Tarifaço de Trump o que podemos esperar que ninguém te falou / Imagem pedro ugarte / afp
Donald Trump está de volta à cena política com um novo tarifaço no radar, e isso pode afetar muito mais do que apenas o setor de aço e alumínio. Mas, afinal, quais são os impactos reais dessa medida para o Brasil? O que o governo americano quer com isso? E como o Brasil pode reagir? São muitas perguntas, mas poucas respostas concretas até agora. O que sabemos, no entanto, é que o tarifaço tem potencial para bagunçar mercados inteiros, mexer com empregos e causar dor de cabeça para muita gente.
Quando se fala em tarifas sobre o aço brasileiro, a primeira reação pode ser pensar que isso afeta apenas as siderúrgicas. Mas o problema vai muito além. O Brasil exporta quase metade da sua produção de aço para os Estados Unidos. Se essa porta se fechar ou ficar mais cara, é natural que as siderúrgicas reduzam a produção. E quando isso acontece, a demanda por insumos como minério de ferro e carvão mineral também cai. Ou seja, é um efeito cascata: menos produção de aço, menos extração de minério, menos importação de carvão e menos empregos na indústria.
E não para por aí. O aço é usado em diversos setores, desde a indústria automotiva até a produção de embalagens. Se o preço do aço brasileiro subir ou as exportações diminuírem, o reflexo pode ser sentido até mesmo pelo consumidor, que pode acabar pagando mais caro por produtos que dependem desse material.
Trump já adotou medidas parecidas no passado. Durante seu primeiro mandato, ele também aumentou tarifas sobre o aço importado para proteger a indústria americana. A lógica era simples: dificultar a entrada de produtos estrangeiros para incentivar o consumo de produtos nacionais. Mas o resultado não foi tão direto assim. Muitos setores nos Estados Unidos que dependiam do aço importado acabaram tendo que pagar mais caro por um insumo essencial, e isso não ajudou tanto a economia local.
Agora, com um possível retorno à presidência, Trump volta a apostar nessa estratégia. Mas os especialistas alertam que o tiro pode sair pela culatra mais uma vez. Se o Brasil reduzir suas compras de carvão americano, por exemplo, os próprios produtores dos Estados Unidos podem sentir o baque. Em 2024, quase metade do carvão importado pelo Brasil veio de lá, movimentando cerca de US$ 1,4 bilhão.
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Não é a primeira vez que o Brasil precisa lidar com esse tipo de barreira comercial. No passado, os governos brasileiro e americano negociaram cotas de exportação para driblar tarifas. Agora, o caminho pode ser parecido, mas tudo vai depender de como o governo brasileiro vai conduzir as negociações. O vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), José Alfredo Graça Lima, acredita que haverá espaço para conversas, mesmo que não diretamente com Trump, mas com os setores técnicos do governo.
Outro ponto é que o Brasil precisa buscar diversificação. Hoje, os Estados Unidos são um parceiro estratégico, mas não podem ser o único mercado forte para o aço brasileiro. Encontrar novos compradores e reduzir a dependência do mercado americano é fundamental para evitar que esse tipo de tarifa gere um impacto tão forte no futuro.
A situação é complexa e ainda está em desenvolvimento. Mas algumas coisas são certas:
A história mostra que, apesar das tarifas, sempre há espaço para acordos e ajustes. O que não pode acontecer é o Brasil ficar de braços cruzados, esperando para ver o que acontece. Mas, como sempre, só o tempo dirá qual será o desfecho dessa nova disputa comercial.
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