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Poder de compra dos brasileiros é cada vez menor: entenda na prática os efeitos da inflação

[vc_row][vc_column][vc_column_text]A alta nos preços de produtos e serviços já vem sendo percebida por todos os brasileiros. Para se ter uma ideia, em 2018, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – utilizado para medir a tendência de inflação em relação a períodos anteriores – registrado era de 3,75%. Quatro anos depois, o último valor medido já chega na casa dos 11,30%. Nos últimos 5 anos, entre 2017 e 2022, o real perdeu 31,32% do seu valor de compra.

 

O índice de difusão da inflação, que mede a quantidade de produtos e serviços que estão sendo atingidos diretamente pelo aumento nos preços, chegou a 78,7% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que, de acordo com a amostragem selecionada, a cada 10 itens, 8 ficaram mais caros do que no último mês. Segundo o Banco Modal, é o valor mais elevado desde fevereiro de 2003. Em abril do ano passado, o índice de difusão constava como pouco acima de 60%.

 

As constantes elevações refletem, diretamente, nos itens mais consumidos pela população: alimentos, gás de cozinha, eletricidade e aluguel. Dos 13 itens que compõem a cesta básica nacional, por exemplo, 12 sofreram com a inflação ao longo dos últimos 12 meses.

 

Segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no final de abril, mais de 60% da população brasileira precisou cortar gastos nos últimos 6 meses. Nas famílias de classes mais baixas, produtos essenciais passaram a se tornar problemas – o  preço do tomate, por exemplo, subiu mais de 117% no último ano, segundo o IBGE. Em pelo menos 11 das capitais brasileiras, a cesta básica já custa mais de metade de um salário mínimo – no caso de São Paulo, o valor do conjunto de itens equivale a 62% do piso salarial brasileiro.

 

Na prática, o efeito da inflação é fazer a mesma quantidade de dinheiro valer cada vez menos. Uma nota de 100 reais hoje, por exemplo, tem valor equivalente a R$ 111,30 no ano passado. Conforme voltamos no tempo, a diferença fica ainda mais explícita: a mesma nota equivaleria, em 2018, a R$ 127,58 e, em 2013, a quase R$ 172.

 

Inflação na prática

 

De acordo com o IBGE, grande parte dos itens que mais subiram de preços no último ano são alimentos. A cenoura, com aumento de 195%, lidera a lista. Em seguida, o já citado tomate, a abobrinha, com 86,83%, o café moído, com 65,09% e o melão, com 63,26%, fecham a lista dos cinco produtos mais afetados pela inflação nos últimos 12 meses. Dentro do ranking dos 50 itens que mais sofreram aumento no custo, também constam transportes de aplicativo, com subida de 47,47%, botijão de gás, com 32,45%, e energia elétrica residencial, com 30,16% de acréscimo.

 

De acordo com o levantamento de um jornal de Brasília/DF, R$ 100 hoje em dia seriam o suficiente para comprar 5kg de arroz, 1kg de feijão, 1kg de açúcar, 1kg de coxão duro e uma garrafa de óleo de girassol. Quatro anos atrás, com a mesma quantidade de dinheiro, era possível sair do supermercado com 5kg de arroz, 2kg de feijão, 1kg de açúcar, 1kg de coxão duro, duas garrafas de óleo de girassol, 1kg de coxas de frango, 2 litros de leite integral, uma bandeja de queijo mussarela, duas bandejas de presunto, dois pacotes de bolacha maisena e um pacote de café.

 

De acordo com especialistas, a expectativa é de que, apesar de continuar persistente e intensa, a inflação dê uma desacelerada nos próximos meses. Um dos fatores que deve contribuir com uma menor pressão inflacionária é uma relativa estabilidade nos preços dos combustíveis. No entanto, desde o ano passado, os analistas já preveem que a inflação seguirá novamente acima do teto estipulado pelo governo, que tinha sido fixado em 3,5% para 2022.

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David Teles

Jornalista e mestre em comunicação com mais de 20 anos de experiência em assessoria de órgãos do Governo Federal, na cobertura política e econômica e na gestão de crises de imagem.

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