O eSocial vai mais além do que apenas a prestação de informações on line. É a cultura organizacional da empresa e em especial o modo de se fazer Segurança e Saúde no Trabalho que terá de ser repensado
Com a proposta de unificar a prestação das informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, o eSocial chegou em 2014 com uma proposta bastante robusta. Enquanto algumas empresas já começaram a prestar atenção na novidade e a estruturar uma nova maneira de trabalhar e prestar informações ao fisco, outras, não deram muita importância ao assunto. Talvez até torcendo para que o novo formato `não vingasse’. Mas, apesar de alguns adiamentos e ajustes, o sistema está funcionando sejam elas para micros, pequenas, médias ou grandes empresas.
Primeiro é preciso entender que o eSocial não é um bicho de sete cabeças, e nem veio para burocratizar mais a relação corporativa com o governo. Muito pelo contrário, o eSocial serve como um canal direto para envio de dados à Receita, e assim agiliza a fiscalização sobre essas informações usadas para garantir os direitos trabalhistas e a transparência corporativa com o Fisco.
Segundo, é importante considerar que a tecnologia é a chave para resolver todas as pendências pertinentes ao sistema de escrituração digital. Isso porque o eSocial demanda muito o uso de plataformas de gestão de RH e rede, já que os relatórios, como o nome do programa diz, devem ser preenchidos e enviados de forma digitalizada, eliminando o uso do papel e estimulando a transformação digital nos ambientes organizacionais.
O que para muitas companhias acaba sendo um momento de mudanças drásticas em relação às áreas de TI, pois elas, em geral vivem sobrecarregadas com as demandas internas e sofrem com equipes enxutas precisarão se envolver ativamente nos processos de implantação dos sistemas fiscais, além de prestar suporte e monitoria a esses novos sistemas que não podem parar de funcionar, para não gerar atrasos na entrega dos documentos exigidos pelo governo, e que possuem datas específicas para serem entregues.
Sem falar das mudanças que ocorreram ao longo deste ano onde foi possível observar alguns problemas, o que era esperado devido à magnitude do projeto que visa adequar o programa à realidade das empresas aderentes, como aprimoramento dos layouts dos documentos, tipos de informações a serem preenchidas, e formato dos arquivos digitais a serem enviados, que hoje é XML, o mesmo da NF-e.
Afinal de contas, independente da quantidade de testes realizados, é quando a lei começa a vigorar que surgem gargalos e obstáculos não vistos antes, e mesmo com um período de avaliações mais abrangente para companhias de médio e pequeno porte, uma vez que a obrigatoriedade do eSocial atingirá todas as empresas privadas.
Tendo tudo isso em vista, é comum que as empresas tenham dúvidas sobre como devem se portar diante das demandas do programa. Mas o fato é que o eSocial veio para ficar, e ao longo dos próximos anos só deve aumentar a vigilância do Governo sobre as informações trabalhistas das companhias brasileiras.
Ou seja, não há para onde correr, e para aqueles que pensam que podem maquiar o envio dos dados, com poucos detalhes ou informações faltando, atrasar as entregas dos relatórios ou mesmo não enviá-los, as consequências podem ser devastadoras para os negócios, especialmente no que diz respeito à Segurança e Medicina do Trabalho (que tem data programada do início de envio das informações a partir de Janeiro de 2019 para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões), e cotas para pessoas com deficiência, que podem gerar multas salgadas caso as novas regulações não sejam atendidas.
Para ajudar os gestores que ainda têm dúvidas sobre a melhor forma de garantir que não haja falhas, e nem atrasos na entrega das informações do eSocial, seguem abaixo três passos simples que podem ser aplicados em empresas de todos os tamanhos:
Programar os processos de recolhimento e preenchimento dos dados trabalhistas, por meio de plataformas de gestão capazes de suportar toda a demanda do eSocial, elimina a intervenção humana, evita erros, aumenta a agilidade, e assim evita surpresas desagradáveis no final de cada período fiscal.
Conhecer prazos, regras do eSocial e a própria legislação trabalhista e previdenciária, é fundamental para que as empresas tenham sucesso na implementação do eSocial.
No caso dos escritórios de contabilidade, é importe a criação de prazos internos. Se o prazo do envio da admissão é de até um dia antes do início da atividade do trabalhador, o ideal é que esta informação chegue ao escritório com no minuto uma semana de antecedência. Desta forma será possível prevê possível problemas e resolvê-los em tempo hábil.
É necessário planejamento, organização e comunicação entre os setores da empresa, pois as informações enviadas ao eSocial é de alguma forma responsabilidade de todos.
Se a empresa tem possibilidade de ter um apoio jurídico, vale o investimento para evitar multas, penalidades fiscais e até mesmo ações trabalhistas.
Se não há esta possibilidade, a internet é uma boa fonte de informação se usada com controle e bom senso, sempre verificando a confiabilidade das informações.
A transmissão de informações sobre os funcionários para o eSocial exige extremo cuidado do operador. Uma vez que o sistema é integrado com a base de dados da Receita Federal, da Caixa Econômica Federal, do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, qualquer incorreção no lançamento ou ausência de informações adequadas não serão aceitas pelo sistema.
Sabendo disso, é fundamental, antes do início do cadastramento no sistema, que se faça uma organização geral de toda a papelada referente aos funcionários como contrato de trabalho, atestados médicos, cópias de documentos, banco de horas, cartão de ponto, enfim, tudo que estiver associado a ele.
Feito isto, designe alguém ou alguma equipe, considerando a quantidade de funcionários que a sua empresa possui e o grau de complexidade do trabalho em função disso, para verificar os dados já obtidos. Trata-se de uma tarefa analítica, que envolve concentração e manuseio de documentos, é necessário ser criterioso na definição do(s) colaborador(es) a quem a tarefa será delegada. Finalizada esta parte, metade do processo de implementação já terá sido concluído (e bastante espaço físico terá sido liberado).
Você também pode terceirizar uma parte do serviço.
A mão de obra envolvida nos processos de eSocial, uma vez que este programa irá substituir o envio de impostos, como a DIRF (Declaração do Imposto sobre a Renda Retida na Fonte), precisa ter bom entendimento sobre o sistema do governo e as tecnologias utilizadas para atender todas as especificidades requeridas pela Receita Federal, que somam cerca de 45 layouts que precisam ser preenchidos.
Está é a oportunidade ideal para você se capacitar ou profissionalizar sua equipe em eSocial. Aprenda todos os detalhes do departamento pessoal de forma simples e descomplicada. Saiba tudo sobre regras, documentos, procedimentos, leis e tudo que envolve o setor, além de dominar o eSocial por completo. Essa é a sua grande oportunidade de aprender todos os procedimentos na prática com profissionais experientes e atuantes no segmento, clique aqui e acesse já!
Conteúdo por Jornal Contábil – referência bibliográfica a artigos do executivo Alexandre Muniz – Head de Soluções HCM na Cast group
Reforma do Imposto de Renda à vista! Mas calma, antes de soltar fogos e comemorar…
Se tem uma coisa que Donald Trump adora é uma boa guerra comercial. O ex-presidente…
O Simples Nacional é um regime tributário simplificado, mas isso não significa que seja fácil…
O Pix, meio de pagamento mais usado no Brasil, ganha novidades agora em 2025. Desenvolvido…
O avanço da tecnologia e a popularização das apostas online trouxeram um novo desafio para…
A partir de hoje, quarta-feira, dia 05, os trabalhadores brasileiros já podem consultar informações relativas…