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Pesquisas apontam que empresas gastam 1.958 horas por ano com burocracia e tributos

A alta carga de tributos brasileira aliada a muita burocracia em todos os âmbitos, sejam eles municipais, estaduais ou nacional,  fazem do Brasil o país onde se mais gasta tempo com operações ligadas à áreas contábeis e fiscais.

Nosso país também  tem o maior número de profissionais contratados para trabalhar nessas áreas, cerca de 1 para cada 200.

Esse elevado número de profissionais ligados às áreas contábeis não seria nada mal se não fosse a necessidade da mão de obra ser necessária por haver leis extremamente complexas, que mudam a todo o momento para diferentes segmentos e tamanhos de empresas.

Pesquisa realizada pela Stefanini, multinacional brasileira de tecnologia presente em 40 países, revela números que não são uma surpresa para quem já trabalha com cálculos e pagamentos de tributações.

O Banco Mundial revelou que  as empresas gastam em média 1.958 horaspor ano para cumprir todas as regras do Fisco no Brasil e isso consome cerca 1,5 do faturamento anual de cada uma delas, levando em consideração gastos com tecnologia e recursos humanos.

As obrigações acessórias que as empresas brasileiras tem de enfrentar diariamente não é um investimento que lhe traz retorno, ou seja, não é um investimento.

Ao invés disso, há trabalho e retrabalho em cima de geração de guias, preenchimento de relatórios, muitas vezes repetidos porque precisam ser entregues à diferentes órgãos fiscalizadores, pagamentos e arquivamentos de documentos físicos e digitais.

Existem hoje em vigor no Brasil 63 tributos e 97 obrigações acessórias – conjunto de documentos, registros e declarações utilizadas para o cálculo dos tributos e que precisam ser enviados ao Fisco dentro de prazos pré-estabelecidos sob pena de multa.

A legislação brasileira também é responsável pelo tempo que se gasta com tarefas manuais e repetitivas nas empresas: segundo o IBPT, estima-se que cada empresa tem que seguir mais de 3.790 normas, o equivalente a 5,9 quilômetros de folhas impressas em papel formato A4.

A cada dia, uma média de 30 novas regras ou atualizações tributárias são editadas no país. Ou seja, a cada hora, mais de uma nova norma tem que ser seguida ou levada em conta no cálculo dos tributos.

A burocracia com tributos gera prejuízos

Os elevados custos com tributos e taxas e ainda toda a estrutura que isso exige, acaba fazendo com que as empresas repassem os valores para seus clientes, gerando produtos mais caros.

Os empresários acreditam que seus funcionários das área contábeis levam mais tempo trabalhando para o governo garantindo todas as entregas exigidas no prazo do que para a própria empresas que os contratou.

A exigência da guarda de documentos faz com que a preocupação e os custos aumentem ainda mais. É necessário guardar pilhas e pilhas de documentos por anos para garantir que no caso de uma fiscalização tudo seja entregue e o trabalho das equipes não seja em vão.

Tecnologia a favor do Fisco

“COSTUMO DIZER QUE O BRASIL TEM A BUROCRACIA MAIS COMPLEXA E A MAIS ELETRÔNICA DO MUNDO”, AFIRMA MCO STEFANINI, PRESIDENTE DA STEFANINI.

Marco Stefanini, fundador e presidente da Stefanini afirma que o Brasil afirma que a automatização de processos para entrega de documentação paro o governo não está ligada à diminuição de burocracia e nem otimização de processos e sim na garantia de fiscalização do fisco.

Isso aumenta o custo das empresas, ao invés de diminuí-la porque as empresas precisam cada vez mais se adequar à exigências e adquirir tecnologias para garantir as entregas.

Pesquisa recém-divulgada pela Fiesp, mostra que para 91,4% das empresas, a burocracia afeta a competitividade.

E para 90,2% das empresas, a burocracia estimula a corrupção.

