15°C 29°C
Uberlândia, MG
Publicidade

ONU: Supermicróbios podem causar 10 milhões de óbitos ao ano até 2050

ONU: Supermicróbios podem causar 10 milhões de óbitos ao ano até 2050

08/02/2023 às 10h28 Atualizada em 08/02/2023 às 13h28
Por: Leonardo Grandchamp
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Até 2050, cerca de 10 milhões de mortes ao ano podem ser registradas no mundo em razão do surgimento e da propagação de supermicróbios – cepas de bactérias que se tornam resistentes a antibióticos conhecidos.

O alerta é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que defende reduzir a poluição gerada pelos setores farmacêutico, agrícola e de saúde como estratégia essencial para combater a chamada resistência antimicrobiana.

De acordo com o relatório Preparando-se para os supermicróbios: fortalecendo a ação ambiental na resposta à resistência antimicrobiana pela abordagem de saúde única, divulgado hoje (7) pela entidade, o custo econômico da resistência antimicrobiana poderia resultar em uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) global de pelo menos US$ 3,4 trilhões de dólares até 2030, empurrando 24 milhões de pessoas para a extrema pobreza.

O documento destaca que os supermicróbios já causam sério impacto na saúde humana, de animais e de plantas e defende uma resposta multisetorial de saúde. “Devemos permanecer focados em reverter a maré nesta crise, aumentando a conscientização e colocando este assunto de importância global na agenda das nações”, destacou a presidente do Grupo de Lideranças Globais sobre Resistência Antimicrobiana, Mia Amor Mottley.

Leia também: Conheça as 9 bactérias mais resistentes do mundo

Entenda

De acordo com o Pnuma, o desenvolvimento e a propagação dos supermicróbios acontece quando medicamentos antimicrobianos usados para prevenir e tratar infecções em humanos, animais e plantas perdem sua eficácia e a medicina moderna, consequentemente, perde sua capacidade de tratar até mesmo infecções leves.

A resistência antimicrobiana aparece na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez principais ameaças globais à saúde. Em 2019, 1,27 milhões de mortes foram atribuídas diretamente a infecções resistentes a medicamentos em todo o mundo, enquanto 4,95 milhões foram associadas à resistência antimicrobiana.

“A tripla crise planetária implica em temperaturas mais altas e padrões climáticos extremos, mudanças no uso do solo que alteram sua diversidade microbiana, assim como poluição biológica e química. Tudo isso contribui para o desenvolvimento e a disseminação da resistência antimicrobiana”, destacou o Pnuma.

"A poluição do ar, do solo e dos cursos d'água mina o direito humano a um ambiente limpo e saudável. Os mesmos fatores que causam a degradação do meio ambiente estão agravando o problema da resistência antimicrobiana. E os impactos da resistência antimicrobiana podem destruir nossa saúde e nossos sistemas alimentares", avaliou a diretora-executiva da entidade, Inger Andersen.

Ações

Dentre o conjunto de medidas sugeridas pelo relatório para o enfrentamento dos supermicróbios estão:

  • Multiplicar os esforços globais para melhorar a gestão integrada dos recursos hídricos, como promover o abastecimento de água, o saneamento e a higiene;
  • estimular que países integrem um enfoque ambiental aos planos de ação em nível nacional relacionados com o meio ambiente, como programas nacionais de gestão de resíduos e poluição por químicos e planos de ação em matéria de biodiversidade nacional e planejamento frente à mudança climática;
  • estabelecer padrões internacionais relativos a indicadores microbiológicos adequados de resistência antimicrobiana a partir de amostras ambientais;
  • explorar opções para redirecionar investimentos, estabelecer incentivos e esquemas financeiros inovadores, bem como justificar o investimento no sentido de garantir financiamento sustentável, incluindo a alocação de recursos internos suficientes para enfrentar os supermicróbios;
  • reforçar o monitoramento e a vigilância ambiental, bem como priorizar a pesquisa para fornecer mais dados e evidências que fundamentem melhores intervenções.

“A resistência antimicrobiana requer uma resposta de saúde única que reconheça que a saúde das pessoas, dos animais, das plantas e do meio ambiente estão intimamente ligados e são interdependentes. A prevenção está no centro da ação necessária para deter o surgimento da resistência antimicrobiana e o meio ambiente é uma parte fundamental da solução”, concluiu o relatório.

Original de Agência Brasil

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Uberlândia, MG
17°
Tempo limpo

Mín. 15° Máx. 29°

17° Sensação
3.6km/h Vento
67% Umidade
0% (0mm) Chance de chuva
06h46 Nascer do sol
05h49 Pôr do sol
Seg 30° 17°
Ter 30° 17°
Qua 30° 15°
Qui 32° 17°
Sex 31° 19°
Atualizado às 07h05
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,46 +0,00%
Euro
R$ 5,92 0,00%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,60%
Bitcoin
R$ 331,695,63 +1,56%
Ibovespa
126,267,05 pts 0.08%
Publicidade
Publicidade