Empresas do grupo:

Início » Com será os novos hábitos de consumo dos brasileiros no pós pandemia?

Com será os novos hábitos de consumo dos brasileiros no pós pandemia?

por Esther Vasconcelos
8 minutos ler
Imagem por @dashu83 / freepik

Estamos todos em casa há bastante tempo. A pandemia causada pelo Coronavírus nos obrigou a mudar muitos de nossos hábitos e também a criar outros.

O Brasil está entre os países cujo povo mais se preocupa com a pandemia. Uma pesquisa feita pela consultoria global Kantar mostrou que, em abril, éramos a segunda nação com maior preocupação em relação à crise sanitária, perdendo apenas para a China.

Por conta disso, boa parte dos brasileiros de fato ficaram em casa para evitar que o novo Coronavírus se espalhasse ainda mais. Assim, as compras online passaram a fazer parte da rotina do dia a dia

Preocupados com a saúde, a venda de itens relacionados a esse segmento da economia cresceu.

De acordo com a pesquisa Termômetro do Consumo, da Kantar, 78% dos brasileiros estão procurando sair de casa somente para o necessário, além de estarem mais preocupados com a saúde.

Só nos dois primeiros meses do ano, em comparação com mesmo período em 2019, 748 mil lares a mais compraram analgésicos, 330 mil passaram a comprar vitaminas (a C, principalmente) e 224 mil foram em busca de antigripais, informa a Meio e Mensagem.

E quando a pandemia estiver sob controle?

Muito se tem falado sobre como será o mundo quando a pandemia estiver sob controle ou tiver sido debelada – só quando uma vacina chegar ao mercado.

Muitos especialistas têm se debruçado sobre esse assunto para pensar o que deverá mudar com base nos novos comportamentos que temos adotado na quarentena.

Uma coisa é certa: as relações de consumo não deverão ser mais as mesmas. Isso é o que o presidente da Locomotiva, Renato Meirelles, tem refletido.

Primeiro: a quarentena estimulou os consumidores a refletirem mais sobre o que compram e até a alterar os produtos que compram, priorizando determinados itens em detrimento de outros.

Mais do que isso: os consumidores têm se mostrado mais pacientes com a entrega. Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), cujo título é Novos Hábitos Digitais em Tempos de Covid-19, mostrou que, devido ao aumento da demanda no comércio eletrônico, os prazos para entrega aumentaram.

Apesar disso, 57% dos consumidores vêm considerando esse aumento aceitável. Nesta quarentena, as compras de muitas categorias passaram a ser mais planejadas e, com isso, um prazo de entrega mais alongado se tornou aceitável, segundo Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).

Assim como itens relacionados ao lazer (e-books, streaming de música e vídeo), os relacionados à saúde tiveram um crescimento expressivo.

Só para que se tenha uma ideia, a busca por máscaras cresceu 412%, de acordo com a pesquisa O Legado da Quarentena para o Consumo, feita em maio de 2020, na Suprevida o pico de crescimento de valor transacionado entre março e maio deste ano foi de 200%

Tendências para o consumo pós-pandemia

Especialistas afirmam que leva em torno de 66 dias para uma pessoa adquirir um novo hábito e seguir com ele quando não obrigado.

O tempo em que boa parte do mundo permaneceu em casa – três ou mais meses em praticamente todas as cidades que adotaram o isolamento – seria suficiente, em tese, para a incorporação de novos hábitos.

À pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Instituto FSB Pesquisa investigou a forma como o brasileiro pretende se comportar após o fim das medidas de isolamento social. Os dados mostram que a maioria da população pretende mudar seu comportamento num mundo pós-COVID.

Pouco mais de 2/3 dos brasileiros pretendem mudar seu dia a dia e 26 % falam em adotar uma rotina totalmente diferente.

