Negócios

Pandemia muda o olhar das pessoas sobre as organizações financeiras

O atual momento é marcado não só por uma crise sanitária devido ao coronavírus, mas também por momentos inéditos na economia mundial, que vive uma retração.

Além desse cenário macroeconômico, a pandemia também tem afetado as famílias, que muitas vezes não estavam preparadas para lidar com adversidades financeiras.

De acordo com a pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência, 89% das pessoas da classe A, B e C com acesso a internet mudaram seus hábitos financeiros desde o início da pandemia.

Destes, 27% passaram a guardar mais recursos para as incertezas do futuro, 22% atrasaram o pagamento de contas e 51% diminuíram os gastos.

Além disso, 55% tiveram suas rendas afetadas, dos quais 66% sentiram queda superior a 25% no orçamento.

O percentual de famílias com dívidas no país também renovou recorde histórico em julho, batendo 67,4%.

No Brasil, pouco se fala sobre a importância da educação financeira para as pessoas, que em situações de emergência acabam facilmente se endividando.

Como alternativa ao endividamento e empréstimos com juros abusivos, o Xerpay é uma plataforma de serviços financeiros que permite, entre outras funcionalidades, que o colaborador acesse o dinheiro do seu salário referente aos dias já trabalhados, antes da data de pagamento.

Durante a pandemia, a startup lançou também a funcionalidade que permite o acesso antecipado ao recebimento do 13º e viu a quantidade de saques dobrar entre os meses de junho e julho.

“Entendemos que o momento é de muito aprendizado para o brasileiro com relação a organização das finanças pessoais.

Enxergando a dificuldade das pessoas, lançamos um novo serviço, o de adiantamento do 13º com acesso do valor proporcional aos meses trabalhados”, explica Gustavo Molina, CRO da startup.

E os aprendizados pairam também sob os investimentos. Com as economias da maior parte dos países instáveis, muitas pessoas ficaram receosas com as aplicações realizadas.

Para Daniel Coquieri, COO da BitcoinTrade, corretora especializada no mercado brasileiro de criptomoedas, a educação financeira não é importante apenas para o orçamento diário das famílias, mas também para administrar os investimentos.

“É no momento de crise que colocamos muitas lições em prática. Vimos muitas pessoas sem saber o que fazer com as aplicações e resgatando para ficarem com o valor em dinheiro.

Ao mesmo tempo, tivemos as criptomoedas com uma boa recuperação e sendo uma opção de investimento para esse momento.

Quando prezamos pela nossa saúde financeira, enxergamos mais possibilidades de investimento”, pontua o executivo.

Já para as pessoas que perderam o emprego com carteira assinada, pode parecer que organizar as finanças se tornou uma tarefa ainda mais difícil.

Mas, com a oferta de oportunidade diminuindo, é importante pensar em alternativas, como a regularização como MEI. “Abrir uma microempresa é a saída que muitas pessoas encontraram para continuar em atividade, mesmo durante a crise.

Ser MEI é uma forma de abrir o leque de opções, como poder prestar serviços para empresas, vender produtos e até participar de licitações do governo”, garante Alexandre Carvalho, contator e fundador do Easymei, plataforma recém lançada de auxílio e gestão para microempreendedores.

Além dos MEIs, as pequenas empresas também precisam olhar para as suas finanças e entender a melhor forma de organizar suas contas, uma vez que representam uma grande fatia do mercado.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), no Brasil, existem 6,4 milhões de estabelecimentos. Desse total, 99% são micro e pequenas.

Segundo Francisco Ferreira, sócio-fundador da BizCapital, fintech que concede crédito para MPEs, ao olhar pelo lado das finanças, 2020 está sendo um ano de muitos desafios para os empreendedores, que aprenderam na raça como controlar a empresa e saber como lidar com a grande perda de receita que sofreram.

“Levando em consideração esse caminho tortuoso que muitos estão percorrendo, é importante conhecer bem o modelo de negócios e ter todas as contas organizadas, isso ajuda a enfrentar esses momentos delicados com mais facilidade”, finaliza Francisco.

Esther Vasconcelos

Estudante de nutrição e apaixonada por meios de comunicação, trabalhando atualmente como redatora no Jornal Contábil.

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