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Trabalhar com os pais dá certo? Veja experiências de pessoas que trabalham com familiares

O Dia dos Pais, celebrado este ano em 9 de agosto, é uma data para homenagear e agradecer aos pais por tudo o que eles representam.

Muitas famílias se reúnem nesse dia para comemorar, porém, existem filhos que estão com seus pais todos os dias e não é somente em casa, mas em ambiente profissional, já que decidiram seguir carreiras semelhantes.

Os advogados Ângela, Daniel e Marcia Glomb lembram que seu pai, José Lúcio Glomb, sempre foi a principal inspiração profissional deles e que o Direito do Trabalho sempre esteve presente, mesmo na infância.

“Todos nós somos advogados trabalhistas fortemente influenciados por meu pai. Nos inspiramos nele como profissional e também como pessoa, e hoje trabalhamos todos juntos. Tivemos contato com outras áreas, porque vivíamos no escritório desde pequenos, já que nossa mãe também é uma grande advogada. Engana-se quem pensa que podemos ter mais flexibilidade por conta disso. Pelo contrário, meu pai nos exige tanto quanto exige dos outros colaboradores, ou até mais, e é por este e outros motivos que levamos tão a sério nossa profissão”, conta Marcia.

Welinton e Enrico Milani, pai e filho, são sócios e juntos tocam a Vapza, indústria de alimentos embalados a vácuo e cozidos a vapor.

Enrico conta que a rotina de trabalho dos dois é complementar, pois a parte operacional da indústria, atualmente, faz parte do seu rol de atividades, porém, tudo sempre é analisado cuidadosamente em conjunto.

“Tivemos fases. No início era mais difícil, mas sempre procuramos resolver tudo da melhor maneira possível, um aprendendo com o outro”.

Ele, que também é pai, acredita que o maior legado que pode deixar para seus filhos é que eles trabalhem, tenham disciplina, ética e respeitem uns aos outros.

O CEO também fala do seu pai com carinho ao dizer que uma das características que mais admira é a bondade: “meu pai gosta muito de ajudar as pessoas, amigos, colaboradores e a família. Aprendi muito com ele ao longo desses anos e ainda aprendo. Com certeza este é um dos seus grandes legados”, diz Enrico.

Os médicos Dr. Paulo Cesar e Dr. Leonardo Andriguetto compartilham o sobrenome e também a sala de cirurgia.

Pai e filho, os dois são cirurgiões gerais do Hospital Santa Cruz e atuam, lado a lado, há mais de 10 anos.

“É bom ter alguém mais experiente te orientando, mostrando os detalhes da profissão e da especialidade. Hoje fazemos os mesmos procedimentos e um auxilia o outro. Somos colegas de profissão”, conta Dr. Leonardo.

Handshake Business Men Concept

Sergio de Souza Assumpção, atua na área de construção civil há 31 anos e, desde 2016, está na Pride Construtora e Incorporadora como gerente de suprimentos, administração e pesquisa, e qualidade.

Seu filho, Guilherme Lipinski Assumpção, iniciou a carreira na empresa em 2018, como estagiário, e hoje é auxiliar de engenharia.

Ele relata que trabalhar ao lado do pai resultou em uma melhoria no relacionamento profissional e pessoal. “Passamos a conversar mais, a ficarmos ainda mais tempo juntos e respeitar cada um o limite do outro. Com o passar do tempo, ele fez questão de me mostrar que eu havia conseguido o cargo por merecimento e por meu profissionalismo. Sou muito grato ao “Sergião” por ter me instruído e por ter me conduzido até aqui”, comenta Guilherme.

Convivência saudável

A psicóloga da Paraná Clínicas, Ana Paula Zanardi, explica que é importante estabelecer uma rotina de trabalho e funções bem definidas para que tanto os pais, quanto os filhos, possam separar o profissional do pessoal.

“É muito válido que a rotina entre as funções de casa e as funções laborais não se misturem. Assuntos de trabalho devem ser abordados no ambiente de trabalho e assuntos familiares em casa. Esse fator combinado à comunicação, ao respeito e à privacidade são fundamentais para deixar a convivência mais fácil e assertiva”, afirma.

A especialista também dá dicas de como resolver dificuldades respeitando os limites familiares e profissionais.

“O melhor modo de encontrar uma solução é se comunicar de forma respeitosa e empática, com cada membro envolvido falando sua percepção sobre o caso e seus sentimentos. Se a dificuldade é em casa, o certo é abordar em casa, assim como deve ser com os problemas do trabalho apenas quando ambos estiverem no expediente. As questões a serem resolvidas devem ser tratadas de forma individual e não pública”, esclarece Ana Paula.

Ela finaliza afirmando que atividades prazerosas em família melhoram a convivência em qualquer âmbito.

“É importante propor momentos especiais, como refeições, brincadeiras, entretenimento em família. Isso melhora o relacionamento em casa e pode se entender para o ambiente profissional”, conclui a psicóloga.

Gabriel Dau

Estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, atualmente trabalha como Redator do Jornal Contábil sendo responsável pela elaboração e desenvolvimento de conteúdos.

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