Segundo Marcelo Arone, headhunter e especialista em recolocação executiva, o Brasil não tem o melhor cenário para sucessão. Entretanto, essa realidade pode ser modificada se olharmos para o futuro das empresas de forma mais profissional e menos provinciana: “o jovem de hoje sabe o que quer, e nem sempre é o que a família espera dele”, explica o especialista.
Marcelo afirma que “as empresas que passam por um plano de sucessão sobrevivem até a segunda geração”. É um período curto, especialmente quando estamos falando sobre as expectativas paternas: “muitos pais sonham que seus filhos levem adiante as empresas que eles construíram. Infelizmente, essa não é bem a realidade que vivemos hoje”.
Entre os principais separadores entre sonho e realidade estão a falta de preparo das novas gerações e as diferenças de vocação com o advento das novas tecnologias. “Talvez hoje, tenhamos uma capacidade maior de abraçar diferenças.
Mas, até algum tempo atrás, pais analógicos e filhos tecnológicos enfrentaram muitas dificuldades para conciliar suas posições nas empresas”, lembra ele.
O headhunter lembra que “as gerações dos nossos pais e dos nossos avós tinham o dever de assumir a empresa ou o negócio da família, mas essa não é a realidade de hoje. Os jovens querem assumir o comando de seus futuros, que nem sempre serão dentro do seio familiar”.
Marcelo dá algumas dicas para um processo de sucessão bem feito:
A questão é: “não é porque é da família que o talento ‘está no sangue’. É preciso conscientizá-la sobre suas habilidades e é preciso que ela entenda que não é uma brincadeira, ou mesmo um estágio, é um caminho a ser escolhido, de fato, e há muito em jogo, do nome da família às, muitas vezes, centenas de pessoas que dependem da companhia para sobreviver”, finaliza.
Por Marcelo Arone é Headhunter, especialista em recolocação executiva e sócio da OPTME RH, com 12 anos de experiência no mercado de capital humano
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