Desde o final do mês de janeiro o Ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia anunciado que os servidores municipais, assim como os estaduais, estariam na reforma da previdência.
O que era “possibilidade” se tornou “certeza” com o protocolo da proposta de Reforma da Previdência do governo Bolsonaro.
Contudo, existem muitas dúvidas sobre o tema, por isso separamos os principais pontos sobre a reforma para ajudar a responder algumas dessas questões para você, servidor municipal:
1 – Quais são as propostas para a Reforma da Previdência?
2 – Como será essa Reforma da Previdência dos servidores municipais?
3 – Regra de transição: como será?
4 – E agora? O que fazer?
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As propostas para a Reforma da Previdência
Primeiramente, importante mencionar que existem pelo menos cinco propostas que podem embasar a Reforma da Previdência.
Assim, são elas: a do governo Temer (Proposta de Emenda à Constituição enviada em 2016, já tramitando na Câmara), a Tafner-Fraga (dos economistas Paulo Tafner e Armínio Fraga), a Fipe(Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a Proposta Giambiagi (elaborada por três especialistas) e a Proposta do governo Bolsonaro (PEC 06/2019), protocolada essa semana na Câmara dos Deputados.
Como resultado, no entanto, as únicas que possuem chances “reais” de embasar a Reforma são as propostas “Temer” e “Bolsonaro”.
Como será a reforma para os servidores municipais?
Inicialmente, serão aplicadas aos servidores municipais as mesmas mudanças previstas para servidores federais, as quais endurecem a aposentadoria da classe.
A proposta de Bolsonaro é a que mais tem chances de ser aprovada, então vamos analisar os principais pontos em relação aos servidores municipais:
– Estabelece a “regra dos pontos” para os servidores municipais se aposentarem:
Somando idade e tempo de contribuição, a princípio, mulheres terão que atingir 86 pontos e os homens 96 pontos.
No entanto, devem ser observados os limites mínimos de ambos os requisitos.
Ou seja, mesmo atingindo os “pontos” necessários, idade e contribuição não podem ser menores que o mínimo exigido.
Obs: Os pontos subirão a partir de 2020 e chegarão a 100/105 pontos para mulheres e homens, respectivamente (conforme a regra de transição abaixo).
– Eleva a idade mínima de aposentadoria:
A idade mínima passa a ser de 62 anos para mulheres e 65 para homens (conforme a regra de transição, que parte de 56 anos para mulheres e 61 anos para homens).
– Aumenta a contribuição mínima para poder se aposentar no serviço público:
Será exigido, pelo menos, 25 anos de contribuição para você, servidor público municipal, se aposentar com 70% da sua média salarial, desde que alcance os pontos da regra citada acima.
– Dobra o “tempo mínimo de efetivo exercício do serviço público”:
O tempo mínimo de serviço público vai de 10 para 20 anos.
– Dificulta a aposentadoria “integral”:
Só será possível você se aposentar com 100% da média salarial com 40 anos de contribuição.
Obs: com exceção dos que optarem pela paridade e integralidade.
– Altera o cálculo da média dos benefícios de aposentadoria:
Não será mais excluído no cálculo da média (valor) do benefício os 20% menores salários, será apurado 100% de todas as contribuições a partir de julho de 1994.
– Endurece as regras da aposentadoria por invalidez:
Insere a obrigatoriedade de reavaliação periódica da condição de inválido dos servidores municipais nessa condição.
Ainda, limita o valor do benefício a 60% da média do salário, acrescido de 2% para cada ano de trabalho/contribuição, até o limite de 100%.
Obs: salvo em caso de acidente de trabalho ou doença profissional, quando necessariamente será de 100% da média.
Além disso, são abordados outros pontos polêmicos como:
– alíquota de contribuição progressiva;
– sistema de capitalização da previdência;
– endurecimento da aposentadoria especial (geral);
– endurecimento da aposentadoria especial dos professores/policiais, entre outros aspectos.
As regras de transição
A proposta do governo Bolsonaro possui as seguintes regras de transição:
Para quem entrou no serviço público até 31/12/2003:
Para ter direito a integralidade e paridade – receber o último salário da carreira e ter reajuste igual aos servidores da ativa – será necessário cumprir imediatamente (a partir da publicação da emenda) os seguintes requisitos:
– Completar as novas idades mínimas (62 anos mulheres; 65 homens);
– Contribuição mínima de 35 anos para homens e 30 para mulheres;
– Ter no mínimo 20 anos de efetivo exercício no serviço público;
– Ter no mínimo 5 anos no cargo em que se der a aposentadoria.
Obs: quem não quiser chegar a essa idade e decidir se aposentar antes terá o benefício calculado pela média salarial e o reajuste de acordo com a inflação, que é a Regra do Regime Geral.
Para quem entrou no serviço público depois de 2003:
As mudanças nesse caso giram em torno das novas idades mínimas que, conforme a regra de transição, parte de 56 anos para mulheres e 61 anos para homens até chegar a 62 anos para mulheres e 65 para homens, bem como da necessidade de ambos atingirem a regra dos pontos (inicialmente 86 para mulheres e 96 para homens).
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Com a chegada da Reforma da Previdência se torna cada dia mais importante o servidor municipal estar atento ao seu Plano de Carreira (promoções no serviço público). Quer saber mais sobre o assunto? CLIQUE AQUI e baixe um E-book Gratuito.
Sintetizando as regras de transição acima, temos que:
– A partir de 2022 essas idades mínimas passarão a ser de 57 anos para mulheres e 62 para homens.
– A partir de 1º de janeiro de 2020 será acrescido 1 ponto a cada ano, para ambos os sexos, até o limite de 100 pontos para mulheres e 105 para homens.
Obs: até a edição da lei complementar que vai regular as regras da aposentadoria, com exceção dos que entraram até 31 de dezembro de 2003 e optarem pela paridade e integralidade, o tempo mínimo de efetivo exercício no serviço público será de 10 anos.
E agora, o que fazer?
Como a proposta atual possui uma regra de transição bem “apertada”, bem como algumas “automáticas”, você precisa estar atento.
Especialmente se entrou antes de 2003 e quer aposentar com a última remuneração da carreira e reajustes maiores.
Desse modo, é importante estar atento:
– Primeiro, ao seu Plano de Carreira (promoções no serviço público / mudança de letra);
– Segundo, aos períodos e requisitos (idade, contribuições, etc) que você possui para poder se aposentar (de preferência antes da Reforma).
Importante também analisar possíveis períodos seus que existam junto ao INSS e que possam ser trazidos para o município.
Resumindo: o ideal, se possível, é se aposentar antes da Reforma da Previdência.
Por isso, é importante que você esteja totalmente atento ao possível direito que tem de se aposentar antes da Reforma da Previdência – que segundo as fontes do governo será aprovada ainda em 2019.
Consequentemente, isso pode evitar que você tenha o prejuízo de esperar muito para aposentar em razão da regra de transição.
Conteúdo original por Novaes Francisco Advocacia
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