Acredita-se que presenciaremos algumas mudanças importantes. Veja só:

1. Marcas que foram devidamente testadas deverão ganhar destaque

Antes da COVID, a maioria de nós, consumidores, gostava de novidades.

Uma parcela significativa de nós buscava em marcas ou produtos coisas que eram diferentes, inovadoras, modernas.

A experiência do confinamento fez que com os consumidores passassem a dar mais atenção ao que foi devidamente testado e comprovado. Afinal, muitas marcas prometem e não entregam, não é mesmo?

Isso significa, segundo analistas de pesquisa da Evercore, que será mais difícil o lançamento de novas marcas nesse cenário e mais fácil que os consumidores permaneçam leais às marcas/empresas que eles testaram e aprovaram.

Não estamos abertos a coisas novas — passamos de uma mentalidade de ganho para uma mentalidade de manutenção, o que é importante para muitas marcas perceberem, segundo Simon Moore, CEO da Innovation Bubble, empresa de ciência comportamental, ao Meio e Mensagem.

Essa será uma oportunidade importantíssima para as empresas melhorarem ainda mais a sua relação com o consumidor e oferecer a ele uma experiência de compra que fará com que ele volte mais e mais vezes.

Está havendo uma mudança real de comportamento e empresas que conseguirem se relacionar bem com os clientes neste momento terão uma grande vantagem no pós-crise, segundo avaliação do presidente da SBVC à Agência Brasil.

2. Conforto da oferta digital

Não tem jeito. A aquisição de produtos pela internet tenderá a se fortalecer e a crescer ainda mais no pós-pandemia.

Um dado interessante veio do estudo da SmartCommerce, plataforma de comércio eletrônico para marcas de produtos embalados.

Embora tivéssemos a impressão de que o e-commerce era algo já bem estabelecido no Brasil, o que os dados mostram é que quase 40% dos atuais compradores online fizeram sua primeira compra em março.

Ou seja, são marinheiros de primeira viagem. Os dados mostram também que consumidores mais velhos podem ter ficado desconfortáveis com a compra de mantimentos ou outros produtos online, mas o Coronavírus os forçou a ficar confortáveis.

As pessoas são forçadas a fazer coisas novas e isso vai acelerar a transformação digital, segundo a análise de Paul Marsden, psicólogo de consumo da Universidade de Artes de Londres, ao Meio e Mensagem.

3. Itens de primeira necessidade e não essenciais

O que a quarentena mostrou é que o foco dos consumidores se dirigiu aos itens de primeira necessidade, como alimentos e produtos relacionados à saúde. Produtos não essenciais, como artigos de luxo, calçados etc. tiveram uma redução nas vendas.

Acredita-se que essa tendência deverá ser mantida, até porque uma parcela significativa da população teve queda em seus rendimentos, o que se reflete na preferência pela compra de itens essenciais.

4. A telemedicina deverá vir para ficar

Médicos e outros prestadores de serviços médicos têm oferecido seus serviços online. Especialistas estimam que a telemedicina vá continuar como uma tendência no cenário do pós-pandemia, especialmente porque os relatos dos usuários é de que essa forma de prestação de serviços funciona – ao menos para situações não emergenciais.

A nova postura traz ganhos, porém, também apresenta riscos. Estar inserido em um ambiente digital não significa renunciar à segurança e cautela com o fornecedor.

O cuidado com as pessoas é, e sempre será, o ponto principal a ser levado em consideração. A gestão de produtos é uma das grandes responsáveis por garantir a integridade dos pacientes.

Mais do que nunca, a mudança de comportamento no segmento da saúde é visível e necessária, mas mesmo com a inserção cada vez maior da inovação nessa área, é importante que sejam utilizados canais que se mostrem confiáveis e que atendam os critérios de conformidade, validação e rastreabilidade como oferecem as plataformas e os ecossistemas de fornecimento dedicados à saúde.

Por Escrito por Rodrigo Correia da Silva, CEO da Suprevida

Você também pode gostar

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More