A internet é um ambiente traiçoeiro e, por vezes, propício para a aplicação de uma série de golpes que causam prejuízos financeiros significativos.
No entanto, estas surpresas desagradáveis podem ser evitadas ou, pelo menos, amenizadas.
Neste sentido, também é importante destacar quanto às modalidades existentes hoje em dia entre os criminosos.
Recentemente, uma tática tem sido constantemente aplicada e desencadeou uma investigação realizada pela Polícia Civil do Estado de Goiás desde o mês de setembro, a qual já identificou aproximadamente R$ 500 mil provenientes de golpes até o momento.
O mais surpreendente é que, não se trata de nenhum golpe meticulosamente calculado e que requer uma tecnologia de ponta, isso porque, basta que o golpista crie uma conta no WhatsApp utilizando um número e foto aleatórios e, na sequência, inicia contato com amigos e familiares da vítima comunicando a troca de número e solicitando uma quantia emprestada.
É o caso da dentista, Mariana Possebon que, em junho deste ano passou pela mesma situação quando, o pai dela recebeu uma mensagem via WhatsApp nas circunstâncias mencionadas.
“A foto era minha, mas o número não era o que eu uso.
O golpista falou para o meu pai que eu tinha trocado de número e que eu estava mandando mensagem para ele para avisar”, contou.
Segundo relatos do pai, o golpista ainda se aproveitou da situação profissional da filha para aplicar o golpe, abordando da seguinte forma:
“Pai, estou trabalhando agora, mas eu preciso de um favor.
Preciso que você deposite um dinheiro, eu preciso pagar um boleto de compra de material”, lembrou.
Até hoje, a dentista conta que não faz ideia de como os golpistas conseguiram essas informações sobre ela, no entanto, a foto utilizada na conta falsa era a mesma do perfil original no Instagram profissional, mas, a descoberta do telefone do pai ainda é um mistério.
Venda de dados
A Polícia Civil de Goiás identificou um caso em que os criminosos realizavam a compra dos dados das respectivas vítimas em sites ilegais.
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Segundo o diretor-geral da empresa de cibersegurança latina, Kaspersky, Claudio Martinelli, esta é a principal influência para a aplicação de golpes como esse.
“Este caso traz um recado para aqueles que subestimam seu valor no mercado do cibercrime: os brasileiros ‘comuns’ não apenas estão na mira dos hackers, como são lucrativos.
Quando falamos de valor em um crime virtual, não nos referimos somente ao dinheiro bruto.
Uma foto de perfil, as relações familiares, entre outras informações são objetos caros para um hacker”, informou.
Sendo assim, o melhor meio para evitar e ajudar a combater este tipo de atividade criminosa é se atentando quanto às informações que são compartilhadas online, além do acesso a links fraudulentos, como falsas promoções, divulgadas justamente para roubar os dados dos usuários, e vendê-los na deep web, onde acontecem as compras pelos golpistas.
Portanto, a recomendação para se proteger deste tipo de situação é sempre desconfiar de links recebidos via mensagens ou e-mails, além de checar a fonte das promoções que se mostram bastante atrativas, mas que, solicitam dados importantes como o nome completo, cpf e número de celular.
Distinção do novo golpe e da clonagem do WhatsApp
Um golpe que também se normalizou no país é a clonagem do WhatsApp, entretanto, é um caso mais fácil de se proteger.
Isso porque, como o criminoso precisa de um código de autenticação da vítima para concluir a clonagem da conta no aplicativo, basta tomar os devidos cuidados ao atender ligações e receber mensagens suspeitas para não cair na armadilha.
Contudo, este é um golpe difícil de ser identificado, porque, na maioria das vezes, a vítima não tem noção de que podem estar se apropriando da sua imagem e respectivos dados, considerando que é praticamente impossível saber quando e como os dados foram vazados.
Por isso, quem está do outro lado da tela do celular e que recebe as mensagens suspeitas, são o principal fator para ajudar a identificar este tipo de atividade criminosa ao desconfiar da ação e procurar avisar a vítima para confirmar ou não a veracidade dos fatos.
Foi o que o pai da dentista fez ao estranhar o estilo de escrita do criminoso, levando-o a ligar para a filha antes de concluir a transação financeira solicitada.
Como o golpista não atendeu, o pai ficou ainda mais desconfiado, e não deu sequência ao pedido antes de finalmente conseguir falar com Mariana.
Além de ter cuidado ao transferir alguma quantia em dinheiro ou, pagar boletos online ou fisicamente, é importante tomar as medidas legais cabíveis, como, realizar um boletim de ocorrência por falsidade ideológica e tentativa de estelionato.
Por Laura Alvarenga
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