Em maio, a produção industrial no Brasil teve uma variação positiva de 0,3%, recuperando-se após uma queda de 0,6% no mês anterior. Em março, a indústria já havia registrado um avanço de 1,1%, interrompendo dois meses consecutivos de queda. No acumulado do ano, o setor apresenta uma perda de 0,4%, enquanto nos últimos 12 meses a variação foi nula, ou seja, não houve crescimento. Esses dados são provenientes da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar de apresentar um resultado próximo à estabilidade, quando comparamos o nível de produção em maio com o de dezembro do ano anterior, a indústria registra um saldo positivo de 0,4%. O resultado de maio também mostra uma disseminação de taxas positivas em três das quatro principais categorias econômicas e em 19 dos 25 setores investigados. Essa ampla abrangência de crescimento é a maior desde setembro de 2020, quando 23 atividades apresentaram aumento. Naquela época, o setor industrial estava se recuperando das fortes perdas enfrentadas em março e abril daquele ano, durante o início da pandemia de Covid-19 no país.
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Apesar do resultado positivo em maio, a indústria ainda se encontra 1,5% abaixo do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 18,1% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011. Ao comparar com abril, os setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (7,4%) e máquinas e equipamentos (12,3%) foram os que mais influenciaram positivamente o resultado da indústria.
No setor de derivados do petróleo, esse foi o quarto mês consecutivo de resultado positivo, acumulando um ganho de 15,0% nesse período. Já o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias voltou a crescer após dois meses consecutivos de queda, nos quais registrou uma redução de 2,6%. André Macedo, gerente da pesquisa, destaca que “março e abril foram marcados por paralisações e concessões de férias coletivas no setor. O crescimento em maio é explicado pela retomada da produção”.
Na mesma comparação, a expansão do setor de máquinas e equipamentos contribuiu para a recuperação de parte da queda registrada em abril (-11,7%). Segundo o gerente da pesquisa, “nesse segmento, é importante destacar o aumento na produção de bens de capital destinados ao setor agrícola e à área da construção”. Os bens de capital são itens utilizados na produção de outros produtos na indústria, como é o caso de máquinas e equipamentos.
Outras atividades apresentaram resultados positivos em maio, como indústrias extrativas (1,2%), produtos de metal (6,1%), outros equipamentos de transporte (10,2%), metalurgia (2,1%), produtos diversos (6,6%) e couro, artigos para viagem e calçados (4,9%).
Por outro lado, alguns setores exerceram pressão negativa sobre a indústria, como o de produtos alimentícios (-2,6%), que registrou queda pelo quinto mês consecutivo, e o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), que também havia apresentado retração em abril (-0,4%).
André Macedo destaca, no entanto, que o setor de alimentos vinha obtendo resultados positivos no final do ano passado. “Se considerarmos um período mais longo, o saldo desse setor é positivo. Além de ser precedido por taxas positivas significativas, o resultado negativo em maio está relacionado a outros fatores, como a redução na produção de carne bovina e derivados de soja”, acrescenta. O setor de alimentos, que representa cerca de 15% do índice geral, acumula um ganho de 8,3% quando somamos os últimos três meses de 2022 e os primeiros cinco meses deste ano. No entanto, com as cinco quedas consecutivas, o setor acumula uma perda de -9,7%.
Por outro lado, a queda no setor de produtos farmacêuticos, que possui um peso menor na indústria, está relacionada a um comportamento característico desse setor. “Essa atividade apresenta uma característica peculiar em relação às taxas de crescimento, tanto positivas quanto negativas. As oscilações nos resultados estão relacionadas à produção: há meses em que a variação é mais acentuada, com taxas de crescimento de dois dígitos, como no final do ano passado, e em outros meses ocorre uma redução, devido ao controle de estoques praticado nesse setor”, explica o pesquisador.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a produção industrial registrou um avanço de 1,9%, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas e em nove dos 25 ramos pesquisados. Destacam-se as indústrias extrativas (12,0%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,1%) e produtos alimentícios (5,8%), que tiveram maior influência no índice geral.
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Outros setores que contribuíram positivamente foram outros equipamentos de transporte (23,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2,8%) e impressão e reprodução de gravações (18,8%). “Com o crescimento de 1,9%, a atividade industrial registra o maior avanço desde junho de 2021, quando cresceu 12,1%, revertendo a queda observada em abril”, destaca Macedo. No mês anterior, a indústria havia apresentado uma redução de 2,7% nessa comparação.
Por outro lado, entre as 16 atividades em queda em relação a maio do ano passado, destacam-se produtos químicos (-6,4%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-16,7%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-13,6%).
Por: Gabriel Dau
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