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O que esperar do mercado para pequenas empresas em 2018

Pequenas empresas em 2018: ano da recuperação?

Depois de uma verdadeira tempestade nos últimos quatro anos, 2018 começa sem a palavra recessão na ordem do dia. As estimativas dos principais órgãos de controle da economia apontam para melhora na performance em diversos indicadores, como o PIB.

Realmente, a previsão de incremento no Produto Interno Bruto em taxas bastante positivas é quase unanimidade entre especialistas.

Não custa lembrar que o PIB é um dos índices mais importantes acerca da real situação econômica de um país. A equação que representa é muito simples: quanto maior, mais dinheiro circulando, maior o consumo interno e, consequentemente, maior o faturamento das empresas.

Se em 2016 o PIB brasileiro teve retração de 3,6%, em 2017 as previsões feitas no ano anterior foram superadas. A estimativa inicialmente era de crescimentoem torno de 0,4%. Entretanto, agora já se fala em 1% de avanço na comparação com 2016.

Para 2018, as estimativas são ainda mais otimistas. A previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é de animadores 2,7%.

Mas não é apenas na soma de todas as riquezas produzidas que o Brasil deverá melhorar. Como o aumento no PIB ao longo do ano que acaba de começar será puxado pela redução gradual na taxa de juros, economistas consideram que isso deve gerar reflexos em diversos setores. É nisso que acredita a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, conforme entrevista ao portal G1.

Nessa mesma matéria, o economista Eduardo Velho traça um futuro ainda mais promissor para os próximos 12 meses. Para ele, o Brasil está visivelmente em um processo de alta na economia como um todo. Como consequência, ele estipula crescimento do PIB em 3,3%.

Portanto, diversos indicadores que nos últimos anos vinham acumulando recordes negativos, como o de desemprego, deverão apresentar números melhores já em 2018.

Todo esse otimismo do mercado anima donos de negócios, mas ainda não é momento para euforia, como veremos ainda neste artigo.

O que esperar da inflação?

Se há um indicador incontestável de que uma economia vai mal é a inflação. Quem vivenciou a década de 80 e parte da de 90 deve lembrar de como era ir às compras nos supermercados. Pela manhã, os produtos tinham um preço, já à tarde, no mesmo dia, os valores já tinham sido reajustados.

Era um cenário caótico, em que os preços dos produtos refletiam a falta de rumo da economia do país. Sucessivos planos econômicos fracassaram em tentar estancar a sangria provocada pela alta desenfreada.

Se hoje temos inflação na faixa de 4,5% ao ano, naqueles tempos sombrios era comum a inflação acumulada bater os 80% ao mês.

Felizmente, são tempos passados. Mesmo com a instabilidade política e a falta de confiança nos governantes, o Brasil parece ter aprendido a lição, e os dias de hiperinflação ficaram para trás.

Essa é a aposta de Alessandra Ribeiro para 2018. Segundo a economista, o ambiente inflacionário brasileiro deverá permanecer calmo, sem grandes sustos.

Por outro lado, Felipe Salles, do Itaú, entende que os alimentos deverão puxar os preços para cima, ao contrário de 2017, ano em que uma supersafra permitiu a redução no preço dos gêneros alimentícios em geral.

Se sua empresa atua no varejo, ou revende produtos, fique atento aos números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Mesmo com as previsões de calmaria inflacionária, ao longo do ano, a inflação deverá aumentar em ritmo mais acelerado, se comparado com 2017.

Logicamente, toda a cadeia produtiva sente os efeitos, o que, no final das contas, redunda em menos consumo, portanto, menos vendas.

Parece uma boa ideia ajustar seu planejamento estratégico a essa possibilidade.

E a tal taxa de juros?

Você planeja expandir seu negócio, ou quem sabe inaugurar uma filial? Ótimo, mas se sua empresa não conta com recursos próprios para financiar seu crescimento, provavelmente você terá que recorrer a empréstimos bancários

O valor que os bancos cobram dos clientes para emprestar dinheiro é definido justamente pela taxa de juros, conhecida oficialmente como taxa Selic.

A equação aqui também é simples: quanto mais elevada essa taxa, mais caro sai aquele empréstimo tão importante para você construir uma nova unidade para seu negócio.

Em 2018, ao contrário das previsões para o PIB e para a inflação, a taxa de juros ainda dá margem a muitas especulações. Tudo por conta das variações aguardadas para o dólar.

Em um mercado abastecido por insumos importados como o brasileiro, uma alta na moeda norte-americana pode pressionar a inflação. E o mecanismo número um para conter esse movimento é justamente o aumento na taxa de juros.

O economista Felipe Salles tem uma visão até certo ponto otimista. Para ele, os juros, em 2018, deverão ficar em 6,5%, ou seja, 0,5% menor do que em 2017.

Entretanto, há um entendimento de que as reformas em curso promovidas pelo governo serão decisivas para dizer se os juros aumentam ou não.

O aumento na taxa de câmbio, portanto, também deverá impactar diretamente sobre os juros praticados no Brasil. Eduardo Velho acredita que, se o dólar permanecer na faixa de R$ 3,50 e R$ 3,60, então, os juros não deverão subir tanto quanto no ano passado.

De qualquer forma, seja cuidadoso ao buscar recursos de terceiros. O autofinanciamento, quando possível, tende a ser uma decisão mais saudável para o negócio.

O desemprego recua ou não?

Em relação ao desemprego, um fenômeno precisa ser observado. Embora a previsão, para 2018 é de redução na desocupação (como prefere chamar o IBGE), tudo vai depender de um contingente que estava “em ponto morto” quando o mercado estava mais enfraquecido.

Essas pessoas, que haviam desistido de procurar emprego, não apareciam nas estatísticas oficiais. Logo, em um cenário de aumento na criação de postos de trabalho formais, a tendência é de que a desocupação volte a aumentar.

Sobre isso, Felipe Salles é taxativo. De acordo com o representante do Itaú, o pior já passou e, em 2018, o índice de desemprego deverá ficar em 11,9%.

Como será o seu 2018?

Não importa a conjuntura econômica, a postura de um empreendedor de sucesso deve ser sempre preditiva. Ou seja, nada de esperar as coisas acontecerem para tomar providências.

Manter-se sempre informado e planejar-se financeiramente é componente fundamental para negócios lucrativos. Pense nisso e tenha um ano de excelentes resultados!

Via Contaazul

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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