A recente alteração na regulamentação do empréstimo consignado privado promete transformar o cenário financeiro brasileiro, com previsões indicando que esse segmento pode movimentar até R$ 700 bilhões até o ano de 2030. Este crescimento deve impactar diretamente cerca de 45 milhões de trabalhadores sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Atualmente, a modalidade de crédito consignado privado representa um mercado de aproximadamente R$ 40 bilhões. Contudo, especialistas da techfin Oneblinc, que se especializa em análises com dados alternativos para a concessão de crédito, acreditam que as mudanças nas regras podem elevar esse número significativamente nos próximos cinco anos.
O crédito consignado, tradicionalmente mais utilizado por servidores públicos e aposentados, já movimenta cerca de R$ 600 bilhões. Por outro lado, o consignado privado, que abrange uma base semelhante de elegibilidade, ainda opera com valores consideravelmente inferiores.
Antonio Hermann Azevedo, sócio-fundador da Integral Investimentos, comenta sobre o potencial do novo regulamento. “O setor privado possui uma força de trabalho três a quatro vezes maior que o público. Além disso, ao incluir trabalhadores domésticos, que somam cerca de 5 milhões de pessoas, o consignado privado pode rapidamente superar o volume do consignado público”, afirma Azevedo.
Fábio Torelli, CEO da OneBlinc, enfatiza a importância da análise do perfil do solicitante e da estabilidade no emprego para a concessão do crédito. Ele também destaca a utilização de dados alternativos provenientes de plataformas como LinkedIn e Open Finance como fundamentais nesse processo.
O crédito consignado privado foi instituído pela Lei nº 10.820/2003 e existe há mais de duas décadas. Atualmente, sua operacionalização exige que as empresas firmem convênios com instituições financeiras, criando um ambiente burocrático e ineficaz. A nova regulamentação pretende simplificar este acesso, permitindo que os trabalhadores do setor privado solicitem empréstimos diretamente por meio de plataformas digitais vinculadas ao e-Social.
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A discussão sobre o fim do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também está em pauta. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sugere que essa medida permitirá ao FGTS retomar sua função primordial como uma rede de proteção em momentos de desemprego. Nesse contexto, a expectativa é que o novo modelo de consignado privado venha a substituir o saque-aniversário como uma alternativa mais acessível para os trabalhadores.
A OneBlinc se posiciona para liderar este novo mercado de consignado privado, empregando tecnologias avançadas como inteligência artificial generativa e dados estruturados na análise dos perfis dos trabalhadores. “Com a utilização de dados alternativos como a Carteira de Trabalho Digital, seremos capazes de desenvolver produtos de crédito mais personalizados e acessíveis”, afirma Fábio Torelli.
Combinando inovação tecnológica e novas regulamentações, há uma expectativa crescente de que o mercado brasileiro de crédito se torne mais inclusivo e equitativo nos próximos anos. A previsão é que a OneBlinc se torne um dos principais fornecedores tecnológicos para o segmento de consignado privado nos próximos dois anos.