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O médico e contador

A Medicina e o corpo humano tem muitas lições a ensinar a Contabilidade e demais Ciências Sociais

No dia 18 de outubro comemora-se, no Brasil e em alguns países do mundo, o dia do médico. Este dia foi escolhido em homenagem ao nascimento de Lucas, um dos discípulos de Jesus Cristo, que era médico (Colossenses 4:14).

Desde o 2º Grau, aprendi no curso de técnico em contabilidade, por analogia, que uma das funções da Contabilidade era demonstrar a radiografia ou ressonância magnética da empresa, para analisar sua “saúde” financeira. Por isso, homenageio hoje essa importante profissão –  que trata da saúde do ser humano – comparando com a profissão que cuida da “saúde” das organizações, fazendo analogia quanto objeto, campo de aplicação e exercício de suas atribuições

O corpo humano assim como o corpo organizacional é constituído por diversas partes que são inter-relacionadas

Primeiramente, ambas as profissões possuem como patronos discípulos de Jesus Cristo. O patrono dos médicos é Lucas enquanto que o dos contadores é Mateus, que era coletor ou fiscal de tributos (Mateus 9:9).

O objeto e o campo de atuação da Medicina são a saúde física e mental do ser humano, cujas ações profissionais visam à promoção, a proteção e a recuperação da saúde; a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças; e a reabilitação dos enfermos e portadores de deficiências (Lei nº 12.842/2013).

Guardadas devidas proporções, o campo de atuação da Contabilidade é a “saúde” física, financeira e econômica das organizações, pois o seu objeto de estudo é o patrimônio e seus fenômenos e variações, tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo, mediante registros, demonstrações, análises e controle dos fatos e atos de natureza econômico-financeira que o afetam, visando prover os usuários com informações econômica, financeira e física do patrimônio da entidade.

O corpo humano assim como o corpo organizacional é constituído por diversas partes que são inter-relacionadas, ou seja, umas dependem das outras e colaboram entre si, denominadas de sistema. Cada sistema, cada órgão é responsável por uma ou mais atividades para manutenção da vida.

Nessa missão de cuidar da saúde do corpo humano, o médico estuda e examina os sistemas cardiovascular, respiratório, digestivo, nervoso, sensorial, endócrino, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático e tegumentar (https://anatomia-humana.info/corpo-humano.html).

De igual modo, as organizações públicas ou privadas são compostas por sistemas, um conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado e atingir uma finalidade. Os sistemas de uma organização, independentemente dos seus fins, numa visão ampla, compreendem os aspectos e estruturas físicas, financeiras, jurídicas, pessoal, administrativas e econômicas.

Nessa vertente, o contador, no exercício de sua profissão, estuda e examina as operações e transações físicas, financeiras, jurídicas, de pessoal, de produção e venda de bens ou serviços da organização, bem como faz diagnósticos e prognósticos de elementos que afetam e podem melhorar a “saúde” da entidade, respectivamente.

Apesar das prerrogativas profissionais consolidadas pela Lei nº 12.842/2013 (Lei do ato médico), o médico, no campo de atenção básica a saúde, não trabalha sozinho, necessita de colaboração de outros profissionais da saúde, especialmente dos dentistas, biomédicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, para realizações de exames ou procedimentos específicos de competências desses profissionais.

O contador, na função de auditor, também poder utilizar de trabalhos de especialistas em área que não seja contabilidade e auditoria, especialmente de engenheiros para realizar avaliações de terrenos e edificações, de obras de construção civil e de infraestrutura, obras de arte e pedras preciosas, bem como de ativos minerais estocados, jazidas e reservas de petróleo, e de atuários fazer avaliações atuariais.

Mesmo sendo profissões com objetos e campo de atuações diferentes, a Medicina e o corpo humano tem muitas lições a ensinar a Contabilidade e demais Ciências Sociais Aplicadas às organizações sobre a unidade, integração, importância e  respeito de cada sistema do corpo organizacional para consecução dos objetivos sociais.

Nesse sentido, a Contabilidade, por meio de suas tecnologias contábeis, representa o maior sistema de controle e de informações orçamentárias, financeiras, econômicas e físicas do patrimônio das organizações, razão pela qual, as funções de auditoria e controladoria das organizações públicas ou privadas devem ser reconhecidas como ramo do conhecimento e campo de aplicação da Contabilidade.

Em que pese os avanços obtidos pela Resolução nº 560/83, do CFC, que, com fundamento no art. 25, do Decreto-Lei nº 9.295/46, estabelece como as atribuições privativas dos contadores, dentre outras, o “20 – controle, avaliação e estudo da gestão econômica, financeira e patrimonial das empresas e demais entidades” e a “33 – auditoria interna e operacional, os quais necessitam ser explicitadas e consolidadas em lei.

Por fim, a profissão de médico se assemelha com a obra do maior Médico de todos os tempos – Jesus Cristo – pois sua missão é curar e restaurar a saúde física, mental e espiritual do ser humano. Que o espírito de abnegação e serviço do Médico dos médicos influencie os médicos de hoje no exercício da profissão de forma mais altruísta e solidária.

 

Isaias Lopes da Cunha é contador e auditor substituto de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso. E-mail: ilcunha@tce.gov.br

Fonte: Mídia News

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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