Negócios
Segurança psicológica: O bem-estar emocional da equipe faz toda diferença no desempenho

A saúde mental foi, pela primeira vez, mapeada como um fator de risco para a economia global no Fórum Econômico Mundial.
A projeção de gasto por transtornos emocionais é de até 6 trilhões de dólares até 2030. Não é à toa que empresas — como a Ambev, que criou a diretoria de Saúde Mental — estão buscando formas de oferecer apoio psicológico.
É possível observar esta tendência também na Região Metropolitana de Campinas (RMC), de acordo com Sabrina Amaral, psicóloga da Epopéia Desenvolvimento Humano: “Algumas empresas locais da RMC estão trazendo o tema da saúde mental para o dia a dia.
É o caso da Magnetti Marelli, que fez uma semana voltada para a saúde mental na SIPAT (Semana Interna de Prevenção a Acidentes no Trabalho), com treinamentos para a liderança, palestra para os funcionários e lives abertas às famílias, tudo para promover a segurança psicológica e bem-estar emocional. Outro exemplo é a empresa de logística LibraPort”, conta.
Estresse, depressão, ansiedade e exaustão mental são algumas das queixas comuns dos funcionários. E, em consequência do bem-estar comprometido, os resultados da empresa são afetados.
“Foi-se o tempo em que se acreditava na melhora do desempenho com base na pressão e na cobrança. Grandes empresas como Ambev e Google já entenderam que o fator humano é chave para uma mudança de cultura e garantia de bons resultados.
A maioria das empresas investe milhões em tecnologia, inovação e sistemas, mas se esquece de cuidar do principal órgão que vai garantir o bom funcionamento disso tudo: o cérebro”, explica Sabrina.
Desse cenário, intensificado pelos efeitos da covid-19, a segurança psicológica vem como um tema necessário, porém nem tão recente, como afirma a psicóloga: “Este conceito pode parecer modismo, mas ele foi criado há mais de 20 anos por uma professora na Universidade de Harvard chamada Amy Edmondson.
Ela fala que segurança psicológica não tem a ver com ‘ser legal’, mas sobre dar feedbacks sinceros, admitir erros abertamente sem receio de retaliação, ter espaço para discordar manifestando ideias, um ambiente mais colaborativo e menos competitivo, onde as conversas difíceis não são evitadas e a vulnerabilidade faz parte da rotina de trabalho.”
Os benefícios dessas ações são muito significativos. “Trabalhar em um ambiente seguro psicologicamente traz mais comprometimento, senso de pertencer, ideias inovadoras e muito aprendizado para todos. É o melhor cenário tanto para a empresa quanto para os funcionários”, complementa Sabrina.
E as empresas de pequeno porte?
Segundo Sabrina Amaral, empresas de qualquer tamanho podem implementar medidas, em maior ou menor grau.
“O erro das pequenas empresas é pensar que precisa de grandes ações e de investimentos significativos para ter resultados, quando na verdade são as ações mais simples que fazem a diferença.
Exemplos: preparar a liderança para lidar com as demandas de saúde emocional das equipes, trazer a pauta da saúde mental para comunicados e reuniões a fim de quebrar o tabu, desenvolver pequenas palestras que falem sobre saúde mental nas SIPAT’s, criar um repositório de conteúdo com guias, infográficos e vídeos curtos que falem sobre autoconhecimento e saúde emocional, entre outras”, detalha a psicoterapeuta.