Isso significa que é muito mais fácil e rápido omitir informações ao governo do que ter um gasto tão grande e um trabalho tão árduo somente para transmitir informações repetidas, muitas vezes.

Para esses empresários a diminuição de burocracia também diminuiria a corrupção no país.

Ranking da Burocracia

Ainda segundo o Banco Mundial, o Brasil é o país que ocupa o topo do raking de tempo gasto com obrigações ao governo anualmente.

Veja exemplos de outros países:

Brasil 1.958

Bolívia 1.025

Argentina 311,5

México 240,5

O que diz a Receita Federal

A Receita Federal contesta a metodologia utilizada pelo Banco Mundial e afirma que o tempo gasto já é bem menor, em torno de 600 horas anuais para uma empresa de médio porte, segundo estudo encomendado à Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon).

Receita Federal informou que estão em curso uma série de iniciativas de simplificação para melhorar o ambiente de negócios do país e que espera que no início de 2018 haja uma redução gradual no número de horas gastas para o cumprimento das obrigações tributárias.

Medidas de simplificação de tributos

Em agosto, o Blog do Arquivei acompanhou o Fórum de Simplificação e Integração Tributária onde o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou conjunto de medidas para reduzir o chamado custo Brasil.

Entre as medidas estão a simplificação do número de obrigações acessórias, o compartilhamento de informações entre os fiscos, o eSocial para empresas, o portal único do comércio exterior, padronização na nota fiscal de serviços eletrônica e a simplificação do registro de empresas.

“A maioria dos projetos se encerram em 2018, porém as primeiras entregas intermediárias devem começar a impactar positivamente já no final deste ano e no 1º semestre do ano que vem”, informa a Receita.

O diretor da Fenacon, Hélio Donin Júnior, avalia o Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED) vem permitindo a integração de informações e declarações e que por isso até meados de 2018 o tempo médio gasto com pagamento de tributos no Brasil já terá caído para um patamar ao redor de 1.000 h/ano.

“É UM AMBIENTE ÚNICO, ONDE TODOS OS SETORES DO GOVERNO VÃO LÁ E BUSCAM AS SUAS INFORMAÇÕES. ELE ORGANIZOU O QUE ANTES ERAM AÇÕES ISOLADAS DE DECLARAÇÕES DIGITAIS”, DIZ.
“A QUANTIDADE EXISTENTE DE TRIBUTOS E REGRAS É UMA LOUCURA, ISSO CRIA INSTABILIDADE JURÍDICA E TORNA O SISTEMA MUITO JUDICIALIZADO, O QUE TAMBÉM É RUIM PARA O INVESTIMENTO EXTERNO”, AFIRMA DONIN JÚNIOR.

Pequenas empresas são mais prejudicadas

Para alguns empresários a Reforma Tributária é essencial para a diminuição de leis e burocracia principalmente para as pequenas e médias empresas que pagam tributos e precisam manter altos custos com regras acessórias que são cada vez mais inviáveis.

Para um controle maior dos documentos fiscais que são emitidos contra o CNPJ de uma empresa é importante contar com soluções que garantam a entrega de 100% desses documentos.

Para garantir a escrituração de todas as NFes, NFSes, CTes e demais documentos contábeis conte com o Arquivei e evite pagar multas para o Governo no caso de uma fiscalização.

Experimente o Arquivei gratuitamente.

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas possui uma trajetória multifacetada, ele acumula experiências como jornalista, CEO e CMO, tendo atuado em grandes empresas de software no Brasil. Atualmente, lidera o grupo que engloba as empresas Banconta, Creditook e MEI360, focadas em soluções financeiras e contábeis para micro e pequenas empresas. Sua expertise em marketing se reflete em sua obra literária: "A Revolução do Marketing para Empresas Contábeis": Neste livro, Ricardo de Freitas compartilha suas visões e estratégias sobre como as empresas contábeis podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo, utilizando o marketing digital como ferramenta de crescimento.

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