Bolsonaro

Para investidores em Nova York, brasileiros estavam otimistas demais com governo Bolsonaro

Impasses entre Executivo e Congresso, protestos e baixas na economia preocupam mercado

Investidores e analistas estrangeiros afirmam que o mercado brasileiro apostou alto demais na velocidade dos resultados do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Impasses entre Executivo e Congresso em torno da reforma da Previdência, a mobilização na quarta-feira (15) contra os cortes na educação, a demora na retomada do crescimento e o desemprego crescente preocupam analistas e investidores que participaram, por dois dias, de evento do Itaú em Nova York.

Presentes à LatAM CEO Conference, encerrada nesta quinta (16), que busca aproximar estrangeiros a empresas do Brasil, eles relataram preocupação com o cenário econômico brasileiro atual.

Um analista de um grande fundo de investimento americano, que preferiu não se identificar, disse que os executivos brasileiros têm agora se mostrado mais preocupados e menos otimistas do que em relação ao início do mandato de Bolsonaro.

Segundo ele, porém, os brasileiros ainda não estão prontos para admitir que a economia regrediu.

Um investidor do ramo de equities, que também preferiu o anonimato, disse que já previa que a aprovação da reforma da Previdência iria demorar, mas disse acreditar que vai prejudicar muito mais a economia se as novas regras ficarem para depois de setembro.

Outro investidor presente no evento do Itaú, do ramo de equities, disse que já previa que a aprovação da reforma da Previdência iria demorar e afirmou considerar os investidores locais mais voláteis.

Para Marcos Casarin, economista-chefe para América Latina da Oxford Economics, o estrangeiro não entrou na onda de otimismo com a eleição de Bolsonaro. Logo, a decepção foi maior para os brasileiros.

Da Cidade do México, Casarin disse que os estrangeiros não esperavam uma queda da atividade no Brasil. “Eu mesmo me surpreendi e minimizei o spillover [efeitos] da Argentina. As importações de manufaturados da Argentina diminuíram muito”, diz.

Axel Christensen, chefe de investimento estratégico da América Latina do BlackRock, disse à reportagem que os investidores vêm olhando com cautela não só o Brasil, mas a América Latina após eleições recentes.

A empresa participou do evento do Itaú. Baseado no escritório de Miami, ele, porém, não compareceu.

Christensen afirmou que a queda da atividade econômica do Brasil é uma preocupação. Esperava-se do país, segundo ele, uma recuperação mais robusta, uma vez que havia se encerrada uma recessão severa.

Ele destacou atenção ao cenário internacional, com desaceleração após a crise de 2008 na China e em toda a América Latina. O Brasil, apesar desse contexto, disse Christensen, tem frustrado as expectativas.

Ao olhar para dentro do país, o cenário também é preocupante. O chefe de investimentos do BlackRock questiona como o governo vai ser capaz de pressionar o Congresso a aprovar sua agenda de reformas.

“Os investidores veem como um risco para o avanço da economia os problemas pessoais de Bolsonaro e as manifestações”, disse, ao comentar as suspeitas contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e as milhares de pessoas que foram às ruas contra os cortes no Ministério da Educação.

(PAULA MOURA)Folhapress

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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