Pensando nisso, a psicoterapeuta Sabrina Amaral separou 5 passos para líderes de pessoas proporcionarem um ambiente de trabalho que preze pela saúde mental da equipe.
1) Se informe
O funcionário que sofre de ansiedade geralmente é rotulado de preguiçoso, incapaz ou incompetente; quando na verdade está doente.
Estamos passando por uma mudança de cultura e a melhor forma de combater o preconceito é a informação, por isso, esteja aberto para ajudar e orientar as pessoas tendo zero tolerância para chacotas, comentários inadequados e preconceitos com pessoas em situação de vulnerabilidade emocional.
2) Assuma o compromisso
Isso significa estar genuinamente engajado com a questão da saúde emocional, você pode fazer isso de maneira simples, como por exemplo, mandando um e-mail para a equipe dizendo que está disponível para falar sobre o tema, se necessário.
Nas suas reuniões individuais traga o assunto de maneira natural e provoque conversas informais nas reuniões de grupo. Quanto mais recorrente for o assunto, mais fácil será falar sobre ele sem estigmas.
3) Esteja atento aos sinais
Mudanças repentinas de performance, atrasos, distorções de fala, mudanças bruscas de humor são indicadores que algo não está bem.
Tenha uma escuta ativa (significa ouvir sem ficar preocupado com o que vai responder), pratique a comunicação empática deixando os julgamentos de lado e acolhendo o interlocutor.
Nestes casos jamais tente fazer qualquer tipo de intervenção, procure ajuda de profissionais disponibilizados ou indicados pela empresa para abordar essas questões.
4) Promova a Segurança Psicológica
Há espaço para discordar, desafiar o status quo, expor opiniões, abordar o erro sem buscar culpados, focando no aprendizado.
É seguro para os membros da equipe pedirem ajuda, engajarem conversas difíceis, dar e receber feedback de forma informal e frequente. Desta forma, é possível estabelecer um clima de confiança e de pertencimento.
5) Comece por você
Em se tratando de doenças emocionais, o líder tem duas opções: ajudar com os casos ou ser um dos casos.
Uma pesquisa realizada pela Epopéia Desenvolvimento Humano, com 150 líderes da RMC mostrou que 62% deles sentem-se exaustos e sobrecarregados e 64% querem ter mais equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Nestas horas é fundamental liderar pelo exemplo, portanto, comece praticando a segurança psicológica consigo mesmo.
A dica é parar de se punir por seus erros, não replicar comportamentos hostis, oferecer feedback e mostrar-se aberto a ele. Nas horas de descanso desconecte-se dos e-mails e celular da empresa, evite responder e enviar mensagens fora do expediente de trabalho.
Praticar e oferecer uma política de flexibilidade no trabalho permite que os colaboradores gerenciem todos os aspectos das suas vidas; facilitando o equilíbrio das duas situações.
Em tempos de incerteza como os que estamos vivendo é muito natural que seus liderados se sintam inseguros em relação ao futuro, o que só faz aumentar os sintomas de ansiedade.
Mais do que nunca, é importante promover um clima de confiança na equipe envolvendo as pessoas nas tomadas de decisão sempre que possível, ou ainda, pedindo opiniões sobre temas que podem ser compartilhados.
Por fim, para elevar o nível de autoconfiança e empoderamento da equipe, você líder, deve estimular as pessoas a pensarem ao invés de dar respostas prontas aos problemas; por mais que você saiba qual é o caminho a seguir.
Deixá-los ter as ideias sozinhos, estimulando soluções através de perguntas que geram insights, traz empoderamento e um nível superior de compromisso para executar as atividades.
Afinal, o melhor gestor de pessoas é aquele que consegue os resultados através do seu time, liderando pelo exemplo e inspirando seus funcionários.
Outras dicas podem ser encontradas no Guia de Saúde Mental e retorno ao trabalho, disponível aqui.
Por Sabrina Amaral é psicoterapeuta, psicóloga e hipnoterapeuta Omni, practitioner em PNL e coach da mente.
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Chamadas
Nova regra mudará tudo! Veja se sua empresa perturba a saúde mental dos funcionários

A saúde mental dos funcionários nunca foi tão discutida, mas agora virou regra: a nova atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) obrigará as empresas a monitorarem e prevenirem riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Mas o que isso significa na prática? As companhias terão que identificar fatores como assédio moral, sobrecarga e jornadas exaustivas para evitar que seus funcionários adoeçam. Mas o que acontece se não cumprirem essa exigência? Penalidades severas estão no horizonte!
Nos últimos anos, os afastamentos por transtornos mentais dispararam no Brasil. Mas em 2024, o cenário atingiu um novo recorde: 472 mil licenças concedidas, um aumento de 67% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Previdência Social. Esse crescimento alarmante acelerou a necessidade de mudanças, e a partir de 26 de maio de 2025, todas as empresas deverão adotar medidas para proteger a saúde psicológica dos seus trabalhadores.
O que muda com a nova NR-1 para a saúde mental?
Mas, afinal, o que as empresas precisarão fazer? A principal mudança será a inclusão obrigatória da avaliação de riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Isso significa que as companhias precisarão:
- Identificar fatores de risco como sobrecarga, insegurança no emprego e assédio moral;
- Avaliar a gravidade desses riscos e definir prioridades de ação;
- Implementar medidas preventivas e corretivas;
- Monitorar continuamente a eficácia dessas ações.
Mas não basta apenas dizer que se preocupa com a saúde mental. Empresas que não levarem a exigência a sério poderão enfrentar fiscalizações, multas e até processos trabalhistas. “A atualização tira a saúde mental da esfera de ‘benefício’ e a posiciona como uma questão de compliance e gestão de riscos”, afirma Ana Carolina Peuker, especialista em saúde mental no trabalho.

