Vanguarda brasileira nos relatórios de sustentabilidade é destaque no Conexão Contábil

Durante o Conexão Contábil, evento promovido nos dias 3 e 4 de julho pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em Belo Horizonte, ocorreu o debate Brasil: Protagonista na adoção das normas internacionais de sustentabilidade e impacto na profissão contábil, com o objetivo de discutir os pontos que colocam o país na vanguarda da adoção dessas normas no mundo.

 

O debate contou com a presença de Sebastian Soares, presidente do Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon); Zulmir Ivânio Breda, coordenador operacional do Comitê Brasileiro de Pronunciamento de Sustentabilidade (CBPS); e Ana Tércia Lopes Rodrigues, vice-presidente técnica do CFC.

 

As minutas do Pronunciamento Técnico CBPS 01 e CBPS 02 foram os temas iniciais do painel. Esses documentos são alinhados às IFRS S1 e IFRS S2, normas internacionais de sustentabilidade emitidas pelo International Sustainability Standards Board (ISSB). A IFRS S1 estabelece requisitos de comunicação voltados a possibilitar que as empresas reportem os riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade. Projetada para ser aplicada junto com a primeira, a IFRS S2 institui divulgações específicas referentes ao clima.

 

Ana Tércia abriu o debate lembrando que o Brasil é o primeiro país do mundo a adotar as normas internacionais de sustentabilidade que atualmente não são obrigatórias. “Hoje, nós já temos Japão e Costa Rica no mesmo processo, mas demonstramos nosso protagonismo de forma antecipada”, explicou.

 

Na visão de Breda, os contadores são os profissionais melhor posicionados dentro das organizações para reunir todas as informações necessárias para os relatórios de sustentabilidade. “Temos conhecimentos e habilidades, um código de ética profissional que nos dá a linha de conduta e supervisão regulatória. Esses requisitos nos dão a capacidade de assumir também a responsabilidade dos relatórios de sustentabilidade”, apontou.

 

Soares, por sua vez, explicou que o atual relatório de sustentabilidade é voltado à prestação de contas, enquanto os requerimentos S1 e S2 foram constituídos para a ótica do investidor. Segundo ele, hoje o relatório não aborda riscos e oportunidades e foca apenas em ações positivas, deixando de lado questões importantes de impacto ambiental.

Leia Mais: Reforma Tributária: a questão federativa nos PLPs 68 e 108/2024

“O que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quer, de fato, é incentivar que o maior número de companhias adote, de forma antecipada e voluntária, o padrão global para os relatórios a fim de que todos possam aprender de forma conjunta”, disse Soares. Segundo ele, o Brasil está caminhando para se tornar o “pulmão do mundo” e é importante que os contadores estejam preparados. “A agenda que discutimos hoje é uma oportunidade única para o País, do ponto de vista de transformação real para a sociedade e de atratividade para investimento”, finalizou.

Ricardo

Redação Jornal Contábil

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