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Planos de reeleição de Bolsonaro estão em andamento

por Gabriel Dau
7 minutos ler
Foto: Isac Nóbrega/PR

Visando a permanência na presidência da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido), tem promovido uma série de ações governamentais na intenção de atingir dois objetivos.

O primeiro se relaciona à elevação dos níveis de aprovação da gestão em execução, junto à tentativa de anular quaisquer adversários públicos na próxima disputa ao eleitorado de 2022, que é o seu segundo objetivo.

Em julho, Bolsonaro decidiu intensificar a agenda de viagens pelo Brasil, e a ação tem mostrado resultados através de vários novos convites feitos por aliados de partidos do Centrão como o Progressistas, PL, e até mesmo, algumas siglas de esquerda como o PSB, ao participar de inaugurações de atos políticos.

No final do mesmo mês, o presidente visitou as cidades de São Raimundo Nonato (PI), Campo Alegre de Lourdes (BA) e Bagé (RS).

Neste mês de agosto já esteve em São Vicente, cidade da Baixada Santista (SP), em Pelotas e Barra do Ribeiro, ambas no Rio Grande do Sul. 

De acordo com apoiadores de Bolsonaro, a ideia do presidente é visitar o máximo de estados possíveis, dominados pela esquerda ou aqueles cujos governadores têm algum potencial eleitoral.

Os municípios de Campo Alegre, São Vicente e Pelotas são três fortes exemplos à premissa, tendo em vista os respectivos representantes.

Neste sentido, a agenda presidencial já apresenta outras viagens programadas, desta vez, para o Belém (PA) e Rio de Janeiro (RJ), com a previsão de se dirigir ao Maranhão até o final deste ano. 

Renda Brasil é a nova carta na manga do presidente 

Paralelo às visitas, o Governo Federal está em fase de elaboração de um novo programa que resultará na substituição do Bolsa Família, além da unificação de alguns outros.

O Renda Brasil será um benefício direcionado para famílias de baixa renda que serão contemplados com recursos no valor máximo de R$ 300,00 mensais.

Além disso, há a previsão de reformular o Minha Casa Minha Vida, bem como, medidas de estímulo específicas para a economia nordestina, na tentativa de seduzir os eleitores da região que se posicionam efetivamente contra o atual Governo. 

A ideia do Governo Federal é para que o Projeto de Lei que dispõe sobre o novo programa seja enviado para análise e apreciação do Congresso Nacional até o final do mês de outubro.

No que se refere às modificações no novo programa habitacional, a previsão é para que seja lançado no início de 2021.

Já a proposta direcionada aos nordestinos, corresponde à viabilização de uma linha de crédito anual de R$ 25 bilhões por meio de instituições públicas como o Banco do Nordeste e a Caixa Econômica.

No geral, o programa prevê o desenvolvimento socioeconômico do semiárido, principalmente, após o aproveitamento racional dos recursos naturais do bioma da caatinga nos setores da agropecuária.

A ação possibilita a integração de pequenos produtores rurais ao grande circuito do agronegócio, não apenas diante dos recursos, mas também, com a assistência técnica, consultoria e aquisição da produção. 

Segundo os assessores de Bolsonaro, pesquisas realizadas internamente pelo Governo, têm mostrado que, o pagamento do auxílio emergencial devido aos impactos econômicos da pandemia da Covid-19, elevou a popularidade do presidente, principalmente entre os nordestinos que integram o grupo dos mais vulneráveis.

A proposta do Planalto está na reformulação de políticas públicas específicas à população de baixa renda. 

bolsonaro
Agência Brasil

Bolsonaro acredita que vai partir de 35% das intenções de voto

De acordo com o entusiasmo do próprio presidente, ele alega já ter ganhado as próximas eleições com base nas pesquisas.

O mesmo cenário pode ser visto dentro do Planalto, na presença de um piso de pelo menos 30% do eleitorado.

Diante dessas ações, o intuito é de que Bolsonaro possa iniciar sua campanha à reeleição com uma média de 35% de intenções de voto. 

“Fazer qualquer previsão neste momento é difícil. Bolsonaro tem um forte capital político, mas ele pode crescer ou cair, dependendo de vários fatores como a economia, uma segunda ou terceira onda do coronavírus, entre outros”, afirmou o presidente do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo. 

É possível observar que Bolsonaro tenta, através dessas ações, repetir a mesma campanha das eleições 2018, iniciada desde 2015 quando se posicionou contra o Partido dos Trabalhadores (PT), se posicionando como forte protagonista em atividades contra o partido, como nos protestos a favor do impeachment da então presidente, Dilma Rousseff, por exemplo. 

Pacificação junto ao STF e Congresso é apenas uma estratégia para evitar problemas

Além da intensa agenda de visitas e tentativa de conquistar os nordestinos, ações de Bolsonaro também visa uma aliança junto ao Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), no intuito de evitar atritos.

Entretanto, desavenças com os demais poderes, apresentam um forte potencial que ainda pode desgastar a imagem do presidente até 2022.

No caso do STF, desde que o presidente moderou os ataques contra a Corte, percebeu uma melhora significativa nos índices de aprovação popular. 

No entanto, Bolsonaro ainda trabalha na tentativa de estabelecer uma base mais concreta no Congresso Nacional, que possa garantir a aprovação dos projetos além de defender as investidas e críticas da oposição.

Um bom exemplo pode ser visto na aliança com o Centrão através da distribuição de cargos, bem como na tentativa de atrair o MBD por meio do ex-presidente, Michel Temer, para a liderança da missão humanitária brasileira em auxílio ao Líbano.

Ritmo das obras é a grande dúvida do plano eleitoral do presidente

Um ponto que ainda não foi definido pela estratégia de reeleição de Bolsonaro, se refere ao ritmo das obras para ele conquistar a simpatia da população brasileira.

Neste sentido, um ala do Governo defende a aceleração dos gastos para que a maior parte das obras em andamento estejam prontas até 2022.

Em contrapartida, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acredita que, o equilíbrio e contenção dos gastos públicos, o que significa menos inaugurações, se trata da melhor estratégia.

Por: Laura Alvarenga

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