O mercado de trabalho é rotativo e dinâmico. O tempo todo alguém está sendo desligado de uma empresa, ou alguém está pedindo demissão. As razões podem ser diversas, mas é importante entender como se desligar de maneira profissional para manter um bom relacionamento de trabalho com o empregador e manter as portas abertas no mercado.
A maneira como uma pessoa se demite pode ter um impacto significativo em sua carreira e em oportunidades futuras, afirma Leila Santos, coach e especialista em comportamento humano. “Para se preparar adequadamente para pedir seu desligamento, tenha clareza sobre os seus objetivos profissionais, sobre seus valores pessoais e de que forma o trabalho atual, os valores da empresa estão alinhados com tudo isso. Avalie os prós e contras fazendo a seguinte reflexão: “O que ganho se mudar de emprego?” Liste aspectos tangíveis (salário, promoção) e intangíveis (reconhecimento, bem-estar). Mudanças trazem ganhos e perdas, então não se esqueça de se perguntar: “O que perco se mudar de emprego?”.Tendo essa clareza, será mais fácil de construir seus argumentos para se posicionar com assertividade na hora de comunicar sua decisão. Quanto mais congruência a sua fala tiver com o seu “porquê”, mas confiança vai transmitir.”
O pedido de demissão deve seguir alguns caminhos que podem evitar que a imagem do colaborador fique prejudicada. Abaixo, Leila Santos indica como seguir em cada uma dessas situações, confira:
A primeira coisa é não fazer nada por impulso, e correr o risco de se arrepender depois. Lembre-se de que os contratantes se falam no mercado e você não pode manchar a sua reputação profissional por atitudes impensadas.
Seus motivos de pedir demissão podem variar de uma nova oportunidade de trabalho mais alinhada com seus objetivos profissionais a uma insatisfação com o atual empregador que o impede de continuar com ele. Independente disso, não transforme esse momento em uma oportunidade para se desfazer das pessoas e da empresa com críticas, depreciação e difamação.
Faça o seu discurso sempre em primeira pessoa, ou seja, assuma a responsabilidade pela sua decisão através de argumentos para embasá-la. Não é hora de terceirizar a culpa pela sua decisão.
Se você recebeu outra oportunidade, explique como essa oportunidade está mais alinhada com seus objetivos profissionais de carreira, ou como as condições de trabalho se encaixam melhor no seu momento atual de vida. Se a sua decisão é motivada pela insatisfação com a empresa, com o chefe ou com o trabalho em si, explique que você precisa adequar sua rotina para melhorar sua saúde física e mental, que não se sente mais motivado e que sabe que não está conseguindo dar o seu melhor para a empresa. Caso o RH tenha um canal confiável através de uma entrevista de desligamento ou ouvidoria que seja confiável e confidencial, você pode abrir mais detalhes sobre os comportamentos da chefia com os quais você teve dificuldades para lidar. Isso pode evitar que outras pessoas passem pelo que você passou.
Seu chefe deve ser o primeiro a saber, porque é com ele que você vai alinhar os próximos passos da sua transição. Ele também poderá ser o seu melhor aliado frente ao RH, caso você deseje a liberação ou a negociação do aviso prévio.
Para ter certeza, é preciso ter clareza de objetivos profissionais e de seus valores pessoais. Sem isso, qualquer decisão será tomada de forma superficial e até de forma impulsiva. Pergunte-se:
Conseguindo responder a essas perguntas, você terá mais segurança para tomar uma decisão tão importante na sua vida.
Para Leila, o modo como um colaborador pede demissão fala muito sobre seu profissionalismo e maturidade. “O pedido de demissão nunca pode ser um ato impulsivo, feito no calor das emoções. Deixar as portas abertas, mesmo que você não deseje nunca mais voltar, permite que você conte com referências e recomendações, que são as principais ferramentas de empregabilidade no mundo corporativo.
Quando você já tiver tomado a sua decisão após refletir sobre seus objetivos, seus ganhos e perdas com a mudança, de ter dividido e acordado esse passo com sua família, é hora de conversar com o seu chefe” finaliza.
Consultora de empresas e coach de líderes há mais de 20 anos, atende clientes com renome no mercado como Grupo WLM, L’Occitane, Grupo Boticário, Sephora, Itaú, Biolab, Pfizer, Roche, Astellas, Ache, AstraZeneca, Farmoquímica, Fitec, Pierre Fabre, Uni2, Gencos, dentre outras. Com pós-graduação em Gestão de Empresas e Neurociência aplicada ao desenvolvimento de pessoas, a profissional se dedica a potencializar o desenvolvimento e performance de pessoas e organizações através de programas de liderança, coaching e gestão de cultura organizacional.
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