Com a prorrogação, o auxílio emergencial terminará em 31 de dezembro de 2020. No entanto, o substituto do benefício, o renda Brasil, ainda não está pronto, e nem se sabe se já estará sendo colocado em prática em janeiro de 2021.
Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE FGV), a redução do valor de R$ 600 para R$ 300 no auxílio emergencial colocará em risco a capacidade de compra das famílias, principalmente as de baixa renda.
O estudo mostra que a queda será maior após o fim do auxílio emergencial. A renda de 10% mais pobres cairá 77%. Considerando os 30% mais pobres, o fim do auxílio levará a diminuição de renda per capita familiar de 44%.
“Quanto mais pobre a família, maior foi o impacto do auxílio no aumento da renda per capita. Essas faixas serão as mais atingidas pela retirada do benefício”, afirma o pesquisador do IBRE, Daniel Duque.
Ministro confirma Renda Brasil após fim do auxílio emergencial
O presidente Bolsonaro estuda formas de lançar o Renda Brasil, novo programa que irá substituir o Bolsa Família e outros benefícios. Mas, tudo ainda está no papel, não foi concretizado.
Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a afirmar nesta terça-feira, (8), que o Renda Brasil seria caro demais para sair do papel. Porém, Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, afirmou hoje que o Renda Brasil “está pronto” e que será lançado assim que o pagamento do auxílio emergencial ser concluído em dezembro.
“O programa está pronto, são coisas diversas. O que cabe ao Ministério da Cidadania é montar um programa de renda mínima que possa fazer os pilares do mérito e da qualificação, e fazer com que as famílias prosperem. A partir daí, o que nós tomamos como decisão do governo é que nós concluiríamos o auxílio emergencial. Então, nós estamos muito seguros com a qualidade do Renda Brasil, dos impactos positivos que ele terá na vida das pessoas e na condição de emancipação que ele vai gerar na vida das pessoas”, afirmou Onyx.
Com a repercussão negativa de substituição de vários benefícios, Bolsonaro pediu que o modelo do Renda Brasil fosse reelaborado. Ele deixou bem claro que era contra o novo programa substituir benefícios, como por exemplo, o abono salarial.
Edição por Jorge Roberto Wrigt Cunha – jornalista do Jornal Contábil