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Reestruturação da Americanas tem de se apoiar nas vendas online

A saída para a recuperação da Americanas passa pelas vendas online. A avaliação é do especialista em comércio eletrônico Claudio Dias, CEO da Magis5, hub automatizador e integrador de marketplaces. O analista e a própria Magis5 vêm acompanhando de perto notícias e dados de mercado envolvendo a crise do grupo, desde que foi eclodida em janeiro último.

Para o especialista, a Americanas não deve abrir mão da histórica presença no comércio físico, mesmo que feche unidades deficitárias, como já vem fazendo. Entretanto, embora a manutenção de lojas físicas esteja entre as prioridades, as estratégias de recuperação vão incluir um foco no online.

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“O fortalecimento de pontos físicos rentáveis, o fechamento dos que são deficitários, aportes financeiros e, não menos importante, o foco no online são medidas que podem ser o caminho para a redenção da Americanas”, afirma Claudio Dias.

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O analista explica que, além dos 90 anos de tradição em lojas físicas, o grupo também se caracteriza pela atuação “muito forte” no online – que inclui tanto o e-commerce próprio como os marketplaces. “É justamente no marketplace que deve se concentrar parte considerável das vendas”, projeta o CEO da Magis5.

DATAS DO SEGUNDO SEMESTRE DÃO UM FÔLEGO NOVO

A conjuntura do segundo semestre do ano deve ajudar. Esse período reserva datas importantes para o varejo, como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal. “Essas datas costumam representar um incremento de 30% nas vendas do comércio, e neste ano, ao contrário de 2022, não haverá eventos externos como eleições e Copa do Mundo”, pontua Claudio Dias.

Assim, o comportamento das vendas da Americanas nos próximos meses servirá como termômetro para medir qual o potencial de recuperação do grupo. Especificamente no segmento de vendas online, o executivo da Magis5 cita um componente fundamental para impulsionar a recuperação: os sellers, isto é, os vendedores via internet.

“São milhares desses vendedores, anunciando seus produtos que somam milhões de itens, tarefa impossível de ser feita por uma empresa sozinha”, explica Dias. Além disso, citando como referência o livro ‘Cauda Longa’ (Chris Anderson, 2006), o analista ressalta uma diferença decisiva entre o comércio físico e o pela internet.

“O livro é como um ‘pai da venda online’. O autor compara uma loja física, com seus limites de produtos, e online, com seu potencial de milhões. Junte-se a isso o fato de que uma loja física tem um raio de ação limitada e um horário determinado de funcionamento, já o online não – é global, e 24 horas”, argumenta o CEO da Magis5.

Nesse sentido, a própria Magis5 tem feito um movimento de busca por novos sellers. “Vale destacar”, avisa, “que vender e comprar pelo marketplace ‘Americanas’ é extremamente seguro, uma vez que para o consumidor há a garantia de entrega, visto que o seu dinheiro fica bloqueado até que se confirme a entrega”.

Segurança também para o vendedor, acrescenta. “Na outra ponta, o vendedor tem a certeza de receber, uma vez que o valor em tese não é contabilizado como sendo do grupo Americanas. Desta forma, fica livre de qualquer eventualidade.”

A experiência da Magis5 tem confirmado essa tendência de recuperação via vendas online. “Temos percebido a rápida volta dos vendedores e os resultados positivos obtidos na plataforma, sem contar que evidentemente o marketplace da Americanas sempre esteve entre os maiores do mercado”.

De fato, o relatório da agência Conversion (agosto, mês base julho) mostra que, apesar da grave crise, as empresas do grupo Americanas se mantêm entre as principais do setor de marketplaces do Brasil. O ‘americanas.com.br’ é o sétimo em tráfego na web, o ‘shoptime.com.br’ o 12º e o ‘submarino.com.br’ o 13º. Consolidando-se com tráfego por sistema operacional Android, as colocações são idênticas.

“O desafio da Americanas hoje é garantir que a experiência do cliente seja excelente e a confiança dos vendedores seja plena. Para isso, eles já colocaram um time na rua que mantém contatos permanentes conosco e com os sellers. O desafio é grande, mas torcemos para o melhor”, afirma Claudio Dias.

A crise das Americanas foi comunicada pela própria empresa em janeiro deste ano. Em 13 de junho último, a empresa confirmou o montante do rombo apurado, da ordem de R$ 45 bilhões.

Original de Magis5

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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