Negócios

Vagas para profissionais de ESG deve crescer 33% nos próximos 4 anos

A oferta de vagas relacionadas à sustentabilidade crescerá 33% até 2027 no Brasil, o que deve abrir cerca de 1 milhão de novas oportunidades para quem busca por cargos na área, conforme o estudo da Future of Jobs, em parceria com o Fórum Econômico Mundial e Fundação Dom Cabral. A grande razão disso é que o ESG (práticas ambientais, sociais e de governança) está sendo visto como uma tendência macroeconômica capaz de impulsionar a transformação de negócios. 

Isso ocorre devido a mudança de comportamento dos consumidores, muito atribuída às transformações digitais. Antes, o processo de compra ou contratação de serviços era mais simples. Agora, as pessoas pesquisam se o produto/serviço que está prestes a consumir está alinhado com seus pensamentos e modo de vida, tais como programas de preservação ambiental ou sustentabilidade; combate a assédios, corrupções ou discriminações; além de promoção a diversidade e inclusão. 

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“O desenvolvimento de práticas de ESG representa um avanço importante na recomposição da distribuição de resultados na sociedade e, principalmente, melhora e qualifica o relacionamento das empresas com a questão ambiental, econômica e social – tão essenciais de serem repensadas para termos um planeta sustentável. Trabalhar estes pilares com auxílio de profissionais qualificados é fundamental para expansão e consolidação das empresas”, explica Dione Manetti, CEO da Pragma Soluções Sustentáveis, especialista em logística reversa de embalagens pós-consumo. 

No entanto, o relatório abordou que, embora a demanda seja expressiva por profissionais com habilidades de ESG, a capacidade de desenvolvimento ainda não está evoluindo no ritmo necessário para atingir alguns marcos – entre eles, as metas climáticas. 

Leia também: ESG: Saiba Qual É O Papel Das Empresas Na Promoção Da Saúde E Do Bem-Estar

“Já existem cursos para aprender mais sobre essa área importante no meio corporativo. E diante das oportunidades que aparecerão nos próximos quatro anos, profissionais devem desenvolver competências para atuar de forma ainda mais efetiva dentro das organizações”, pontua Ana Paula Prado, CEO do Infojobs. 

Imagem por @biancoblue / freepik

ESG no Mercado de Trabalho

O ESG determina as boas práticas a serem seguidas e impactam diretamente nos resultados das empresas. Seguir estes  pilares reflete no uso consciente de produtos e serviços, contribui com o propósito das marcas, fomenta a inclusão e equidade e gera engajamento na filosofia das empresas. 

“Se olharmos como um todo, impacta em ações de preservação do meio ambiente, garante o direito dos trabalhadores e valoriza o bem-estar do time, além de passar uma imagem mais positiva para clientes e até investidores. Hoje, grandes marcas já valorizam, mas ainda há um caminho longo a ser trilhado, ainda mais se compararmos com iniciativas globais, que estão cada vez mais restritas com relação às ações que não se adequam aos pilares do ESG”, comenta Manetti. 

O executivo explica que mesmo que as empresas invistam em ações alinhadas ao ESG em suas cadeias produtivas, há necessidade de um maior engajamento do mercado financeiro, fundamental para definir as melhores práticas. A razão disso é que estes agentes apontam as tendências e colocam holofotes em causas importantes. 

Ana complementa o posicionamento, apontando que é necessário um amadurecimento maior, em especial porque em 2023, o número de ofertas disponíveis para profissionais ainda é baixa – no último mês, os anúncios disponibilizados no Infojobs, maior jobsite do Brasil, foram pouco expressivos se comparado a outras áreas  – sendo 77% das vagas para grandes capitais. 

Para Dione, vivemos, durante muito tempo, numa economia linear, onde se produz, consome e descarta, quando o ideal no processo de produção é já pensar como reutilizar, reaproveitar ou reinserir os produtos e suas embalagens no ciclo produtivo. Ainda falta entendimento das próprias empresas de que, apesar da complexidade envolvida, a aplicação  dos pilares do ESG não pode ficar em segundo plano. 

“A agenda de ESG no Brasil está se desenvolvendo, mas ainda é pouco conhecida. Temos que ter o cuidado de não permitir que se torne “mais um tema da moda”. Por isso, é fundamental incorporar o ESG como algo que agrega valor e contribui nas instâncias de decisão da empresa,  melhora seu posicionamento frente ao público em geral e transforma decisões em ações que impactam a sociedade. As ações podem e, ouso dizer, devem ser incorporadas com calma e realizando as adaptações necessárias. Por isso, a contratação de um especialista é de suma importância, pois saberá os primeiros caminhos a seguir rumo ao resultado esperado”, conclui Manetti.

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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