Empresas que não se adaptarem podem pagar caro
As companhias que não cumprirem as novas regras poderão sofrer autuações, multas e até interdições. Mas há consequências ainda mais graves: funcionários que adoecerem devido ao ambiente de trabalho poderão acionar a Justiça e solicitar indenizações por danos morais e materiais. Além disso, empresas que ignorarem a NR-1 podem enfrentar processos administrativos e ações civis públicas movidas pelo Ministério Público do Trabalho.
Tatiana Pimenta, CEO da Vittude, alerta para o problema do “wellbeing washing”, que ocorre quando empresas tentam parecer preocupadas com a saúde mental, mas sem adotar medidas concretas. “Muitas vão criar campanhas e palestras motivacionais, mas se a rotina continuar tóxica, nada muda de verdade”, diz.
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Impacto na cultura corporativa na saúde mental do trabalhador?
A mudança na legislação pode transformar a cultura organizacional, mas especialistas alertam que os primeiros impactos levarão tempo para aparecer. “Os resultados reais podem levar de dois a cinco anos para se consolidarem”, afirma Peuker. Mas, para os funcionários, a nova regra já representa um avanço significativo na proteção contra ambientes de trabalho abusivos.
Com a exigência de ações concretas, empresas que antes negligenciavam o bem-estar dos funcionários agora serão obrigadas a agir. Mas será que todas farão isso da forma correta? O tempo dirá, mas uma coisa é certa: ignorar a nova regra pode sair muito caro para quem não levar a sério a saúde mental no ambiente corporativo.
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Contabilidade
Resultado de Enquete do Jornal Contábil revela incertezas e desafios da Reforma Tributária para contadores

A Reforma Tributária, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, tem gerado debates acalorados e expectativas diversas entre os profissionais da área contábil. Uma recente enquete realizada pelo Jornal Contábil buscou mapear as principais preocupações dos contadores em relação às mudanças propostas. Os resultados revelam um cenário de incertezas, desafios e a necessidade de adaptação por parte dos profissionais
Tabelas dos Gráficos da Enquete sobre a Reforma Tributária
1. O que você percebe que mais preocupa seus clientes sobre a Reforma Tributária?
Preocupação | Percentual |
---|---|
Aumento da carga tributária | 67,8% |
Necessidade de revisar o modelo de negócios | 5,4% |
Insegurança jurídica na transição | 1,5% |
Falta de clareza sobre os impactos financeiros | 25,4% |
2. Na sua opinião, qual é o maior desafio da Reforma Tributária para os contadores?
Desafio | Percentual |
---|---|
Adaptação às novas regras e exigências fiscais | 69,7% |
Mudança na forma de apuração e aproveitamento de créditos | 9% |
Impacto da tributação no destino e novas alíquotas | 5,2% |
Custos de adaptação tecnológica e obrigações acessórias | 16,1% |
3. Você sente que já tem informações suficientes para orientar seus clientes sobre a Reforma Tributária?
Resposta | Percentual |
---|---|
Sim, estou acompanhando e me preparando | 6,8% |
Mais ou menos, ainda há muitas dúvidas | 15,8% |
Não, preciso de mais informações e capacitação | 77,4% |
4. O que poderia ajudar você e seu escritório na transição da Reforma Tributária?
Ajuda | Percentual |
---|---|
Materiais práticos e guias explicativos | 44,5% |
Treinamentos específicos sobre a nova tributação | 40,9% |
Ferramentas tecnológicas para facilitar a adaptação | 10,2% |
Parcerias estratégicas com especialistas em planejamento tributário | 4,4% |
Baixe a Planilha em PDF da Enquete
Como foi Realizada Enquete: A enquete foi computada no canal e comunidades do whatsapp do Jornal Contábil em Fevereiro de 2025
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Chamadas
ESG abre caminho para novas oportunidades na contabilidade

O conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) já se tornou um dos pilares para o futuro dos negócios, mas ainda há muitas empresas que não sabem como aplicá-lo corretamente. E é aí que os contadores entram em cena! A contabilidade, que antes era vista apenas como uma ferramenta para organizar números e tributos, agora tem um papel fundamental na adoção de práticas sustentáveis dentro das organizações.
Se antes as demonstrações financeiras se limitavam a números e balanços, agora elas incluem também a transparência ambiental e social. Empresas que querem atrair investidores, conquistar consumidores e se destacar no mercado precisam demonstrar um compromisso real com a sustentabilidade. Mas isso não significa apenas falar sobre o assunto, e sim relatar e comprovar o impacto social e ambiental das operações.
E é exatamente isso que o ESG contábil proporciona: uma nova maneira de integrar esses aspectos na rotina financeira das empresas, garantindo relatórios confiáveis, auditorias e uma visão mais ampla sobre o impacto dos negócios. Mas como esse movimento funciona na prática?
O que é ESG contábil e por que ele está transformando o mercado?
O ESG contábil nada mais é do que a aplicação dos princípios de sustentabilidade dentro da contabilidade. Ele envolve a coleta e análise de dados financeiros e não financeiros para que as empresas possam medir o quanto suas ações realmente são sustentáveis.
Alguns exemplos práticos de ESG dentro da contabilidade incluem:
- Relatórios que detalham a emissão de gases de efeito estufa e o impacto ambiental da empresa.
- Indicadores sobre diversidade e inclusão dentro do quadro de funcionários.
- Transparência sobre práticas trabalhistas e engajamento com stakeholders.
Isso significa que contadores com conhecimento em ESG não só podem ajudar empresas a se adequarem às novas normas, mas também agregar valor ao mercado, atraindo novos clientes e fortalecendo suas carreiras.

Por que ESG contábil é um diferencial para empresas e investidores?
Empresas que adotam práticas sustentáveis não apenas seguem regulamentações ambientais, mas também se tornam mais atrativas para investidores. E isso não é exagero!
Os investidores estão cada vez mais atentos a critérios ESG antes de colocar dinheiro em uma empresa. Isso acontece porque empresas sustentáveis tendem a ser mais resilientes a crises e menos propensas a problemas jurídicos ou financeiros relacionados ao meio ambiente e à governança.
Além disso, consumidores estão priorizando marcas que se preocupam com o impacto que causam. Relatórios contábeis que incluem métricas ESG podem ser um fator decisivo na hora de conquistar clientes que buscam transparência e responsabilidade.
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Oportunidade para contadores: como atuar com ESG
Os contadores que se especializarem em ESG contábil terão uma vantagem competitiva enorme nos próximos anos. Afinal, o ESG não é apenas um movimento passageiro, mas sim um novo padrão de mercado.
Para atuar nesse setor, os profissionais devem se capacitar em temas como:
Regulamentações ambientais que afetam as empresas.
Normas internacionais de relatórios sustentáveis.
Ferramentas para calcular o impacto ambiental e social das organizações.
Identificação de greenwashing (empresas que tentam parecer sustentáveis, mas na prática não são).
O perigo do greenwashing e a responsabilidade dos contadores
Se por um lado o ESG tem trazido avanços para o mercado, mas por outro também há empresas que tentam enganar consumidores ao se venderem como sustentáveis sem realmente aplicar essas práticas. Esse fenômeno é conhecido como greenwashing, uma estratégia de marketing que cria uma imagem falsa de sustentabilidade.
Casos famosos de greenwashing mostram como empresas já foram advertidas por propaganda enganosa. Exemplos incluem:
- Volkswagen, que manipulou dados sobre emissões de poluentes.
- Fiat, que anunciou um “pneu superverde” sem comprovação ambiental.
- Ford, que divulgou um modelo de carro como ecológico, mas que na prática teve péssimo desempenho ambiental.
Os contadores têm um papel crucial em evitar que esse tipo de prática aconteça. Mas como? Através da auditoria e da transparência dos relatórios financeiros, garantindo que as empresas realmente estejam cumprindo o que prometem.
Como as PMEs podem se beneficiar do ESG?
Muita gente acredita que sustentabilidade é coisa de empresa grande, mas esse conceito já chegou também às Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Para essas empresas, o ESG pode trazer benefícios como:
Redução de custos (adotando práticas mais eficientes).
Acesso a crédito facilitado, já que algumas instituições oferecem condições melhores para empresas sustentáveis.
Atração de clientes que preferem comprar de empresas que prezam pela responsabilidade social.
ESG não é modismo, é o futuro da contabilidade!
A contabilidade deixou de ser apenas um setor burocrático e se tornou um aliado estratégico das empresas, ajudando na construção de um futuro mais sustentável. Mas para isso, os contadores precisam se atualizar e entender como o ESG contábil pode ser aplicado na prática.
O desafio é grande, mas as oportunidades são ainda maiores! Afinal, quem se especializar em ESG não só terá mais chances de crescimento profissional, mas também poderá ajudar empresas a fazerem a diferença no mercado e no mundo.
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