O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgará nesta quarta-feira (19), a nova taxa base de juros brasileira (Selic). Para o coordenador de cursos de pós-graduação da Faculdade Fipecafi, Estevão Garcia Alexandre, a taxa de juros deve permanecer estável, em 6,5% em junho, porém, nos próximos meses, é possível que o índice apresente uma queda. “Assim como o último relatório da taxa de juros, o índice deste mês deve permanecer estável. Considerando que a meta de inflação do governo, estabelecida durante a resolução do Banco Central do Brasil (Bacen), em junho de 2017, é de 4.25%, podendo ter um intervalo para mais ou para menos, a taxa Selic pode sofrer uma queda nas próximas reuniões do Copom, emitindo um alerta para o setor econômico do governo”, explica.
A Selic é taxa utilizada para balizar as operações de captação de recursos e empréstimos no mercado financeiro. Garcia explica, ainda, que o índice reflete todos os setores da economia. “A taxa base de juros influencia desde os investimentos, poupança, certificados, até os empréstimos, impactando, diretamente, nas taxas de juros para pessoas físicas e jurídicas e, consequentemente, no orçamento do cidadão comum”, completa.
O cenário econômico atual
Segundo o especialista, a taxa de juros vem passando por um processo de queda desde janeiro de 2017, chegando a 6,5% a.a. em março de 2018. “Desde então a Selic se encontra estável, sendo que há mais de 15 meses não temos visto alteração. Por outro lado, o Produto Interno Bruto (PIB), que é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde o primeiro trimestre de 2017, passou por uma reversão positiva, ficando em janeiro de 2017, em -2% de crescimento, ou seja, a economia diminuiu 2% naquele trimestre, e foi ao pico de crescimento de 1,40% nos segundo e terceiro trimestre de 2018. Durante os outros trimestres, o PIB começou a cair, chegando a 0,90% no primeiro trimestre de 2019, sendo o menor crescimento quando comparado ao mesmo período do ano anterior, cujo o aumento foi de 1,30%”, comenta.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), vem apresentando um aumento anual, de acordo com Garcia. “Em 2017, o IPCA fechou em 2,95%, em 2018 fechou com 3,75% e até maio de 2019 já estamos em 2,22%, porém, o relatório Focus espera por uma queda no índice, pois há um mês havia expectativa de que ao final de 2019 o IPCA ficasse em 4,11%. Atualmente, a expectativa já está em 3.85% e com uma tendência de baixa nas próximas revisões”, afirma.
Onde devo investir?
Para o especialista, o primeiro passo na hora de investir é atentar-se e responder o questionário do banco, corretora ou distribuidora de valores mobiliários, para identificar o perfil do investimento ideal, de acordo com orçamento do indivíduo. “Nestes questionários, é possível avaliar o nível de risco que o investidor está disposto a correr”, alerta.
Para analisar as melhores formas de investimento, com a maior rentabilidade, de acordo com aplicações em rendas fixas, o coordenador de cursos da Faculdade Fipecafi traçou um paralelo das principais aplicações e seus rendimentos em 2019. “Como podemos notar no gráfico abaixo, a aplicação no índice Bovespa, até o momento, teve o maior rendimento, seguido pelo IGPM, Certificado de Depósito Bancário (CDB) e depois, empatados, a SELIC e o Certificado de Depósito Interbancário (CDI)”, diz.
Garcia explica, ainda, que antes de fazer qualquer tipo de investimento, é necessário traçar objetivos, analisando, antecipadamente, qual será o valor a ser investido, o prazo para deixar o capital aplicado e quais metas se pretende atingir. “A partir disso e, também, da análise do perfil de investidor, realizada a partir dos questionários dos bancos e corretoras, é possível identificar quais títulos serão mais rentáveis para a sua aplicação. O IBovespa, ainda está ganhando como a aplicação com melhor rentabilidade, tendo em vista que em janeiro de 2019, apresentou um rendimento de 10,82%. Por isso, é importante ficar atento e pesquisar sobre aplicações financeiras antes de efetuar o investimento”, finaliza Garcia.