foto: Banco Central do Brasil
Após completar um ano em funcionamento no país, o PIX, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, implantou duas novas modalidades em novembro: o PIX Saque, que permite o cliente sacar dinheiro em espécie nos estabelecimentos comerciais, e o PIX Troco, que também possibilita o saque em forma de troco após a realização de uma compra ou prestação de serviço.
A atualização é uma resposta do Banco Central para estimular o comércio, principalmente físico, a se adaptar à nova forma de pagamento – visto que até meados de maio de 2021 as transferências instantâneas de consumidores para empresas por meio do Pix representavam apenas 12% do total de transações, deste que já é atualmente o segundo meio de pagamento mais usado no País de acordo com pesquisa conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
“Apesar do mercado já ter tecnologia disponível e dos consumidores já terem aderido à novidade, nas lojas físicas esse formato ainda não decolou. O cartão de débito e crédito, além do dinheiro, seguem liderando os pagamentos e isso se deve, em grande parte, a uma questão cultural por parte dos varejistas que ainda não despertaram para todo o potencial dessa novidade para melhorar sua competitividade ao, por exemplo, eliminar taxas desnecessárias”, explica Edgard de Castro, vice-presidente de Relações Institucionais da AFRAC (Associação Brasileira de Automação para o Comércio).
Envolvido na intermediação entre as diretrizes do Banco Central para o futuro do Pix e o envolvimento das empresas desenvolvedoras de software para o varejo, necessários para suportar o avanço do meio de pagamento no País, o executivo avalia que as novas funcionalidades ajudarão o comércio a atrair mais clientes, assim como poderá escoar com mais facilidade o dinheiro do caixa, economizando mais com transporte de valores e gastos com segurança.
À exemplo dessa facilidade, Castro listou abaixo seis benefícios que podem ser determinantes na tomada de decisão em aderir ao Pix como meio de pagamento:
Os estabelecimentos comerciais viram pontos de conveniência, onde as pessoas podem sacar dinheiro. Esse fluxo pode trazer para dentro dos pontos de venda novos potenciais clientes que passam a consumir o seu produto ou serviço principal depois de conhecê-lo por uma necessidade primeira de um saque, por exemplo.
Essa mesma função de conveniência não apenas atrai, como também fideliza os potenciais clientes ao oferecer um benefício 2 em 1 e, portanto, com isso, se diferenciar da sua concorrência local. Afinal, em uma única visita à padaria, por exemplo, é possível tomar o café da manhã e já realizar o saque de dinheiro necessário para o dia. E, evita-se, então, uma visita ao caixa eletrônico ou o deslocamento ao banco, além de o cliente ter o seu tempo otimizado.
Ao praticar o Pix Saque ou o Pix Troco o comércio recebe uma pequena tarifa nas operações, que pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação. Individualmente pode não parecer atrativo, mas no volume o serviço pode representar uma nova fonte de renda ao estabelecimento que diariamente busca se reinventar. E isso se soma ao aumento do ticket médio que essa conveniência pode gerar, como indicado nos pontos acima.
O pagamento em dinheiro é o terceiro preferido das pessoas nas compras físicas e o primeiro mais utilizado para o pagamento de contas de consumo, de acordo com a pesquisa conjunta entre CNDL e SPC Brasil. Isso significa que estabelecimentos que giram muito dinheiro, como postos de combustíveis, sentirão o benefício ao retornar essas notas em espécie para o mercado com mais rapidez. E, com menos dinheiro parado em caixa, menor os gastos com segurança e transporte.
Apesar dos limites de saque estipulados pelo Banco Central, de R$ 500 durante o dia e de R$ 100 à noite, entre 20h e 6h, o comerciante tem autonomia para fixar os limites das transações. Ou seja, a adesão às modalidades é totalmente customizável para não impactar, por exemplo, a disponibilidade de troco das lojas.
A maior parte do varejo físico é alimentada por bancos tradicionais que cobram taxas da pessoa jurídica para o recebimento por meio do Pix, à exemplo do que acontece com as transações pagas nos cartões de débito e crédito. Por esse motivo, os empresários perdem a motivação para incentivar sua adoção, visto que ela exige não apenas um preparo tecnológico, como também treinamento de equipe. Entretanto, o Pix Saque e o Pix Troco invertem essa lógica e pagam o varejista pela transação – o que pode vir a financiar seu melhor entendimento e aplicação.
“O Pix Saque é mais um atrativo de uma série que ainda vem aí em 2022. Com ele, o sistema tende a ficar mais conhecido no varejo e também deve haver mais investimento em treinar as equipes para que operem a função. Com isso, ele deve ser melhor difundido e incentivado”, finaliza o vice-presidente de Relações Institucionais da AFRAC (Associação Brasileira de Automação para o Comércio).
No final do ano passado foi anunciado em rede nacional a nova faixa de isenção…
Após a solicitação das principais entidades contábeis, o prazo de entrega da Declaração de Débitos…
A semana de trabalho está se aproximando para os profissionais de contabilidade, porém, muitos já…
O Brasil, em 2024, testemunhou um aumento considerável nos benefícios concedidos por incapacidade temporária, evidenciando…
Estacionar o carro e voltar para encontrá-lo amassado é um pesadelo para qualquer motorista. Mas…
O que faz uma pessoa ser bem-sucedida? Sorte? Inteligência? Conhecimentos privilegiados? Pode até ser que…