Se tem uma coisa que os brasileiros mais ricos não fazem é deixar dinheiro parado – mas também não gostam de correr riscos à toa. E é aí que entra a renda fixa, especialmente alguns investimentos que, além de seguros, podem ser bem rentáveis. Mas qual é a grande queridinha desse seleto grupo?
De acordo com um relatório recente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os clientes private – aqueles com pelo menos R$ 5 milhões aplicados – investiram pesado em renda fixa em 2024. O volume total de aplicações desse grupo cresceu 8,7%, chegando à impressionante marca de R$ 2,3 trilhões. Mas dentro desse universo, algumas modalidades chamaram mais atenção do que outras.
Tesouro Direto ou CDB? Eis a questão da renda fixa
Quando se fala em renda fixa, muita gente pensa logo no Tesouro Direto. E sim, ele teve um bom crescimento entre os mais ricos, com um aumento de 23,9% nas aplicações, somando R$ 7,4 bilhões ao longo do ano. Mas, surpreendentemente, não foi o investimento mais popular.
O título que realmente conquistou os endinheirados foi o CDB (Certificado de Depósito Bancário). Em 2024, esse tipo de aplicação recebeu R$ 17,9 bilhões dos investidores private, um crescimento de 20,1%. Mas por que tanto amor pelo CDB? A resposta pode estar na rentabilidade maior em alguns casos e na variedade de opções disponíveis no mercado.
Isenção de imposto? Sim, por favor!
Mas nem só de Tesouro e CDB vive a renda fixa dos ricos. Os investimentos isentos de Imposto de Renda também se destacaram, e não foi pouco. As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) lideraram o ranking, com aportes de R$ 30,9 bilhões e R$ 28,9 bilhões, respectivamente. Isso representou crescimentos de 24,2% e 21,3% ao longo do ano. Nada mal para investimentos que oferecem segurança e ainda escapam do Leão do IR.
Outras opções que cresceram bem entre os mais abonados foram os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). Os aportes nesses produtos aumentaram 17,6% e 10,2%, respectivamente, somando R$ 5,6 bilhões e R$ 4,1 bilhões. Mas os mais conservadores também não deixaram de lado as tradicionais debêntures incentivadas (aquelas que financiam projetos de infraestrutura e são isentas de IR), que receberam R$ 4,4 bilhões em investimentos, um crescimento de 13,1%.
E as debêntures tradicionais para renda fixa?
Mas nem tudo precisa ser isento de imposto para atrair o dinheiro dos investidores private. As debêntures tradicionais, que têm cobrança de IR, também registraram alta nas aplicações, crescendo 11,5% e totalizando R$ 2,5 bilhões investidos.
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O que explica esse movimento?
Mas afinal, por que os mais ricos estão apostando tanto na renda fixa? O cenário econômico de 2024 deu algumas pistas. Com a taxa Selic ainda em um patamar atrativo e o mercado financeiro passando por oscilações, a previsibilidade da renda fixa se tornou um porto seguro para grandes investidores. Além disso, a diversificação é uma estratégia sempre presente nas carteiras desse público, o que explica a busca por diferentes produtos dentro da renda fixa.
Em resumo, os brasileiros mais ricos seguem uma estratégia clara: diversificação e segurança. Mas sempre com um olhar atento para rentabilidade e vantagens fiscais. Então, se você tem planos de turbinar seus investimentos, talvez seja uma boa ideia dar uma olhada no que essa turma anda fazendo. Mas claro, sempre lembrando: rentabilidade passada não é garantia de ganhos futuros, e planejamento financeiro nunca é demais!