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Nova CPMF: brasileiros são contra a volta do imposto

O brasileiro não quer passar de novo pelo temido imposto denominado de Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que deixou de existir no ano de 2007. Mas, que começa a assustar novamente, já que lá no Palácio do Planalto, existe uma vontade de trazer essa cobrança de volta.

Embora os brasileiros sejam contra, muitos não sabem bem o que significa este imposto. Em 2016, somente 35% das pessoas tinham conhecimento do significado da CPMF, de acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O governo quer uma ‘Nova CPMF’ em cima das transações digitais e que tem alguns pontos parecidos com a original, porém, não é a mesma coisa.

Como era a antiga CPMF

Em 1997 entrou em vigor a CPMF que durou até o ano de 2007 (sendo criada para cobrir gastos do governo ligados à saúde) embora tenha servido para financiar outros setores, como a Previdência Social, a cobrança era feita em cima de várias movimentações bancárias, ou seja, ao pagar um boleto e faturas, pedir um empréstimo, TEDs e DOCs, financiamentos e saques.

Sempre que a pessoa realizasse uma movimentação financeira que se enquadrasse nas regras, era cobrado um percentual em cima daquela operação.

A alíquota da CPMF se iniciou em 0,2% e chegou a até 0,38%. Se uma pessoa solicitasse um empréstimo de R$ 10 mil, a cobrança do imposto seria de R$ 38, por exemplo.

A CPMF era algo vantajoso, já que a arrecadação rápida, incidia em várias operações diariamente sendo difícil sonegar.

O sacrifício ficava para a população de baixa renda, porque quem fazia as operações financeiras eram as empresas que acabavam repassando o custo para o preço de seus produtos.

Nova CPMF

O novo imposto que o governo quer criar está sendo chamado de nova CPMF que está sendo analisada em meio a Reforma Tributária. Na verdade o novo imposto será para cobrar operações digitais e desta forma, diminuir uma parte dos tributos que as empresas têm sobre a folha de pagamento.

O governo alega que diminuir os gastos das empresas com seus funcionários pode gerar empregos e reduzir a informalidade.

O que já se sabe da nova CPMF

Ninguém tem real conhecimento sobre o novo imposto, o que se fala dele, é pura especulação. O ministro Paulo Guedes, em toda entrevista que participa, encontra um momento para falar do novo imposto, mas a proposta oficial só vai vir após o governo remeter ao Congresso as próximas etapas da Reforma Tributária. No total serão quatro etapas e somente a primeira foi apresentada.

As informações já conhecidas através de comentários do governo são:

A alíquota do imposto deverá ser de 0,2%;
Para as empresas, deve haver uma redução da contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de salários;
Entre as operações digitais que podem ser tributadas, já foram citadas as compras por comércio eletrônico (e-commerce) e os pagamentos de serviços de streaming;
A projeção de arrecadação é de até R$ 120 bilhões por ano.

Mas, não será fácil para o governo conseguir colocar em prática a nova CPMF, principalmente no Congresso. O presidente da Câmara Rodrigo Maia no seminário Indústria em Debate falou:

“Nós vamos voltar à mesma equação que foi de 1996 a 2004, 9% de aumento da carga tributária”.

Entretanto, o governo afirma que o imposto digital só será criado se não houver aumento.
Reforma tributária

O assessor especial do ministro Paulo Guedes, Guilherme Afif Domingos, disse que a primeira etapa da reforma tributária que foi enviado ao Congresso é apenas o começo de um projeto bem maior.

Inicialmente, o governo propôs somente a transformação do PIS e da Cofins em um imposto único batizado de CBS (Contribuição de Bens e Serviços) com uma alíquota de 12%.

Nesta segunda etapa, o governo também quer apresentar aos parlamentares o novo programa chamado de Renda Brasil, que é considerado substituto do Bolsa Família.

Jorge Roberto Wrigt

Jornalista há 38 anos, atuando na redação de jornais impressos locais, colunista de TV em emissora de rádio, apresentador de programa de variedades em emissora de TV local e também redator de textos publicitários, na cidade de Teresópolis (RJ). Atualmente se dedica ao jornalismo digital, sendo parte da equipe do Jornal Contábil.

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