O Senado aprovou a proposta que trata da compensação para a desoneração da folha.
O projeto cria um regime de transição para dar fim, em 2028, à desoneração de 17 setores da economia intensivos em mão de obra e de municípios com até 156 mil habitantes. Esses são os segmentos que mais empregam na economia.
O projeto estabelece uma diminuição gradual do benefício, com a retomada da cobrança da contribuição sobre as folhas de salário.
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Como ficou a proposta
O substitutivo do senador Jaques Wagner cria um regime de transição com a volta gradual da oneração a partir do ano que vem, 5% a cada ano até 2027, isso para os 17 setores, que envolvem a indústria de calçados, confecção, os serviços de comunicação, transportes urbanos, construção civil, entre outros.
No caso dos municípios com até 156 mil habitantes, fica a desoneração da folha de pagamento de 8% este ano, 12% no ano que vem, 16 % no outro ano até chegar aos 20% em 2027, que é a reoneração integral.
Medidas de compensação
Entre as medidas de compensação previstas estão a repatriação de recursos no exterior, atualização do valor de bens imóveis junto à Receita Federal, o chamado Desenrola das agências reguladoras e um pente fino nos benefícios do INSS.
A proposta estabelece também que empresas que têm benefícios fiscais devem informar à Receita Federal. Se a empresa não entregar a declaração, sofrerá multas e penalidades.
Logo após a votação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou a votação um avanço, mas disse que se essas medidas não forem suficientes, outras poderão ser apresentadas.
O mesmo entendimento tem o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que lembrou o compromisso do Senado. Agora o texto segue para análise da Câmara.
A desoneração total da folha, que terá o fim gradual, permite que os setores beneficiados paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de 20% sobre a folha de salários. O modelo proposto pelo governo é híbrido.
Enquanto diminui a cobrança sobre a receita, aumenta a taxa em cima dos salários a cada ano. Há uma diferença na cobrança da folha de pagamento do 13º salário dos funcionários.
Segundo Haddad, essa remuneração fica desonerada até 2028. e que a mudança para o sistema gradual de reoneração será resolvida com o próprio Supremo. Não precisará passar pelo Congresso.
A ação do governo no STF também pedia o fim da desoneração para municípios com até 156,2 mil habitantes, considerados menores. O ministro da Fazenda disse que a discussão com o setor deve começar na próxima segunda-feira. Também espera-se um meio-termo.
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Quais são os 17 setores desonerados?
São eles:
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Calçados;
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Call center;
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Comunicação;
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Confecção/vestuário;
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Construção civil;
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Couro;
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Empresas de construção e obras de infraestrutura;
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Fabricação de veículos e carrocerias;
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Máquinas e equipamentos;
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Proteína animal;
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Têxtil;
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Tecnologia da informação (TI);
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Tecnologia de comunicação (TIC);
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Projeto de circuitos integrados;
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Transporte metroferroviário de passageiros;
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Transporte rodoviário coletivo;
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Transporte rodoviário de cargas.
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