pelo Caged no saldo total de postos de trabalho com carteira assinada em abril, é natural que a procura por esses planos também avance”, analisa José Cechin, superintendente executivo do IESS. “Além disso, com mais pessoas empregadas, também aumenta a capacidade de as famílias contratarem esses planos com recursos próprios”, completa.
Embora os planos exclusivamente odontológicos avancem com vigor, os planos médico-hospitalares começam a sentir os efeitos desse saldo positivo do emprego em abril, mês em que apresentaram o primeiro avanço, desde novembro de 2018, de 59,1 mil novos beneficiários comparado com março. Já na comparação anual, o número de beneficiários ficou estável, com avanço de apenas 5,8 mil novos vínculos nos 12 meses encerrados em abril de 2019 (aumento 0,01%). “Apesar de o segmento apresentar um crescimento ainda pouco expressivo, o resultado pode ser comemorado, especialmente após o período de forte perda em 2015 e 2016, de mais de 3 milhões de vínculos”, comenta Cechin, que lembra que em dezembro de 2014 o setor contava com mais de 50 milhões de beneficiários. Espera-se que o movimento de abril tenha continuidade daqui para a frente.
O executivo aponta, entretanto, que se o mercado de trabalho continuar o ritmo de retomada registrado em abril, a contratação de planos de saúde médico-hospitalares tende a avançar e engatar o processo de retomada dos beneficiários perdidos. Claro, essa não será uma jornada rápida.
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