A advogada Fernanda de Paula A. Garcia, do escritório Zürcher Advogados, orienta empresas de todos os setores a ficarem atentas à Nota Técnica 01/21 do Ministério Público do Trabalho , que contém novas recomendações relativas às trabalhadoras gestantes durante a pandemia da Covid-19.
A profissional pondera que, embora as medidas propostas não sejam legalmente impositivas, , “a melhor alternativa é atendê-las, pois proteger a vida transcende às leis ordinárias e é um princípio de nossa Constituição”.
A advogada trabalhista observa que a nota técnica sugere a manutenção das gestantes em home office.
Caso sua atividade somente possa ser exercida presencialmente, a orientação é no sentido de que sejam designadas para setores com menor risco de contágio ou dispensadas do comparecimento ao local de trabalho, por meio de uma das seguintes alternativas: interrupção do contrato de trabalho; concessão de férias coletivas, integrais ou parciais; suspensão dos contratos de trabalho (lay off); ou suspensão do contrato de trabalho para fins de qualificação (art. 476-A da CLT).

“Mas, atenção, em todos esses casos o documento do MPT defende a manutenção da remuneração das funcionárias durante todo o período”, ressalta Fernanda de Paula, explicando: “Na visão do órgão, a omissão no afastamento de gestantes durante o período de epidemia de Covid-19, independentemente da idade gestacional uma vez que considerado grupo de risco, pode configurar-se como responsabilidade civil (art. 186 do CC), administrativa e criminal (art. 132 do CP)”.
A advogada também orienta as empresas que qualquer acordo de afastamento seja feito por meio do sindicado laboral ou convenção coletiva, garantindo-se, assim, mais segurança às trabalhadoras e ao empregador.
Ela salienta, ainda, que a nota do MPT reforça que a demissão de gestantes durante a pandemia pode caracterizar-se como hipótese de dispensa discriminatória, ante previsão contida no art. 373-A, inciso II, da CLT e art. 4º. da Lei 9.029/99.
“Tal hipótese pode gerar indenização por dano moral, além de pedido de reintegração ao emprego com ressarcimento dos salários de todo o período de afastamento ou percepção, em dobro, da remuneração do período de afastamento”, conclui.
Nos siga no
Participe do nosso grupo no
Nos siga no
Google News
Participe do nosso grupo no
WhatsApp