Na última sexta-feira (25), os Estados Unidos e a União Europeia firmaram um acordo, onde os EUA fornecerão pelo menos 15 milhões de metros cúbicos de gás até o fim do ano para a Europa. Com isso o gás liquefeito (GNL) pode ficar mais caro aqui no Brasil,
O acordo tem o objetivo de possibilitar que os países europeus diminuam a dependência energética que possuem com a Rússia. Hoje o país é responsável por 40% do gás que o bloco consome.
Porque esse acordo atinge o Brasil?
Como o acordo ainda é muito recente ainda não se tem muitos detalhes sobre ele, e a dúvida agora é sobre de onde esse volume sairá?
Devemos pensar em duas alternativas: a primeira delas é de que esse volume a mais que os Estados Unidos deseja prover seja fruto de uma produção extra.
A segunda e mais preocupante alternativa, é se esse gás seria o mesmo a ser direcionado a outros países como o Brasil.
Caso a alternativa escolhida seja a segunda, o mundo todo pode ser afetado, incluindo o Brasil, onde o preço do gás já está bem salgado.
O que dizem os especialistas?
Segundo a Petrobras, o GNL representa cerca de 27% do consumo nacional e é muito usado como combustível para as usinas termelétricas.
Apesar do acordo, os preços do gás vão continuar elevados nos próximos anos com as incertezas do conflito envolvendo Ucrânia e Rússia, é o que diz Mauro Chavez, diretor de gás e GNL na Europa da consultoria Wood Mackenzie.
Ainda de acordo com Chavez, “Os preços vão continuar altos e isso é ruim para o Brasil, pois se tivermos uma nova seca vamos precisar continuar comprando mais GNL para abastecer as térmicas e esse cenário de alta vai se refletir no valor da energia elétrica paga pelos brasileiros” disse
Rivaldo Moreira, presidente da consultoria Gas Energy, afirma que os EUA investiu o suficiente no setor nos últimos anos para cumprir o acordo com a Europa e ainda manter a oferta para outros países. Por essa razão não deve haver escassez de gás para o Brasil.
A desorganização da cadeia de suprimentos é o que realmente impacta o país, de acordo com o especialista “O Brasil, e basicamente a Petrobras, importa cargas de GNL quando precisa. E vamos ver muitos países que são mais dependentes de gás no mundo buscando se contratar para o médio e longo prazos e isso vai de certa forma reduzir a oferta de GNL no mercado spot (livre)”, disse Moreira.
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