Negócios

Perdas no varejo on-line podem vir a serem maiores que no físico

No Brasil, os primeiros estudos sobre prevenção de perdas começaram em 1998, por meio do PROVAR – Programa de Administração do Varejo, entidade vinculada à FIA –  Fundação Instituto de Administração, com a contribuição dos varejistas para a manutenção do projeto.

Esses estudos apontavam que cada 1% de perdas resulta em 20% menos em vendas. Na opinião de Flávia Nunes, consultora de varejo da Complement Consultoria & Marketing, que oferece soluções completas de implantação de modelos de negócios arrojados, com conceitos de operações que vão desde a abertura de pequenas lojas até a sua plena expansão, processos mal desenhados ou desperdício, são os principais responsáveis por esses resultados negativos.

Quando se trata do e-commerce, entretanto, ações que podem ser consideradas banais feitas pelo consumidor acabam acarretando perdas de vendas significativas. Flávia cita como exemplo a pessoa ir selecionando produtos, colocando no carrinho digital e não efetiva a compra. “Essa ação é considerada uma perda porque quando o site não tem um limitador de tempo para compras, o produto fica parado no carrinho e o estoque fica sem aquela peça disponível, numa espécie de limbo”, alerta a consultora.

Outro exemplo citado por Flávia ocorre quando, depois da venda efetivada e a mercadoria é encaminhada para o transporte, o consumidor cancela a compra por ter detectado algum erro na escolha do item ou porque não queria usar o cartão de crédito, ou qualquer outro motivo. “Para evitar a perda dessa venda, o ideal é que o site traga uma apresentação melhor do produto e procedimentos para não gerar devolução por insatisfação ou dúvida do cliente”, recomenda.

A consultora ainda informa, “o processo logístico, se não for bem desenhado, também pode colaborar para o aumento das perdas no e-commerce. Por exemplo, erros na separação que acabam gerando o despacho de vários pacotes para um mesmo endereço quando poderia ser feita uma só entrega; erro na etiquetagem do endereço; problemas na compra com o fornecedor; quando a mercadoria não é entregue ou tem sua qualidade comprometida.”

Flávia dá algumas dicas para o comerciante, que se vale do e-commerce, evitar perdas financeiras. A principal delas é a colocação de um relógio limitador de compra no site para, caso a compra não seja efetivada, ela é excluída automaticamente no fim do tempo limite; treinamento de uma equipe de auditoria para fazer o controle constante do estoque e do processo de venda; bem como o estabelecimento de regras de operação, de prevenção de perdas para diminuição de fraude e risco, de entrega no centro de distribuição, endereçamento, separação, embalagem, controle de qualidade, transporte até chegar no cliente final.

Outra dica que a consultora dá é a utilização da metodologia Pentágono de Perdas, desenvolvida pelo consultor Anderson Ozawa, considerado referência em prevenção de perdas no Brasil. Segundo essa metodologia, os riscos podem ser minimizados em cinco pontas: pessoas, processos, auditoria, tecnologia e indicadores. “Ao ter controle dessas cinco partes, determinar regras, utilizar automação de forma integrada e inteligente, é possível minimizar os riscos e as perdas”, finaliza.

Flávia Nunes é consultora de varejo com expressivas passagens por grandes empresas do segmento supermercadista.

Desde 2006 com um time de consultores especialistas em varejo, liderada pelo CEO Juam Rosa, a Complement Consultoria & Marketing atua apresentando soluções nas áreas de marketing, comercial, financeira, tributária, contábil e administrativa por meio de implantação de modelos de negócios arrojados, com conceitos de operações que vão desde a abertura de pequenas lojas até a sua plena expansão.

Leonardo Grandchamp

Supervisor de Redação do Jornal Contábil e responsável pelo Portal Dia Rural.

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