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O novo perfil do profissional de contabilidade

A automatização de processos em contabilidade transformou um trabalho burocrático em analítico, o que também abriu espaço para que ele pudesse se tornar gerencial.

A chegada de novas tecnologias está alterando a antiga profissão , e quem não acompanhar esse ritmo acabará ficando para trás, diz o professor Bruno Salotti, coordenador da graduação em ciências contábeis da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo).

Foi com essa introdução que a Exame, da editora Abril, abordou as novas competências exigidas para os profissionais de contabilidade.

Na matéria, os autores ressaltam que se foi o tempo em que o contador era o mero encarregado de registrar manualmente em livros cada ocorrência contábil do negócio. As atividades burocráticas da área passaram a ser cada vez menos feitas por humanos com a chegada da informática e, mais tarde, dos softwares especializados – como os sistemas de emissão e gerenciamento de documentos fiscais.

“O profissional deixou de produzir os dados e passou a analisá-los, com o objetivo de prever o impacto contábil de cada decisão de negócios”, diz Salotti.

Nesse sentido, afirmam que a contabilidade deixou de olhar para o passado da empresa – o dinheiro que entrou e que saiu no mês anterior, por exemplo -, e passou a fazer projeções para seu futuro.

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A automatização de processos em contabilidade transformou um trabalho burocrático em analítico, o que também abriu espaço para que ele pudesse se tornar gerencial: há anos, grandes empresas já contam com a figura do CAO(Chief Accounting Officer), uma posição de diretoria alternativa à do tradicional CFO (Chief Financial Officer).

“O contador tem sido trazido para o âmbito da gestão”, afirma o professor da USP. “Ele agora ajuda a desenhar operações para gerar economia fiscal, identificar as melhores áreas geográficas para expandir o negócio e delinear as estratégias da companhia de forma geral”.

Confira abaixo os três principais requisitos listados pela Exame para o novo perfil do profissional de contabilidade:

1. O big data entra na conta

Para desempenhar funções cada vez mais estratégicas, o contador tem em mãos um recurso precioso: o big data.

Afinal, graças ao avanço da tecnologia, um gigantesco oceano de dados está à disposição das empresas – e elas buscam profissionais capazes de ajudá-las na missão de desvendá-los, inclusive na seara contábil.

O profissional de contabilidade mais requisitado do momento é uma espécie de “cientista de dados contábeis”.

Não é preciso entender de programação, necessariamente; mas é preciso ir muito além do Excel. “O novo contador precisa dominar ferramentas de gestão de dados, montar painéis de análise e extrair conclusões para orientar as decisões do negócio”, afirma o especialista José Carlos Fortes, contador e presidente da Fortes Tecnologia.

2. Domínio do inglês é raro na área

Além da facilidade para lidar com o big data, o contador do século 21 também precisa ter pelo menos nível intermediário no idioma de Shakespeare para compreender e transmitir informações sobre a situação contábil do negócio – principalmente no caso de trabalhar em uma multinacional.

“Embora tenha havido uma melhora nos últimos anos, ainda é muito difícil encontrar candidatos que falem bem inglês, porque historicamente as vagas em contabilidade não exigiam essa competência”, explica Leonardo Berto, gerente de negócios da consultoria Robert Half.

Segundo o especialista, um contador especializado em tributos que domine o idioma é do tipo “mosca branca”: encontrá-lo é uma missão praticamente impossível.

O professor Salotti, da FEA-USP, diz que seus alunos são orientados em sala de aula a investir no inglês. “A faculdade tem disciplinas e provas em inglês, além de oferecer diversos programas de intercâmbio”, explica. “O estudante compreende desde cedo que, na carreira de contabilidade, inglês não é mais diferencial, mas requisito”.

3. Comportamento também importa – e muito

De acordo com o gerente da Robert Half, certas habilidades comportamentais específicas são fundamentais para se dar bem no mercado de contabilidade no Brasil.

Uma delas é a disposição para investir em atualização constante. “A pós-graduação em controladoria é o caminho natural de muitos contadores”, explica Berto. “Como ensina a transformar números em estratégia, é um dos mais demandados pelo mercado”.

Mestrado ou MBA em auditoria, compliancebusiness intelligence, gestão e perícia contábil também estão entre as opções de pós-graduação mais quentes do momento na área, segundo Fortes.

Ter um perfil estudioso, porém, não é suficiente. Além de resiliência e capacidade de automotivação, o contador precisa ser hábil em relacionamentos interpessoais. “Uma demanda recorrente dos empregadores é por profissionais que saibam se comunicar e fazer a ponte entre o departamento contábil e outras áreas, como marketing, vendas ou operações”, diz Berto.

Salotti também destaca a capacidade de navegar pela interdisciplinaridadedo mundo dos negócios. Além de ter um conhecimento profundo sobre a própria área, o contador também deve saber um pouco de economia, administração, estatística, direito e tecnologia.

“Quem tem uma sólida formação em ciências contábeis e uma visão panorâmica de outras áreas, além de fortes competências comportamentais, será um excelente candidato à diretoria de finanças de uma empresa”, diz o professor da FEA-USP.

E então, o que você achou da análise feita sobre as novas competências da profissão de contabilidade?

Contador Parceiro Safeweb

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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